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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Assassins Creed Liberation: A história de uma libertadora feminina nas Américas...

Eu tentei... Ficou meses instalado no PC mas o jogava pouco, mas jogava. Até que cansou...


Assassins Creed bem que melhorou muitas coisas durante suas empreitadas mas na prática envelheceu. Com ela seus jogadores também envelheceram e nesse envelhecer... Poucas mudanças foram realmente inseridas ou desenvolvidas.

Uma protagonista feminina? Foi uma Ótima escolha. Que depois veio a se repetir em Syndicate. Apesar dessa versão se passar nos territórios americanos (não somente nos EUA) a ideia de ter uma personagem com diferentes vestimentas fez o jogo ter uma forma particular de contar a história. As Inovação usadas em diferentes vestimentas para uma unica personagem é uma boa ideia mas poderiam ter feito 3 jogos diferentes em 1 para mostrar 3 finais diferentes, o que iria agradar aos jogadores caça finais MAS a protagonista é uma só e por isso essas visões se complementam e não podem se sobrepor.

Realmente, durante o passar dos jogos na franquia, é visível a mudança de geração em diferentes famílias. AC4 (Avô Assassino com Filho Templário) -> AC3 (Pai Templário com filho meio indio como Assassino); e até mesmo saber que Desmond é descendente de Ezio Auditore e Ezio é descendente de Altair (isso é explícito) é corriqueiro mas um romance entre dois personagens, num contexto histórico de escravidão e repressão? Forçaram a barra nesse ponto, mas também foi ótimo que tenha ocorrida, cria verossimilhança com os fatos da época. Esse talvez seja o ponto mais positivo da franquia inteira.

AC4, AC3, Rogue e Liberation fazem parte de um único Cenário, a América Colonial, e dentro do contexto dessa realidade de escravidão de diferentes povos para satisfazer as soberbas das metrópoles  Européias, as várias vertentes que a franquia veio expandindo sobre o conteúdo canônico como India, Russia e China, é bem vindo. Mesmo que o jogo esteja no limiar entre um Open World tradicional e o 2.5D das versões diminutas.


As Missões mais curtas e diretas, de até 1 hora de duração, foi uma das surpresas que mais me agradou nessa vertende... Por serem fáceis (o que é um ledo engano caso vá jogar como fogo nos dedos do controle), tem partes que serão mais trabalhosas que outras, enquanto os combates, esses sim, continuam horrorosos. UbiSoft precisa melhorar esse sistema, faz tempo.

Os mapas das cidades são relativamente pequenos porém eficientes. Existem muitos objetivos menores e de nível terciário (que não são nem necessários para seguir nem pra terminar a aventura) também estão presentes mas são consativos. Caça premios nesse caso farão a festa nos troféus e conquistas, eu dispenso. Já passei dessa fase faz anos.

Porque desisti de continuar a jogar Liberation? Apenas um mais do mesmo que alguma hora cansa. Valeu o quanto durou mas não consegui ir além da metade. Não recomendo para quem acha que terá um grande jogo pois isso ele não é. Não é curto mesmo com suas 10 horas para terminar, um bom número de horas, mas os detalhes que costumam atrapalhar a experiência em diferentes jogos o tornam uma jogatina desagradável. Amarga. Sem sal.

Boas coisas vistas, boas escolhas de projeto também apesar de cansativo além da necessidade.

Até o próximo jogo

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

 Jogar Assassisn Creed 3 foi uma tremenda frustração em torno de variados problemas que a franquia tem devido a sua tradição e forma de cada jogo ser construído. Falar mal ou das falhas de qualquer projeto de jogo é a parte mais fácil de quem se intenda a escrever uma crítica sobre jogos. O que a maioria de nós, jogadores, criticos e mídia especializada acredita ser saudável é fazer exatamente o que a maioria faz, falar mal e exaltar os erros desses projetos. Então o esforço e o trabalho dessa crítica, e sim a parte complicada desse texto, é tirar o joio do trigo de uma obra que tem sim pontos positivos e negativos já bem conhecidos.

Vamos aos erros, que é a maior parte das críticas.

Problemas de câmera e sua movimentação voltaram. Independente da versão, Xbox, PS3 ou PC, os controles não são bons. O tempo das legendas, mesmo em inglês é horroroso, não foram poucas as vezes que percebi erro de sincronia da legenda com o que estavam falando nas animações. Os mapas foram construídos de forma estranha e as famosas torres de observação, antes não complicadas de serem alcançadas, ficaram bem chatas de se alcançar, além de terem diinuído em números.

A movimentação dos personagens (protagonistas da versão) pelos cenários é um lamento. Lento e demorado. De montaria até melhora mas o problema de controlar o trote dos cavalos é um soluço atrás do outro. O sistema de batalhas é falho e estranho. Além de cansativo o velho conhecido padrão de ataque e defesa não tem muitas diferenças além do correr, mirar e defender que não define qual é o personagem a ser atacado ele apenas trava em um e vai. Ao menos foi simplificado para aumentar as possibilidades de se defender.

Parece que a UbiSoft, até então, não queria fazer concessões aos ajustes necessários nesses quesitos pois vieram das versões anteriores (Brotherhood e Revelations) pois já havia mostrado eficiência o bastante para garantir sucesso comercial da franquia. Realmente, o tradicionalismo impera em time que está ganhando. Então, mesmo depois dessa ode aos equivocos, onde estão os acertos dessa versão?

Antes dos acertos vamos aos outros detalhes.

Continuando a história de Desmond Miles, o jogo conta o final de sua incursão de Assassino com suas escolhas e desafios para terminar o trabalho que Abstergo começou e se esforçava para concluir. Ao reencontrar Minerva e Juno, diversos dilemas e problemas são levantados, acarretando no desfecho das ações de Desmond. Em um determinado momento, ele passa pelo Brasil, e essa foi uma surpresa e tanto, porém para os Brasileiros uma perda de tempo, mal representada e pífia participação de nosso país/povo num jogo internacional.

No quesito participação não tenho do que reclamar mas no quesito gráfico, ao menos as publicidades da estação e do estádio – que representam o país – poderiam estar em português (ou do Brasil ou de Portugal), o que não estavam e é meramente um detalhe mas que me deixa na corda bamba em falar de forma positiva ou negativa a respeito desse trecho. Na percepção local, as críticas são até fundamentadas e poderiam ser evitadas mas como o cenário faz parte do roteiro, querendo ou não, todo o mundo passou pelo Brasil em Assassins Creed 3.

Uma parcela considerável do jogo se passa em cenários com neve ou no inverno e nesse ponto, a equipe trabalhou bastante pra deixar verossímil. Andar, correr, cavalgar ou fazer movimentos rapidos fora das trilhas, onde a neve é fofa e densa, realmente deixa a imersão mais interessante. Evidente que poderiam melhorar outros aspectos mas nesse detalhe a equipe fez algo realmente bom. E mantiveram a possibilidade de nadar. Em certas missões só nadando mesmo pra sair de problemas ou alcançar objetivos...

Fatos curiosos sobre o cenário no Brasil.

Ter cartazes do Desmond de procurado, em inglês, no meio da estação, isso não é natural aqui.

Na estação, que representa São Paulo, mesmo no verão, não é comum ver mulheres de biquini por lá. 

Se fosse um estádio de futebol com aquele público todo na porta do espaço de jogo seria bacana mas é um estádio de luta, tipo MMA, outro detalhe que mostra o quão não natural, ao real, o cenário é.

Tem mistura de línguas que é estranha, os guardas da Abstergo falam em inglês – OI? Como assim? - com brasileiros, que alguns correm e falam, em português, que o carinha do cartaz de procurado está naquele espaço. Isso não faz sentido algum...

No trecho dos becos, tem 2 brasileiros conversando sobre uma transa entre um casal e o sotaque das personas beira a um espanhol mal pronunciado, com português de angola e carioquês que percebe-se ser dublado e forçado. Poderiam ter pesquisado melhor o dublador. 

O esforço da dublagem é louvável e pelo original, mesmo em inglês, ter trechos dublados em um pseudo português do Brasil, também é relevante.

Tiroteio num lado da arquibancada, privativa, do estádio, com os arredores bem cheio de gente, sem causar alvoroço algum é tão irreal em qualquer lugar como seria um estádio de MMA no Brasil.

Todas as reclamações juntas, sobre o cenário de SP, faz jus as críticas dos brasileiros.

Enfim, meros detalhes...

Terminando o que foi começado...

Para quem começou uma nova franquia, lá no jogo de 2007, poder terminar a trajetória de Desmond era o final de uma era de diversos sucessos. Para alguns bem questionáveis, para outros um sonoro declame de "Jogue! Vale muito!". Mesmo com seus altos e baixos, acertos e erros, e equívocos que levaram a produtora a dizer que o jogo não seria anual, o que acabou virando, a fez passar por variadas sequencias que mostraram para onde um jogo deve e não deve seguir.

Tentaram, da sua forma, fazer algo parecido com Kingdom Hearts, intrincada, complexa, complicada e fragmentada franquia de jogos de RPG japoneses que demorou mais de 10 anos pra terminar a história principal. Devido a sucessos anteriores entretanto só comprovou como o time vitorioso dos jogos passados não necessariamente teria e seria o mesmo sucesso de seus irmãos maiores. Existe uma máxima na indústria criativa que diz "3º filme? 3° Jogo? Sem ser uma droga total, muito provavelmente não será tão bom quanto os outros foram..." e realmente essa máxima imperou.

Ao passar por protagonistas diversos, em épocas distintas, a franquia Assassins Creed mostrou que existem muitos locais, momentos e períodos pertinentes para se contar como os dois grupos, Assassinos vs Templários, podem virar mocinhos ou vilões a qualquer momento, dependendo apenas do roteiro e intenção do jogo e é aqui começam as coisas boas do jogo...

Infelizmente, mesmo com arco e flechas à mão do protagonista, até mesmo a franquia Zelda ou Elder Scrolls conseguiram ser mais eficiente no uso dessa arma tradicional do que o jogo. Ponto positivo por existir mas poderá ser ignorado pois é mais um acessório estético do que útil. A machadinha é util.

Uma das missões, ao menos a que percebi como sendo uma das mais difíceis, felizmente é curta. Atravessar o campo de batalha com um pelotão inteiro te atirando e explodindo bombas a cada 5 segunds foi tensa. Essa realmente causa estresse no jogador.


Os acertos da versão...

Começar como um Templário, que protegeu um grupo de Índios, e por um acaso do destino teve seu filho, com uma nativa americana, sendo um mestiço dos dois povos, virar um assassino ou templário deveria ser uma escolha do jogador mas foi do roteiro levar o protagonista aos assassinos. 

Controlar um 2° protagonista, filho do personagem inicial, também foi interessante. O que nos leva ao que Assassin’s Creed Syndicate fez posteriormente, onde 2 personagens são controlados ao mesmo tempo.

Ao controlar um Templário, também nos leva aos acontecimentos de Assassin’s Creed Rogue (spoiler), que realmente dedica sua história a um meio assassino e meio templário. Essa personagem estava na busca por um autêntico credo mas percebeu que não depende de filiação para ter seu próprio credo.

O final do jogo, em ambas as situações - dentro e fora do Animus - é um tanto estranho. (eta spoiler do final da obra) Ao menos o jogador pode completar suas missões posteriormente aos creditos pois o jogo volta de onde Connor parou, mesmo que Desmond se sacrifique.

O vilão da história não ser quem se pensava ser foi uma boa surpresa. No início se imagina uma personagem e no final é outro. Mesmo que durante o jogo o vilão apareça em determinados momentos, indicando quem é, demora um certo tempo até saber em quem mora o grande problema da história. A maneira de terminar com o vilão foi algo inovador, mesmo sendo forçadamente construído.

Controlar grupos de soldados, durante a guerra americana, melhorando, diversificando e expandindo o que Revelations fez anteriormente foi uma inovação.

Ter um navio disponível para usar, mesmo em percursos pré definidos, com batalhas náuticas e de fortes, foi uma ótima adição ao contexto de veículos que o jogo, até então, não tinha. O que nos leva ao mapa de Assassin’s Creed 4 Black Flag, que volta no tempo e nos leva aos primórdios da família dos protagonistas do 3° jogo e ao protagonista do Rogue que nos leva ao controle de um templário (boas ideias merecem suas próprias histórias).

Dublagem continua boa e realmente usar a língua dos Ameríndios foi uma forma bem bacana de representar um dos povos do jogo mas, como já dito, nos leva ao contexto do cenário brasileiro não ter um bom português na língua comum e nem nas publicidades do cenário tem a nossa língua escrita, porém a plaquinha de Metrô, sim esta tem um famigerado aceto. Cadê a lógica?

Ter a língua original de um dos povos nativos da América, não é tão estranha quanto escutar um Coreano ou Japonês pela primeira vez, e vejo como um acerto que se repetiu no jogos seguintes em cenários ou momentos específicos que serão percebidos. Um acerto de que se repetiu e se consagrou.

Conclusão…

Não é o melhor dos jogos da franquia. Mesmo com seus defeitos e erros, mostra uma certa coerência com o que a franquia se propõe a fazer: visitar diversos locais do mundo, por motivos diferentes enquanto se visita épocas distintas das sociedades humanas, mostrando hábitos e culturas bem diferentes das atuais.

Separar o joio do trigo, neste jogo, mostra qual foi o caminho que a franquia seguiu depois do 3°. Os acertos foram repetidos e melhorados, criando novas incursões históricas, curiosas e memoráveis. 

Terminar com o pseudo e provisório fim de Desmond, mas não de suas memórias, neste jogo mostra o quanto a franquia se desgastou no passar dos lançamentos e que precisava de renovações boas e merecidas que vieram posteriormente.

Caminhar entre a tradição dos jogos anteriores onde acertos foram mantidos e erros pontuais permaneceram e novas coisas estranhas e mal vindas também deram as caras, a opção de jogar o AC3 é apenas um mero detalhe. Se for para fazer uma escolha: não o jogue como sendo um jogo maravilhoso pois ele passa longe disso mesmo com seus acertos. 

Ao final fica aquela sensação de: paguei caro para essa estranhesa. Sim é o gosto insosso de uma obra feita com certa pressa e com a falta de polimento característico dos jogos anteriores que acaba por prejudicar seu brilho. Como deveria ser, tempo de lançamento comercial e polimento são coisas que andam em ritmos distintos, independente do projeto e da versão de uma determinada franquia. Dê tempo ao tempo para que as coisas podem sair melhores que o planejado pois se apressar no processo de maturação das ideias e propostas, o produto prede o ponto e deixa a desejar.

Até o próximo jogo.
Ass.: Thiago Sardenberg

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O credo de um assassino 4: A Bandeira Negra

Em cerca de 18 meses (1 ano e meio) consegui jogar 4 jogos da Franquia AC.

Assassin's Creed 1, Assassin's Creed 2, Assassin's Creed Rogue e Assassin's Creed 4 Black Flag.

É possível ver a evolução da franquia durante a passagem dos jogos e as melhorias são enormes entre eles. Quando se compara com os jogos mais próximos do original, pouca coisa mudou. Quando chegamos nos jogos mais recentes, a melhoria do roteiro e das histórias dos personagens ganharam muito mais significado. Black Flag foi, sem duvida alguma, a melhor versão dessa franquia na geração PS3 / Xbox 360. Recomendo para quem quiser jogar algo bom e longo. Foram cerca de 55 horas (com algumas delas perdidas devido a muitas mortes e vacilos da minha parte) e procurando os mapas das plantas para melhorar o navio ao extremo para enfrentar os 4 navios lendários (que por sinal são bem difíceis mas não impossíveis).

Essa análise vai ser diferente das outras porque foi baseada no bate/rebate das conversas de rede social. Com a participação de conhecidos da minha lista ficam os comentários...

1)  Comentários de outros jogadores...

Beatriz Dias Queiroz: Black Flag é o melhor até o momento pra mim! A história do AC 2 com Ezio tb é fenomenal, porém a história, cenário e jogabilidade de Black Flag é maravilhosa

Thiago Sardenberg: é o que eu percebi jogando. Muito superior aos antecessores e mesmo sendo mais velho que o Rogue ainda é melhor. Rogue é 20% mais curto e tem quase tudo o que o Black Flag tem. O que eu mais gostei nos 2 jogos foram as batalhas de forte. Elas são muito divertidas. Daria uma boa experiência de mobile.

Beatriz Dias Queiroz: estou jogando o Odyssey e confesso que dos jogos da franquia do AC, Black Flag continua sendo o meu favorito. Vamos ver depois o novo, o Valhala..

Thiago Sardenberg: Eu li um romance da época retratada. Não gostei do romance mas o período é bem rico em conteúdo de conflitos entre povos. O que eu gostei bastante na franquia, fora o fato de ser open world (algo que ela me ajudou a não desgostar tanto como no inicio, pois em GTA eu continuo a ficar perdido no mapa das cidades) foi justamente a diversidade de períodos que ela abrange. É praticamente o jogo da evolução da cultura ocidental. É bem interessante.

Leandro Theo Vieira: Não terminei mas joguei bastante. Ótimo gameplay, envolvente e deslumbrante graficamente. Porém daí em diante deixou de ser um Assassins Creed. Tem diversos elementos da franquia mas passou a ser outra coisa, muito boa também...

Thiago Sardenberg: Para quem acompanha o que venho postando aqui nas rede sociais já completei o AC Rogue e neste caso, as horas iniciais do Rogue me deixaram muito, mas muito, mareado. Fiquei bem tonto no começo depois me acostumei e fui tranquilo continuar. No Black Flag isso passou longe mas pode ser que aconteça com quem é iniciante.

Paulostore Filho: Não passe do Unity.

Thiago Sardenberg: Só poderei jogar o Unity no PC e já está bem ocupado de trabalhos e outras coisas. Até conseguir jogar o Unity não vou parar de jogar coisas no ps3, Wii ou 360. Fora as plataformas online que tem promoção e jogos 0800 toda semana. Sem dúvida não tenho o que discutir sobre quantidade e variedade. É muita opção.

Roni Rodrigues: Jurava que o Black Flag era o 3. Comecei a jogar mas nem deu pro cheiro ainda... sempre acabo partindo pra outro. O único que zerei a história toda foi o Unity! Se não me engano é revolução francesa... muito bonito! Gostei!

Thiago Sardenberg: Sim, Unity acontece na França. Depois do Black Flag ocorre o Rogue, vai pro 3 (revolução/independência americana) e termina no Revolution. Voltam a Europa da revolução francesa, vão para a revolução industrial (Inglaterra) e terminam no Chronicles Russia (revolução bolchevic de 1917). Depois disso chegam aos anos 2012 onde Desmond é o protagonista e aí é história já contada em outros jogos.

2) Sonoplastia

O jogo está dublado de forma impecável. Mesmo que tenha alguns deslizes no início o trabalho é competente. Além da dublagem brasileira ainda é possível escutar outros idiomas como o inglês, o francês e o espanhol (catalão) bem comuns do período e da região retratados.

Para quem estudou ou tem uma facilidade de entender ao menos 2 das línguas retratadas fica aquela sensação de conforto sonoro pois as variações linguísticas estão presentes. Ouvir um ‘Hey, what can I help you today?’ bem britânico ou ‘En que posso ajudar-te, señor?’ do espanhol são facilmente reconhecidos. Vez ou outra um ‘Merci beaucoup’ francês aparece.


3) Mapa e cidades da região

Por ser uma região bem explorada pelos europeus, mapas antigos estão disponíveis pelo jogo, verá uma série de detalhes importantes. Se fizer uma busca rápida na internet e verificar como a região está hoje fica notável como a adaptação ficou pertinente.

Nomes conhecidos como Havana, Florida, Kingstone, Tortuga (para quem lembrou de Piratas do Caribe esse nome é famoso), ou Nassau, fora outros nomes menos famosos, perceberá que muita coisa não mudou tanto. Manter os nomes originais, até porque a proposta da franquia é ser fiel aos períodos históricos que ela quer/deve retratar e vê-los, no passado (dentro do jogo) e no futuro (neste caso no presente em buscas pela internet), no decorrer do jogo e dos mapas atualizados, é uma surpresa bem interessante.

A sensação de imersão ao período e local que o jogo cria por reproduzir as regiões que o jogo passa é fenomenal. Não atoa demorar tanto tempo para ser produzido.

4) Mecânicas e Colecionáveis

Falar de Assassin’s Creed sem falar dos detalhes da franquia e de seus colecionáveis é o mesmo que eliminar 60% de todo o conteúdo disponível pois boa parte do jogo será pegar esses colecionáveis. Apesar de ser chato e permanente durante um bom tempo, são esses itens que fará o jogador gastar horas e mais horas explorando os mapas e cada detalhes dele.

As torres estão lá e ajudam nas viagens rápidas, mesmo com as telas de carregamento. A visão de águia, o salto de fé, os pedaços de Animus, o esconder-se para assassinar alvos, subir paredes, pular grandes distâncias, achar baús, roubar ou salvar pessoas, procurar e eliminar guardas, evitar confrontos, enfim, tudo o que faz AC ser AC estará lá.

O que me deixou surpreso foi a utilização de pistolas e sarabatana. No AC 3 as pistolas estrearam mas o jogo Black Flag ocorre antes então adaptações foram feitas. Os dardos de sono são úteis em uma pequena parcela de casos mas os ensandecidos foram a grande adição. Cada vez que um guarda fica ensandecido outros começam a atacá-lo ou são literalmente mortos, nesses confrontos. No final das contas a ajuda desses inimigos, muy amigos, se torna uma forma rápida de eliminar uma quantidade elevada de oponentes em determinados cenários. Para quem gosta de furtividade, esse item é uma maravilha.

Para quem gosta de Troféus (ou conquistas) o jogo tem os seus bem específicos definidos em 3 categorias simples: História (você irá pegar querendo ou não), opcionais (que dependem de outros objetivos para serem alcançados) e os do modo multijogador (que precisa dos servidores funcionando e com outras pessoas jogando para serem liberados). Caso queira jogar só o modo história já terá uma parcela relevante de prêmios disponíveis que não serão complicados de conseguir. Os piores são sempre os que dependem do modo online. Vacilo da UbiSoft colocar troféu online. Quem tem console bloqueado para modo online não é um problema mas para quem pode jogar online o modo já pode estar desligado. Complicado...

5) Homem ao mar, Capitão! Personagens históricos...

O personagem principal é Edward Kenway  que é controlado pelo jogador. Além de pirata e assassino é um capitão de um navio que deverá ser melhor equipado para enfrentar outros navios da marinha Espanhola ou Inglesa e que deverá libertar 12 fortes que protegem os mares do caribe. É esposo de Caroline Scott (com quem tem uma filha que só aparece ao final do jogo).

Edward Thatch é o famoso Barba Negra, lenda viva da época enquanto outros piratas como Anne Bonny, Charles Vane e Antó (exescravo) dão as caras. Ah Tabai é um Assassino da região caribenha e Adewale é apresentado bem mais novo (ameríndio, assassino, volta em Rogue e que tem na expansão Freedom Cry parte de sua história contada). Kenway tem outro filho ao final do jogo, Haytham Kenway (futuro templário), que é pai de Connor (assassino protagonista de AC 3). Esses 3 descendentes são antepassados de Desmond Miles, que conhecemos no 1º Assassin’s Creed.

Fora os piratas os templários também aparecem aos bandos. Laetitia England, Edmund Judge, Kenneth Abraham, Josiah Burgess, Julien du Casse, John Cockram, Hilary Flint, Benjamin Hornigold, Jing Lang, Lucia Márquez, Woodes Rogers, Laureano de Torres y Ayala são as peças chaves que irão levar o jogador ao final da aventura. Para cada pirata um templário? Nem tanto mas é quase isso só que os templários tem muito mais gente trabalhado com eles enquanto os assassinos estão diminuindo. E os templários tem a intenção de sobrepujar coroas e poderes como forma de controla as pessoas e até mesmo governantes diversos.


Para constar da informação: mapa do jogo na 2a foto, mapa real da região na 1a foto.

6) O Credo continua.

A premissa é a mesma: evitar que os templários controlem artefatos que pode os fazer dominar o mundo enquanto os assassinos tentam preservar o livre arbítrio e a liberdade de escolhas pertencentes ao humanos como forma de vida. Porque apenas um seleto grupo de pessoas pode ter a liberdade de fazer escolhas sopre pujando e diminuindo vários outros? Se te lembra os ideias iluministas que a Revolução Francesa exacerbou não é um mera acaso. Unity pode ter surgido dessa mesma ideia.

7) Conclusão

Não é por acaso que a Ubisoft gastou cerca de 3 anos, 2 só de produção, com 10 estúdios ao redor do mundo, pra entregar essa obra no tempo previsto. Bizarro mas o retorno é fabuloso. Vale cada centavo investido. Jogue. Curta. Viva a era de ouro da pirataria que o jogo se propõe a fazer. Tem lá sua graça mesmo sendo um período pra lá de nebuloso na história humana. 

Até o próximo jogo.

Ass.: Thiago Sardenberg

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A Jornada de um Assassino – Ezio Auditore - Parte 1 - Creed 2

Enquanto as reviravoltas de Assassin’s Creed 1 ainda não tinham sido resolvidas ao final do jogo original, nesta continuação direta, os acontecimentos do presente se tornaram as consequências do que outras ações demonstraram dentro do Animus ainda no passado. Ao derrotar seu mestre Altair salvou a irmandade e os templários de um colapso no período da Terceira Cruzada. No jogo seguinte, o jogador ainda controla Desmond, o mesmo protagonista do anterior. Ao voltar como um  refugiado da Abstergo, precisa reviver memórias de um outro assassino e dessa vez é na Itália do período do Renascimento, como Ezio Auditore ainda jovem.

O jogo começa quando Desmond está fugindo do QG da Abstergo e se refugia, junto de outras pessoas, em uma outra base. Dispondo de tecnologia semelhante ao Animus original e acompanhado de pessoas com conhecimento suficiente para desbancar a Abstergo, eles desbravam um novo pacote de memórias de um antepassado de Desmond. Porém , há entre eles um traidor... O jogo se passa no final do século XIV, quando Leonardo da Vince ainda vive.

Nesta época a Itália como conhecemos no século XXI ainda não era unificada mas a Igreja Romana tinha um poderio político e cultural enorme ao ponto de uma boa parcela de todas das tramoias conspiratórias que ocorreram no período serem relacionadas, de alguma forma, com a Igreja Católica. Se é bom ou ruim o jogador não depende deste senso durante a jornada de mais um assassino.

1) O reinício da jornada...

O jogador começa quando Ezio ainda é um fanfarrão em busca da mulher amada com quem deseja se relacionar porém a família dela o detesta e sua postura de adolescente imaturo como jovem adulto é condenável até que o destino trama contra suas intenções e o joga no meio da guerra Templária VS Assassinos. Seu pai é uma pessoa influente e foi presa indevidamente. Ao descobrir seu cativeiro Ezio descobre, um pouco, sobre a irmandade. Tenta salvar seu pai mas não consegue. Ao vê-lo executado em praça pública, por outra família poderosa da mesma cidade, percebe que sua família não pode ficar onde está e foge. Ao encontrar seu tio Mario, recebem ajuda do mesmo na vila onde ele se mantém escondido porém, a vila está em pedaços e precisa ser restaurada.

2) Assassinar pessoas importantes em praça pública é preciso que seja discreto...

Como o jogo anterior mostrou, caçar templários será uma prática corriqueira e, para quem não jogou o original reapresenta mecânicas conhecidas e melhoradas. As inovações que permitem novas ações são acrescentadas no decorrer das missões enquanto personagens históricos aparecem. A guilda estará presente e espalhada pelo jogo em diferentes pontos das cidades principais: Florença, Monteriggioni, Toscana/San Gimignano, Romanha/Forlì e Veneza irão aparecer com suas principais caçadas enquanto o grande desfecho será no Vaticano que mesmo tendo um cenário curto também é imponente.

As antigas mecânicas de saltar, correr, pular, dependurar-se, duplo assassinato, esconder-se carrinhos de feno, matar escondido estarão de volta mas as melhores formas de assassinar é sempre do alto dos prédios. Guardas e templários estarão a espreita vigiando os caminhos em contra partida, grupos de pessoas podem distrair outras pessoas e atirar moedas ao chão causa uma certa confusão o que ajuda a despistar seus perseguidores. As antigas torres estão de volta e a visão de assassino continua lá. Os saltos de fé também (e alguns deles são bem altos, dão até frio na barriga).

Como cada cidade tem um determinado numero de famílias que a controla, Ezio irá precisar se debruçar nas caçadas aos ‘líderes’ com a ajuda de outros assassinos, antes de realizar sua vingança que precisa esperar.

3) Segredos e mistérios...

Para evoluir a sua vila será necessário muito dinheiro e para isso estão espalhados diversos baús no interior das cidades. Se for preciso pode roubar as pessoas para conseguir mais recursos porém é dentro das imponentes igrejas que se encontram os melhores tesouros. Como cada Igreja só é acessível por uma porta secreta, achar essa porta já será trabalhoso.

Dentro delas outros desafios ocorrerão como desvendar o quebra cabeças que libera a passagem para chegar ao salão do tesouro e sair do templo sem ser perseguido pelos templários do local. Caso a altura seja demasiada alta, provavelmente a queda te forçará a recomeçar parte do desafio. Nesses locais a paciência e os olhos serão seus maiores aliados.

Ao conseguir os devidos recursos a vila poderá ser melhorada e com ela uma fonte de renda estável e crescente ajudará Ezio a conseguir novos equipamentos, obras de arte, reforma de outras casas da vila e aumento da barra de vida, algo bem útil no final do jogo.

E mesmo que o jogo ocorra, mais de 90% dele dentro do Animus a situação é um tanto extraordinária pois existem segredos que liberam fatos fora dele, na realidade, e se não os completar determinados desafios podem não ser completados. Vacilo ou não da produtora, importante para mostrar como a proposta de jogo simula um jogo dentro de si mesma.

4) Somos todos Anglo Italianos...

O jogo é 100% dublado. Mesmo na versão brasileira, a dublagem segue o padrão Americano. Na época, a localização do conteúdo não era tão comum e por isso vai a dica: preste atenção nos diálogos e nos textos, a mistura do Inglês com o Italiano deixa a coisa um tanto confusa para os não iniciados na língua inglesa em compensação a língua italiana foi uma surpresa interessante, não por ter o jogo na Itália, mas por não ser uma língua tão comum de ser escutada em jogos eletrônicos. Ponto para a produção...

Cada diálogo tem suas particularidades. Cada templário importante morto dispara uma animação que mostra como a história está se desenvolvendo e a importância dela no contexto geral. Nada é por acaso e cada escolha leva a uma consequência. Eliminar os templários não é só o trabalho do jogador, é treinar Ezio para o confronto final e o motivo para tantas pessoas envolvidas serem eliminadas.

Até o desfecho ocorrer, o jogador é confrontado diretamente com os dois credos da franquia: o dos templários (dominar e controlar a tudo e a todos) e o dos assassinos (liberdade e livre arbítrio para todos). Enquanto esses dois credos não se sobrepuser um ao outro a briga continuará há de eterno. Cabe ao jogador dar um fim nisso e a briga não acaba no fim do jogo.

5) Conquistas, troféus e algo a mais

O jogo tem diversos colecionáveis. Da mesma forma que no jogo original, existiam bandeiras para serem coletadas, aqui existem penas de pássaro, um pombo pra ser mais exato, para serem acumuladas. No final é a mesma coisa e só serve pra forçar o jogador a explorar mais o mapa. Ao menos encontrar um pena perdida no meio de um emaranhado de prédios num dos canais de Veneza tem lá sua graça mas nada obrigatório.

Repleto de Troféus vinculados ao progresso no modo história o jogo tem seus troféus diferenciados como derrubar tantos templários usando uma arma especifica ou assassinar 2 ao mesmo tempo de dentro de um carrinho. Acumular corpos em um mesmo carrinho também libera um troféu. São um conjunto de coisas pra fazer com um quê de estranheza que podem passar despercebidos. Para quem for caçador de prêmios alguns são bem complicados.

Cada segredo descoberto também leva a um troféu específico então fique atento, os templos religiosos geralmente tem algo a mais para se desbloquear.

6) Acertos e Erros

Vacilo que ficou bem famoso foi a UbiSoft colocar no jogo dois capítulos inteiros por DLC antes do final da saga. Os capítulos 12 e 13 não existem no disco do jogo e mesmo que acrescentem pouca coisa ao conteúdo todo, foi uma forma marota e sagaz pra arrecadar mais dos jogadores no decorrer da vida útil do jogo.

Os controles do jogo, mesmo com todas as importantes melhorias que recebeu entre um jogo e outro, ainda continuam forçando o jogador a colocar pra frente o direcional pra ficar sofrendo com uma eficiência duvidosa dos mesmos e quando  funciona da forma como deveria o personagem vai pra outro lado e se perde a missão por erro da alavanca. Isso é muito irritante...

Outro erro foi no meio do Festival de Carnaval o jogador faz uma série de missões, ganha todas, e no fim é o oponente, caído no chão, quem leva o prêmio. Mas isso faz parte do roteiro do jogo. Mesmo assim... Vacilo!

7) Conclusão

Um aventura de plataforma 3D com um conjunto vasto de cidades no formato de open world para quem tiver tempo de sobra para desbravar a Itália do Renascimento. Uma viagem a um ponto histórico de uma região famosa e rica em detalhes e conteúdo que nenhum historiador ficaria de fora dessa jornada. Dentro de todos os pontos positivos e negativos ficam os positivos como reais ganhos ao jogador. Jogue e divirta-se, tem muita coisa pra fazer por lá.

Até o próximo jogo
Ass.: Thiago Sardenberg