Enquanto as reviravoltas de Assassin’s Creed 1 ainda não tinham sido resolvidas ao final do jogo original, nesta continuação direta, os acontecimentos do presente se tornaram as consequências do que outras ações demonstraram dentro do Animus ainda no passado. Ao derrotar seu mestre Altair salvou a irmandade e os templários de um colapso no período da Terceira Cruzada. No jogo seguinte, o jogador ainda controla Desmond, o mesmo protagonista do anterior. Ao voltar como um refugiado da Abstergo, precisa reviver memórias de um outro assassino e dessa vez é na Itália do período do Renascimento, como Ezio Auditore ainda jovem.
O jogo começa quando Desmond está fugindo do QG da Abstergo
e se refugia, junto de outras pessoas, em uma outra base. Dispondo de
tecnologia semelhante ao Animus original e acompanhado de pessoas com
conhecimento suficiente para desbancar a Abstergo, eles desbravam um novo
pacote de memórias de um antepassado de Desmond. Porém , há entre eles um
traidor... O jogo se passa no final do século XIV, quando Leonardo da Vince
ainda vive.
Nesta época a Itália como conhecemos no século XXI ainda não
era unificada mas a Igreja Romana tinha um poderio político e cultural enorme
ao ponto de uma boa parcela de todas das tramoias conspiratórias que ocorreram
no período serem relacionadas, de alguma forma, com a Igreja Católica. Se é bom
ou ruim o jogador não depende deste senso durante a jornada de mais um assassino.
1) O reinício da jornada...
O jogador começa quando Ezio ainda é um fanfarrão em busca
da mulher amada com quem deseja se relacionar porém a família dela o detesta e
sua postura de adolescente imaturo como jovem adulto é condenável até que o
destino trama contra suas intenções e o joga no meio da guerra Templária VS Assassinos.
Seu pai é uma pessoa influente e foi presa indevidamente. Ao descobrir seu
cativeiro Ezio descobre, um pouco, sobre a irmandade. Tenta salvar seu pai mas
não consegue. Ao vê-lo executado em praça pública, por outra família poderosa
da mesma cidade, percebe que sua família não pode ficar onde está e foge. Ao
encontrar seu tio Mario, recebem ajuda do mesmo na vila onde ele se mantém escondido
porém, a vila está em pedaços e precisa ser restaurada.
2) Assassinar pessoas importantes em praça pública é preciso que seja discreto...
Como o jogo anterior mostrou,
caçar templários será uma prática corriqueira e, para quem não jogou o original
reapresenta mecânicas conhecidas e melhoradas. As inovações que permitem novas
ações são acrescentadas no decorrer das missões enquanto personagens históricos
aparecem. A guilda estará presente e espalhada pelo jogo em diferentes pontos
das cidades principais: Florença, Monteriggioni, Toscana/San Gimignano, Romanha/Forlì
e Veneza irão aparecer com suas principais caçadas enquanto o grande desfecho será
no Vaticano que mesmo tendo um cenário curto também é imponente.
As antigas mecânicas de saltar, correr, pular, dependurar-se, duplo assassinato, esconder-se carrinhos de feno, matar escondido estarão de volta mas as melhores formas de assassinar é sempre do alto dos prédios. Guardas e templários estarão a espreita vigiando os caminhos em contra partida, grupos de pessoas podem distrair outras pessoas e atirar moedas ao chão causa uma certa confusão o que ajuda a despistar seus perseguidores. As antigas torres estão de volta e a visão de assassino continua lá. Os saltos de fé também (e alguns deles são bem altos, dão até frio na barriga).
Como cada cidade tem um
determinado numero de famílias que a controla, Ezio irá precisar se debruçar
nas caçadas aos ‘líderes’ com a ajuda de outros assassinos, antes de realizar sua
vingança que precisa esperar.
3) Segredos e mistérios...
Para evoluir a sua vila será
necessário muito dinheiro e para isso estão espalhados diversos baús no
interior das cidades. Se for preciso pode roubar as pessoas para conseguir mais
recursos porém é dentro das imponentes igrejas que se encontram os melhores
tesouros. Como cada Igreja só é acessível por uma porta secreta, achar essa
porta já será trabalhoso.
Dentro delas outros desafios
ocorrerão como desvendar o quebra cabeças que libera a passagem para chegar ao
salão do tesouro e sair do templo sem ser perseguido pelos templários do local.
Caso a altura seja demasiada alta, provavelmente a queda te forçará a recomeçar
parte do desafio. Nesses locais a paciência e os olhos serão seus maiores
aliados.
Ao conseguir os devidos recursos a
vila poderá ser melhorada e com ela uma fonte de renda estável e crescente
ajudará Ezio a conseguir novos equipamentos, obras de arte, reforma de outras
casas da vila e aumento da barra de vida, algo bem útil no final do jogo.
E mesmo que o jogo ocorra, mais
de 90% dele dentro do Animus a situação é um tanto extraordinária pois existem
segredos que liberam fatos fora dele, na realidade, e se não os completar
determinados desafios podem não ser completados. Vacilo ou não da produtora,
importante para mostrar como a proposta de jogo simula um jogo dentro de si
mesma.
4) Somos todos Anglo Italianos...
O jogo é 100% dublado. Mesmo na
versão brasileira, a dublagem segue o padrão Americano. Na época, a localização
do conteúdo não era tão comum e por isso vai a dica: preste atenção nos
diálogos e nos textos, a mistura do Inglês com o Italiano deixa a coisa um
tanto confusa para os não iniciados na língua inglesa em compensação a língua italiana
foi uma surpresa interessante, não por ter o jogo na Itália, mas por não ser
uma língua tão comum de ser escutada em jogos eletrônicos. Ponto para a
produção...
Cada diálogo tem suas particularidades.
Cada templário importante morto dispara uma animação que mostra como a história
está se desenvolvendo e a importância dela no contexto geral. Nada é por acaso
e cada escolha leva a uma consequência. Eliminar os templários não é só o
trabalho do jogador, é treinar Ezio para o confronto final e o motivo para
tantas pessoas envolvidas serem eliminadas.
Até o desfecho ocorrer, o jogador
é confrontado diretamente com os dois credos da franquia: o dos templários
(dominar e controlar a tudo e a todos) e o dos assassinos (liberdade e livre arbítrio
para todos). Enquanto esses dois credos não se sobrepuser um ao outro a briga
continuará há de eterno. Cabe ao jogador dar um fim nisso e a briga não acaba
no fim do jogo.
5) Conquistas, troféus e algo a
mais
O jogo tem diversos colecionáveis.
Da mesma forma que no jogo original, existiam bandeiras para serem coletadas,
aqui existem penas de pássaro, um pombo pra ser mais exato, para serem acumuladas.
No final é a mesma coisa e só serve pra forçar o jogador a explorar mais o
mapa. Ao menos encontrar um pena perdida no meio de um emaranhado de prédios
num dos canais de Veneza tem lá sua graça mas nada obrigatório.
Repleto de Troféus vinculados ao progresso no modo história o jogo tem seus troféus diferenciados como derrubar tantos templários usando uma arma especifica ou assassinar 2 ao mesmo tempo de dentro de um carrinho. Acumular corpos em um mesmo carrinho também libera um troféu. São um conjunto de coisas pra fazer com um quê de estranheza que podem passar despercebidos. Para quem for caçador de prêmios alguns são bem complicados.
Cada segredo descoberto também
leva a um troféu específico então fique atento, os templos religiosos geralmente
tem algo a mais para se desbloquear.
6) Acertos e Erros
Vacilo que ficou bem famoso foi a UbiSoft colocar no jogo dois capítulos inteiros por DLC antes do final da saga. Os capítulos 12 e 13 não existem no disco do jogo e mesmo que acrescentem pouca coisa ao conteúdo todo, foi uma forma marota e sagaz pra arrecadar mais dos jogadores no decorrer da vida útil do jogo.
Os controles do jogo, mesmo com todas as importantes melhorias que recebeu entre um jogo e outro, ainda continuam forçando o jogador a colocar pra frente o direcional pra ficar sofrendo com uma eficiência duvidosa dos mesmos e quando funciona da forma como deveria o personagem vai pra outro lado e se perde a missão por erro da alavanca. Isso é muito irritante...
Outro erro foi no meio do Festival de Carnaval o jogador faz uma série de missões, ganha todas, e no fim é o oponente, caído no chão, quem leva o prêmio. Mas isso faz parte do roteiro do jogo. Mesmo assim... Vacilo!
7) Conclusão
Um aventura de plataforma 3D com
um conjunto vasto de cidades no formato de open world para quem tiver tempo de
sobra para desbravar a Itália do Renascimento. Uma viagem a um ponto histórico
de uma região famosa e rica em detalhes e conteúdo que nenhum historiador
ficaria de fora dessa jornada. Dentro de todos os pontos positivos e negativos
ficam os positivos como reais ganhos ao jogador. Jogue e divirta-se, tem muita
coisa pra fazer por lá.
Até o próximo jogo
Ass.: Thiago Sardenberg
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