quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O credo de um assassino 4: A Bandeira Negra

Em cerca de 18 meses (1 ano e meio) consegui jogar 4 jogos da Franquia AC.

Assassin's Creed 1, Assassin's Creed 2, Assassin's Creed Rogue e Assassin's Creed 4 Black Flag.

É possível ver a evolução da franquia durante a passagem dos jogos e as melhorias são enormes entre eles. Quando se compara com os jogos mais próximos do original, pouca coisa mudou. Quando chegamos nos jogos mais recentes, a melhoria do roteiro e das histórias dos personagens ganharam muito mais significado. Black Flag foi, sem duvida alguma, a melhor versão dessa franquia na geração PS3 / Xbox 360. Recomendo para quem quiser jogar algo bom e longo. Foram cerca de 55 horas (com algumas delas perdidas devido a muitas mortes e vacilos da minha parte) e procurando os mapas das plantas para melhorar o navio ao extremo para enfrentar os 4 navios lendários (que por sinal são bem difíceis mas não impossíveis).

Essa análise vai ser diferente das outras porque foi baseada no bate/rebate das conversas de rede social. Com a participação de conhecidos da minha lista ficam os comentários...

1)  Comentários de outros jogadores...

Beatriz Dias Queiroz: Black Flag é o melhor até o momento pra mim! A história do AC 2 com Ezio tb é fenomenal, porém a história, cenário e jogabilidade de Black Flag é maravilhosa

Thiago Sardenberg: é o que eu percebi jogando. Muito superior aos antecessores e mesmo sendo mais velho que o Rogue ainda é melhor. Rogue é 20% mais curto e tem quase tudo o que o Black Flag tem. O que eu mais gostei nos 2 jogos foram as batalhas de forte. Elas são muito divertidas. Daria uma boa experiência de mobile.

Beatriz Dias Queiroz: estou jogando o Odyssey e confesso que dos jogos da franquia do AC, Black Flag continua sendo o meu favorito. Vamos ver depois o novo, o Valhala..

Thiago Sardenberg: Eu li um romance da época retratada. Não gostei do romance mas o período é bem rico em conteúdo de conflitos entre povos. O que eu gostei bastante na franquia, fora o fato de ser open world (algo que ela me ajudou a não desgostar tanto como no inicio, pois em GTA eu continuo a ficar perdido no mapa das cidades) foi justamente a diversidade de períodos que ela abrange. É praticamente o jogo da evolução da cultura ocidental. É bem interessante.

Leandro Theo Vieira: Não terminei mas joguei bastante. Ótimo gameplay, envolvente e deslumbrante graficamente. Porém daí em diante deixou de ser um Assassins Creed. Tem diversos elementos da franquia mas passou a ser outra coisa, muito boa também...

Thiago Sardenberg: Para quem acompanha o que venho postando aqui nas rede sociais já completei o AC Rogue e neste caso, as horas iniciais do Rogue me deixaram muito, mas muito, mareado. Fiquei bem tonto no começo depois me acostumei e fui tranquilo continuar. No Black Flag isso passou longe mas pode ser que aconteça com quem é iniciante.

Paulostore Filho: Não passe do Unity.

Thiago Sardenberg: Só poderei jogar o Unity no PC e já está bem ocupado de trabalhos e outras coisas. Até conseguir jogar o Unity não vou parar de jogar coisas no ps3, Wii ou 360. Fora as plataformas online que tem promoção e jogos 0800 toda semana. Sem dúvida não tenho o que discutir sobre quantidade e variedade. É muita opção.

Roni Rodrigues: Jurava que o Black Flag era o 3. Comecei a jogar mas nem deu pro cheiro ainda... sempre acabo partindo pra outro. O único que zerei a história toda foi o Unity! Se não me engano é revolução francesa... muito bonito! Gostei!

Thiago Sardenberg: Sim, Unity acontece na França. Depois do Black Flag ocorre o Rogue, vai pro 3 (revolução/independência americana) e termina no Revolution. Voltam a Europa da revolução francesa, vão para a revolução industrial (Inglaterra) e terminam no Chronicles Russia (revolução bolchevic de 1917). Depois disso chegam aos anos 2012 onde Desmond é o protagonista e aí é história já contada em outros jogos.

2) Sonoplastia

O jogo está dublado de forma impecável. Mesmo que tenha alguns deslizes no início o trabalho é competente. Além da dublagem brasileira ainda é possível escutar outros idiomas como o inglês, o francês e o espanhol (catalão) bem comuns do período e da região retratados.

Para quem estudou ou tem uma facilidade de entender ao menos 2 das línguas retratadas fica aquela sensação de conforto sonoro pois as variações linguísticas estão presentes. Ouvir um ‘Hey, what can I help you today?’ bem britânico ou ‘En que posso ajudar-te, señor?’ do espanhol são facilmente reconhecidos. Vez ou outra um ‘Merci beaucoup’ francês aparece.


3) Mapa e cidades da região

Por ser uma região bem explorada pelos europeus, mapas antigos estão disponíveis pelo jogo, verá uma série de detalhes importantes. Se fizer uma busca rápida na internet e verificar como a região está hoje fica notável como a adaptação ficou pertinente.

Nomes conhecidos como Havana, Florida, Kingstone, Tortuga (para quem lembrou de Piratas do Caribe esse nome é famoso), ou Nassau, fora outros nomes menos famosos, perceberá que muita coisa não mudou tanto. Manter os nomes originais, até porque a proposta da franquia é ser fiel aos períodos históricos que ela quer/deve retratar e vê-los, no passado (dentro do jogo) e no futuro (neste caso no presente em buscas pela internet), no decorrer do jogo e dos mapas atualizados, é uma surpresa bem interessante.

A sensação de imersão ao período e local que o jogo cria por reproduzir as regiões que o jogo passa é fenomenal. Não atoa demorar tanto tempo para ser produzido.

4) Mecânicas e Colecionáveis

Falar de Assassin’s Creed sem falar dos detalhes da franquia e de seus colecionáveis é o mesmo que eliminar 60% de todo o conteúdo disponível pois boa parte do jogo será pegar esses colecionáveis. Apesar de ser chato e permanente durante um bom tempo, são esses itens que fará o jogador gastar horas e mais horas explorando os mapas e cada detalhes dele.

As torres estão lá e ajudam nas viagens rápidas, mesmo com as telas de carregamento. A visão de águia, o salto de fé, os pedaços de Animus, o esconder-se para assassinar alvos, subir paredes, pular grandes distâncias, achar baús, roubar ou salvar pessoas, procurar e eliminar guardas, evitar confrontos, enfim, tudo o que faz AC ser AC estará lá.

O que me deixou surpreso foi a utilização de pistolas e sarabatana. No AC 3 as pistolas estrearam mas o jogo Black Flag ocorre antes então adaptações foram feitas. Os dardos de sono são úteis em uma pequena parcela de casos mas os ensandecidos foram a grande adição. Cada vez que um guarda fica ensandecido outros começam a atacá-lo ou são literalmente mortos, nesses confrontos. No final das contas a ajuda desses inimigos, muy amigos, se torna uma forma rápida de eliminar uma quantidade elevada de oponentes em determinados cenários. Para quem gosta de furtividade, esse item é uma maravilha.

Para quem gosta de Troféus (ou conquistas) o jogo tem os seus bem específicos definidos em 3 categorias simples: História (você irá pegar querendo ou não), opcionais (que dependem de outros objetivos para serem alcançados) e os do modo multijogador (que precisa dos servidores funcionando e com outras pessoas jogando para serem liberados). Caso queira jogar só o modo história já terá uma parcela relevante de prêmios disponíveis que não serão complicados de conseguir. Os piores são sempre os que dependem do modo online. Vacilo da UbiSoft colocar troféu online. Quem tem console bloqueado para modo online não é um problema mas para quem pode jogar online o modo já pode estar desligado. Complicado...

5) Homem ao mar, Capitão! Personagens históricos...

O personagem principal é Edward Kenway  que é controlado pelo jogador. Além de pirata e assassino é um capitão de um navio que deverá ser melhor equipado para enfrentar outros navios da marinha Espanhola ou Inglesa e que deverá libertar 12 fortes que protegem os mares do caribe. É esposo de Caroline Scott (com quem tem uma filha que só aparece ao final do jogo).

Edward Thatch é o famoso Barba Negra, lenda viva da época enquanto outros piratas como Anne Bonny, Charles Vane e Antó (exescravo) dão as caras. Ah Tabai é um Assassino da região caribenha e Adewale é apresentado bem mais novo (ameríndio, assassino, volta em Rogue e que tem na expansão Freedom Cry parte de sua história contada). Kenway tem outro filho ao final do jogo, Haytham Kenway (futuro templário), que é pai de Connor (assassino protagonista de AC 3). Esses 3 descendentes são antepassados de Desmond Miles, que conhecemos no 1º Assassin’s Creed.

Fora os piratas os templários também aparecem aos bandos. Laetitia England, Edmund Judge, Kenneth Abraham, Josiah Burgess, Julien du Casse, John Cockram, Hilary Flint, Benjamin Hornigold, Jing Lang, Lucia Márquez, Woodes Rogers, Laureano de Torres y Ayala são as peças chaves que irão levar o jogador ao final da aventura. Para cada pirata um templário? Nem tanto mas é quase isso só que os templários tem muito mais gente trabalhado com eles enquanto os assassinos estão diminuindo. E os templários tem a intenção de sobrepujar coroas e poderes como forma de controla as pessoas e até mesmo governantes diversos.


Para constar da informação: mapa do jogo na 2a foto, mapa real da região na 1a foto.

6) O Credo continua.

A premissa é a mesma: evitar que os templários controlem artefatos que pode os fazer dominar o mundo enquanto os assassinos tentam preservar o livre arbítrio e a liberdade de escolhas pertencentes ao humanos como forma de vida. Porque apenas um seleto grupo de pessoas pode ter a liberdade de fazer escolhas sopre pujando e diminuindo vários outros? Se te lembra os ideias iluministas que a Revolução Francesa exacerbou não é um mera acaso. Unity pode ter surgido dessa mesma ideia.

7) Conclusão

Não é por acaso que a Ubisoft gastou cerca de 3 anos, 2 só de produção, com 10 estúdios ao redor do mundo, pra entregar essa obra no tempo previsto. Bizarro mas o retorno é fabuloso. Vale cada centavo investido. Jogue. Curta. Viva a era de ouro da pirataria que o jogo se propõe a fazer. Tem lá sua graça mesmo sendo um período pra lá de nebuloso na história humana. 

Até o próximo jogo.

Ass.: Thiago Sardenberg

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