TIROS, MECHAS E BOMBAS!!!
Quando a Capcom passou para a geração 360 / PS3 muitas coisas já estavam mudando no processo construtivo dos jogos. Novas opções de tecnologias e aperfeiçoamento gráficos são sempre as mais evidentes, principalmente para os jogadores. Novas formas de produzir jogos e de os jogar também foram criadas e no decorrer da geração estas mudanças foram melhoradas mas para serem aproveitadas ao máximo é preciso começar de algum lugar e este lugar são os jogos iniciais dessas novas franquias.
Novos consoles... Novas tecnologias... Novas possibilidades... Novas franquias criadas para explorar coisas que antes não eram tão simples de serem executadas.
2) História do processo
Lost Planet foi criado com um conceito simples: um jogo de tiro em terceira pessoa onde o jogador controla um personagem que tem em seu corpo algumas alterações para suportar o frio intenso do planeta E.D.N. 3 e conseguir manipular equipamentos específicos com a ajuda de uma nova fonte de energia, a Energia Termal.
No passar dos anos e das tentativas de colonização dos humanos naquele planeta, os descendentes sofreram com as condições climáticas gélidas enquanto precisam sobreviver aos ataques dos animais naturais deles os Akrids e aos inoportunos Piratas do Gelo.
No meio dessa confusão de colonização e quem manda aonde ainda existe uma empresa da Terra, chamada NEVEC, que organiza e controla o processo de colonização do planeta. Com a NEVEC está em andamento um projeto de transformação do planeta chamado Projeto Fronteira onde a Terraformação será responsável por condicionar E.D.N. 3 a vida humana.
O jogador controla o filho de um dos antigos ‘funcionários’ da NEVEC 30 anos depois de um determinado conflito e que perdeu a memória. Este personagem ficou congelado e sabe que o pai dele foi morto por um Akrid grande de olhos verdes. A jornada do jogador é se vingar do tal Akrid e no caminho encontra outros personagens que são bem piores do que este Akrid...
3) Mecânicas e fases...
Por ser um jogo de tiro, armas e munição estarão disponíveis no caminho para o jogador usar mas o fator de exploração não será um ponto forte do jogo onde determinadas partes seguem por um caminho linear em corredores pré definidos cheios de oponentes e criaturas para se derrubar. Ninhos de Akrids voadores estarão espalhados pelos cenários lançando bichos o tempo todo que atrapalham o jogador enquanto Piratas do Gelo poderão ser encontrados e deverão ser abatidos para se prosseguir. Por sinal, esses piratas estarão bem equipados com robôs fortes e rápidos que lançam misseis, granadas, bombas e tem uma precisão de tiro maiores que os ‘soldados’ comuns.
Enquanto se derruba alguns piratas outros Akrids aparecem e aqui entra uma variedade interessante de inimigos. Tem os que se movimentam por debaixo da terra, os gigantes, os pequenos e os rápidos e com maior resistência, estarão no decorrer do caminho onde no final deste haverá algum chefe com locais específicos para serem atingidos pelas armas. Ao serem derrubados, cria-se a situação que possibilitará retirar sua ‘vida’ para enfim, ao acertar esses pontos e vencer o oponente, o jogador possa completar a missão em curso.
Como o jogo recebeu uma forte influencia do jogo Unreal Tournament, onde o combate ocorria em áreas verticalizadas, bem popular nos anos 2000 nos PCs, existe também uma mecânica de gancho onde o jogador poderá ‘escalar’ determinados locais para subir de plataforma e alcançar pontos que podem ter inimigos que estão a atacar. Dependendo da situação o inimigo será tão forte que te derrubará sem dó e é aí que entra o fator deslocamento constante... São poucas as áreas que será possível usar Stealth.
4) No meio do caminho havia muita energia...
Enquanto se percorre as fases, é possível encontrar cilindros, caixas, piratas, os Akrids e ao derrubá-los eles irão despejar uma ‘gosma’ laranja no chão. Essa gosma é a Energia Termal que define tudo o que o jogador poderá fazer.
Ao ter a Energia Termal cheia, o jogador poderá recarregar sua vida e usar os robôs. A sacada é saber quando usar cada uma dessas opções (armas ou robôs) e por quanto tempo cada uma poderá ajudar ou atrapalhar. Caso a reserva de Energia Termal zere, ou se recarrega em determinados pilares que ficam espalhados pela fase ou se morre e precisará recomeçar do ultimo ponto de salvamento.
5) Troféus e Dublagem...
Se tem algo que agradou foi a dublagem. Mesmo tendo seus anos de produção não deixa de ser um trabalho competente. Cada personagem tem seu dublador e sua forma de falar que vem dos dubladores um cuidado especial com a produção.
A sonoplastia e os sons ambientes até agradam mas fazem um trabalho mais de pano de fundo e complemento do que realmente algo relevante. Numa boa parcela do tempo o jogador estará sozinho e num silêncio quase sepulcral. Só dando destaque, quando ocorre, as músicas, que além de não atrapalharem são quase inaudíveis pois as explosões, gritos dos personagens e movimento dos robôs e Akrids pelos cenários terá maior destaque.
Para quem quer colecionar troféus passe longe. Existem poucos no modo campanha (só os de história são por zerar o jogo nas dificuldades crescentes do mesmo) e os do modo multijogador obriga o jogador a estar logado na rede. Se tiver servidores do jogo ligados poderá, talvez, encontrar alguém para jogar mas é pouco provável para um jogo de geração já terminada.
6) O mais ou menos de uma execução acelerada...
Não é tão incomum que os projetos de jogos passem por problemas de refinamento ou de pré-definições imutáveis. Inevitavelmente esses ‘parâmetros’ da execução são bem vindos para delimitar as ações tanto da equipe, durante o tempo de projetação do jogo, quanto do jogador durante o andamento do mesmo. Lost Planet peca em dois grandes momentos no meio dessa combinação de coisas boas e ruins.
O primeiro ponto ruim e mais gritante é o controle do jogador perante a câmera. Mesmo que eu tenha um bom posicionamento da mesma, não ter a opção de FPS só para verificar pontos do cenário faz muita falta. Outro detalhe é a recolocação da câmera para um ponto 180 graus diferente do que se espera porque a sensibilidade é elevada. Poderia ser isso mas não é. A sensibilidade é boa o problema foi colocar no movimento rápido do analógico da direita o reposicionar da câmera que acaba por atrapalhar o jogador com uma troca indevida de local numa hora pra lá de complicada numa fase ou batalha contra chefes. Isso acaba por atrapalhar bastante a gameplay.
O segundo ponto importante que precisa ser ressaltado é o equilíbrio. Mesmo na dificuldade mais fácil, onde várias opções do jogo costumam ajudar o jogador, a velocidade dos chefes de cada fase e a quantidade de vezes que eles derrubam o personagem no chão, o fazendo perder tempo para se reposicionar, e a quantidade de tiros que os chefes tem em relação ao jogador, ser muito maior que o disponível para o confronto, acaba por criar um desafio mais elevado que o necessário. Se tem algo que precisa ser revisto é justamente esse equilíbrio de forças entre essas diferentes peças do projeto.
Para quem gosta de problemas é um prato cheio pra desafios destrambelhados.
Eu comecei a jogar no PC algo que me exigiu algumas coisas extras como fazer funcionar o serviço do Games for Windows LIVE funcionar (que é um arquivo específico do Windows onde a rede de servidores para jogos ficava disponível porém o serviço também foi descontinuado mas precisa ser instalado para rodar o jogo) e me acostumar com os controles de teclado + mouse, algo que me deixa com uma certa náusea. Bem no meio do jogo, ocorreu um descontrole total da câmera e do mouse no PC o que me forçou a parar de jogar. Para continuar só no console e como o Xbox 360 já era uma vontade de ter, nada melhor que providenciar o jogo também. Passados esses percalços consegui jogar...
7) Conclusão
Jogue para ao menos ver a história que é boa. O confronto final com justamente o ‘vilão’ da história é divertido mas vai ser o mais fácil dos chefes e não vai passar muito longe de um jogo de Gundam em modo de voo com Mechas bonitinhos. Uma pena ter só uma batalha desse tipo. Mesmo que a história explique o porque de só ter uma dessas batalhas.
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