Mostrando postagens com marcador America. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador America. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Uma ventura após apocalipse do pesadelo maquinário... Horizon Zero Dawn!

A história de Horizon Zero Dawn ocorre alguns séculos depois de um extermínio em massa da humanidade pelas máquinas que ela mesma criou. Devido a automação exagerada o mundo humano se tornou automatizado e nessa realidade interligada as redes de comunicação, as maquinas se sobrepuseram a humanidade. Para controlar a situação uma cientista desenvolve um sistema que ao mesmo tempo evita a destruição do planeta porém enclausura a humanidade no subterrâneo do mundo pois a atmosfera ficaria alterada por séculos. Nesse contexto de evolução pós massacre para garantir a sobrevivência da humanidade o jogo começa…

Onde começa?

Os jogadores controlarão uma heroína chamada Eloy, cuja a origem é desconhecida, foi exilada pela sua tribo de origem e é criada por outra pessoa também isolada pela tribo. No decorrer da aventura os jogadores verão a evolução da sua personagem com o passar dos anos e das limitações que sua idade lhe impõe porém, quando adulta, esta pode se desenvolver com o passar da aventura e das escolhas do jogador na construção das habilidades que melhor lhe ajuda no estilo de jogos que desejar melhorar.

Gameplay

O jogo é um Terceira pessoa, com a câmera posicionada atrás do ombro da personagem. Um quase plataforma 3D porém que se integra e se mistura no mundo aberto (Sandbox ou Open World) extenso e diverso. Com momentos de escalada em paredes ou árvores, a esquiva pode usar usada no combate com outras criaturas. A furtividade é um elemento chave no confronto estratégico contra criaturas mais fortes ou bandos.

Ao jogador é permitido usar pedras, arco e flecha, atiradeiras, armas de fogo, lanças e alguns ouros objetos espalhados para confrontar oponentes que aparecem. Podendo esses oponentes serem animais pequenos, máquinas de diferentes tamanhos que se parecem com animais e grupos de outras pessoas em determinado cenário ou ruínas de uma cidade antiga.

A mecânica mais impactante foi o uso de um objeto chamado Foco, que auxilia Eloy a “ver” o comportamento das máquinas e quais delas podem estar com algum problema e se tornar ameaça maior do que já são naturalmente. Com o Foco ao jogador é permitido escanear os cenários em busca de informações diversas. Arquivos de áudio, memórias gravadas, contato com outros humanos e, na prática, uma extensa coleta de informações diferentes que auxiliam a construir as histórias por trás do jogo.

O vilão da história, por mais curioso que possa parecer, não são as máquinas propriamente dita. Elas fazem parte de um conjunto de inimigos comuns enquanto algumas delas, as voadoras ou de caça, são realmente bem difíceis. Subir em plataformas altas ou em inimigos robustos pode parecer complicado mas pra quem jogou Assassin’s Creed será algo relativamente tranquilo pois o jogo foi pensado para usar, em diferentes escalas, os movimentos de Le Parkour que são marcas de AC.



Após descobrir diferentes fogueiras que representam os locais para salvar o jogo, é permito ao jogador, usar viagem rápida (fast travel) até estes pontos, basta ter kit de viagem disponível para acelerar o deslocamento. Outra forma de acelerar esse deslocamento é controlar alguma máquina do cenário que possa servir de montaria e sair correndo com ela até o próximo destino.

Independente da máquina usada, cuidado para não a destruir pois vai ser um diferencial. Qualquer máquina abatida viram pontos de experiência, até porque, o jogo também é um RPG moderno onde não existe mudança de tela entre cenário livre e cenário de contexto. Tudo acontece ao mesmo tempo. Para quem gostou de Final Fantasy Type 0 HD ou Chrono Trigger, são bons exemplos de como em um único cenário, várias coisas podem ser agrupadas sem mudar de tela.

Ambientes

Os cenários são ricos em detalhes de flora e fauna, onde diferentes biomas são visitados. Desde montanhas com neve as grandes planícies com riachos e vegetação rasteira, desde a savana com vegetação esparsa a densa floresta passando por um deserto seco e árido e cidades de diferentes formatos, tamanhos e culturas, o cenário do jogo é rico em detalhes, tanto com seus gráficos quanto contextos onde estão inseridos. Um mundo que se mostra vivo e vibrante.

Durante a exploração do cenário principal, novas construções são apresentadas com regularidade. Alguns veículos como carros e tanques de guerra estão dispostos como detalhes do ambiente. Detalhes estes que remontam ao passado antigo, das civilizações anteriores ao cataclismo das máquinas, e de como o mundo era.

Como o jogo se passa na pós reconstrução do mundo, onde a natureza se reconstruiu e a atmosfera ficou adequada a vida humana, ainda existem diferentes ruínas das antigas cidades, tanto no exterior quanto no interior do mundo, onde gerações de humanos se protegeram da devastação do ambiente que as máquinas causaram.

A passagem de dia e noite é algo um tanto estranho. De noite movimentos furtivos e ficar a espreita de problemas, pode ser uma forma de diversificar a gameplay mas na prática, se torna mais difícil de se locomover devido aos problemas que não se observam o que ficam reduzidos a luz do dia. Em contra partida, quando de dia saber se posicionar ajuda a evitar confrontos contra grupos a noite qualquer quantidade de inimigos será um problema, mesmo na espreita.

Atenção neste caso é com quantos inimigos se enfrentará de frente e quantos serão abatidos a partir de um esconderijo disposto nos arbustos e plataformas dos cenários. Uma forma interessante de combinar ambiente e game play que moderniza a construção de jogos em vastos cenários.


Expansão Forbidden West ainda não foi jogada. Nova análise será realizada em breve.

Áudio e Dublagem

O jogo foi dublado em português brasileiro por um trabalho de localização da Sony que surpreende. A maioria das inserções tem algum tipo de dublagem e quase todas as frases de Eloy são narradas. Os personagens principais tem sua dublagem em vozes características e com trejeitos do nosso idioma. Mesmo na falha pontual do sincronismo labial (isso é normal que ocorra) é um jogo agradável de ser escutado.

Para quem jogou The Last of Us, na versão de PS3, Horizon Zero Dawn segue o padrão de qualidade e sendo um ex exclusivo que nasceu no PS4, geração seguinte, e chegou aos PCs com melhorias pontuais que deixam qualquer jogador mais técnico impressionado. Vale o que cobram.

Nos barulhos das armas, dos tiros, na movimentação dos personagens, nos rugidos de animais, na mudança de terreno onde se pisa, no vento do cenário aberto em relação ao fechado (ou interior)... Todos os ambientes têm suas características sonoras que mostram um cuidado da produção.

Curiosidades: Os acertos e erros da proposta

Para quem joga muito, cerca de 10 ou 20 anos já, viu muita coisa ser criada e lançada com o passar dos anos. Diferentes franquias surgiram e outras foram ou esquecidas ou abandonadas e que, no final, deixaram algumas marcas no jogador. Horizon, por natureza, deixa as suas, boas ou ruins, são marcas importantes.

Sistema de combate é bom e a diversidade de movimentos, mesmo restrita, também.

A diversidade de armas não é tão extensa mas dá pro gasto.

Diversidade de animais e inimigos na base de dados é pequena. Pode parecer grande no início mas as repetições serão constantes.

Apesar de existirem poucos “chefes de fase” de destaque, no caso “chefes de momento”, alguns são divertidos mas a maioria é chato de ser derrubado.

Algumas confrontos podem ser feitos a longa distancia e com paciência, muitos inimigos derrubados na surdina e em um bom posicionamento do jogador pelo cenário. Mesmo que os inimigos revidem, paciência será uma virtude.

A solução adaptada de Assassins Creed em subir torres para abrir o mapa local foi bem encaixada.

Subir pescoçudos é divertido. Alguns são mais trabalhosos que outros devido o ambiente ao redor.

Barra de experiência entre níveis, no lado direito da tela, como parte da HUD, é uma tremenda ajuda. Não evita abrir os menus com certa regularidade mas é uma forma de manter o foco dos jogadores na progressão do nível, principalmente daqueles que querem chegar no máximo.

Não precisar do nível máximo para vencer o chefe do jogo. Bom para os apressados.

Aumento de 10 pontos na barra de vida a cada nível alcançado. Pode parecer pouco, e é, mas ajuda.

Sistema de dinheiro, cacos, é estranho. Nome diferente para dar a moeda corrente mas faz sentido devido o contexto.

Vendedores espalhados por diversos acampamentos, mini cidades e fortificações. Neles também é possível recomprar o que vendeu e comprar novos itens que sejam importantes.

Sistema de criação de flechas no menu de combate e possível de ser acessado durante o combate. Estranho? Sim mas uma mão na roda. Até porque, flechas não caem dos corpos das máquinas.

Viagem rápida com o uso de kits de viagem. Não, essa ideia passa longe de ser a melhor solução.

Jogar num controle genérico de Xbox 360, com alguns problemas na sensibilidade das alavancas, não me fez perder a fé no projeto. Tenham um bom controle pra jogar porque vai fazer muita diferença.

Conclusão


É possível encontrar diferentes promoções para o jogo nas lojas digitais (GOG, STEAM, EPIC) mas conseguir comprar essa versão, complete edition, por menos de 50% do preço cheio, já será uma ótima aquisição. Para quem gostar de alguns elementos de RPG e Assassins Creed misturados, é um prato cheio de conteúdo.

Se quiser saber de quem Eloy veio, quem é o real vilão dessa história, e o porque dela ser a heroína, jogue, é divertido. As mecânicas foram bem construídas para diversificar a forma como os jogadores exploram as possibilidades de trabalho dentro das opções disponíveis. A dublagem por si só é um deleite. Os cenários são construídos de forma harmoniosa e agradável. Mesmo em níveis básicos de dificuldade haverá dificuldade suficiente para prender o jogador nessa jornada. Sua diversidade de conteúdo é extenso o bastante para não ficar monótono em poucas horas apesar de ser cansativo no longo prazo.

São necessárias umas 50 horas de jogo pra chegar ao final, mesmo que essa animação não seja a melhor do trabalho todo. Como teve gente nos créditos finais. Muita gente mesmo. Infelizmente a expansão, DLC de Frozen Wilds, ainda não foi terminada e por isso será feita no futuro.

Ass.: Thiago Sardenberg
Até o próximo jogo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

 Jogar Assassisn Creed 3 foi uma tremenda frustração em torno de variados problemas que a franquia tem devido a sua tradição e forma de cada jogo ser construído. Falar mal ou das falhas de qualquer projeto de jogo é a parte mais fácil de quem se intenda a escrever uma crítica sobre jogos. O que a maioria de nós, jogadores, criticos e mídia especializada acredita ser saudável é fazer exatamente o que a maioria faz, falar mal e exaltar os erros desses projetos. Então o esforço e o trabalho dessa crítica, e sim a parte complicada desse texto, é tirar o joio do trigo de uma obra que tem sim pontos positivos e negativos já bem conhecidos.

Vamos aos erros, que é a maior parte das críticas.

Problemas de câmera e sua movimentação voltaram. Independente da versão, Xbox, PS3 ou PC, os controles não são bons. O tempo das legendas, mesmo em inglês é horroroso, não foram poucas as vezes que percebi erro de sincronia da legenda com o que estavam falando nas animações. Os mapas foram construídos de forma estranha e as famosas torres de observação, antes não complicadas de serem alcançadas, ficaram bem chatas de se alcançar, além de terem diinuído em números.

A movimentação dos personagens (protagonistas da versão) pelos cenários é um lamento. Lento e demorado. De montaria até melhora mas o problema de controlar o trote dos cavalos é um soluço atrás do outro. O sistema de batalhas é falho e estranho. Além de cansativo o velho conhecido padrão de ataque e defesa não tem muitas diferenças além do correr, mirar e defender que não define qual é o personagem a ser atacado ele apenas trava em um e vai. Ao menos foi simplificado para aumentar as possibilidades de se defender.

Parece que a UbiSoft, até então, não queria fazer concessões aos ajustes necessários nesses quesitos pois vieram das versões anteriores (Brotherhood e Revelations) pois já havia mostrado eficiência o bastante para garantir sucesso comercial da franquia. Realmente, o tradicionalismo impera em time que está ganhando. Então, mesmo depois dessa ode aos equivocos, onde estão os acertos dessa versão?

Antes dos acertos vamos aos outros detalhes.

Continuando a história de Desmond Miles, o jogo conta o final de sua incursão de Assassino com suas escolhas e desafios para terminar o trabalho que Abstergo começou e se esforçava para concluir. Ao reencontrar Minerva e Juno, diversos dilemas e problemas são levantados, acarretando no desfecho das ações de Desmond. Em um determinado momento, ele passa pelo Brasil, e essa foi uma surpresa e tanto, porém para os Brasileiros uma perda de tempo, mal representada e pífia participação de nosso país/povo num jogo internacional.

No quesito participação não tenho do que reclamar mas no quesito gráfico, ao menos as publicidades da estação e do estádio – que representam o país – poderiam estar em português (ou do Brasil ou de Portugal), o que não estavam e é meramente um detalhe mas que me deixa na corda bamba em falar de forma positiva ou negativa a respeito desse trecho. Na percepção local, as críticas são até fundamentadas e poderiam ser evitadas mas como o cenário faz parte do roteiro, querendo ou não, todo o mundo passou pelo Brasil em Assassins Creed 3.

Uma parcela considerável do jogo se passa em cenários com neve ou no inverno e nesse ponto, a equipe trabalhou bastante pra deixar verossímil. Andar, correr, cavalgar ou fazer movimentos rapidos fora das trilhas, onde a neve é fofa e densa, realmente deixa a imersão mais interessante. Evidente que poderiam melhorar outros aspectos mas nesse detalhe a equipe fez algo realmente bom. E mantiveram a possibilidade de nadar. Em certas missões só nadando mesmo pra sair de problemas ou alcançar objetivos...

Fatos curiosos sobre o cenário no Brasil.

Ter cartazes do Desmond de procurado, em inglês, no meio da estação, isso não é natural aqui.

Na estação, que representa São Paulo, mesmo no verão, não é comum ver mulheres de biquini por lá. 

Se fosse um estádio de futebol com aquele público todo na porta do espaço de jogo seria bacana mas é um estádio de luta, tipo MMA, outro detalhe que mostra o quão não natural, ao real, o cenário é.

Tem mistura de línguas que é estranha, os guardas da Abstergo falam em inglês – OI? Como assim? - com brasileiros, que alguns correm e falam, em português, que o carinha do cartaz de procurado está naquele espaço. Isso não faz sentido algum...

No trecho dos becos, tem 2 brasileiros conversando sobre uma transa entre um casal e o sotaque das personas beira a um espanhol mal pronunciado, com português de angola e carioquês que percebe-se ser dublado e forçado. Poderiam ter pesquisado melhor o dublador. 

O esforço da dublagem é louvável e pelo original, mesmo em inglês, ter trechos dublados em um pseudo português do Brasil, também é relevante.

Tiroteio num lado da arquibancada, privativa, do estádio, com os arredores bem cheio de gente, sem causar alvoroço algum é tão irreal em qualquer lugar como seria um estádio de MMA no Brasil.

Todas as reclamações juntas, sobre o cenário de SP, faz jus as críticas dos brasileiros.

Enfim, meros detalhes...

Terminando o que foi começado...

Para quem começou uma nova franquia, lá no jogo de 2007, poder terminar a trajetória de Desmond era o final de uma era de diversos sucessos. Para alguns bem questionáveis, para outros um sonoro declame de "Jogue! Vale muito!". Mesmo com seus altos e baixos, acertos e erros, e equívocos que levaram a produtora a dizer que o jogo não seria anual, o que acabou virando, a fez passar por variadas sequencias que mostraram para onde um jogo deve e não deve seguir.

Tentaram, da sua forma, fazer algo parecido com Kingdom Hearts, intrincada, complexa, complicada e fragmentada franquia de jogos de RPG japoneses que demorou mais de 10 anos pra terminar a história principal. Devido a sucessos anteriores entretanto só comprovou como o time vitorioso dos jogos passados não necessariamente teria e seria o mesmo sucesso de seus irmãos maiores. Existe uma máxima na indústria criativa que diz "3º filme? 3° Jogo? Sem ser uma droga total, muito provavelmente não será tão bom quanto os outros foram..." e realmente essa máxima imperou.

Ao passar por protagonistas diversos, em épocas distintas, a franquia Assassins Creed mostrou que existem muitos locais, momentos e períodos pertinentes para se contar como os dois grupos, Assassinos vs Templários, podem virar mocinhos ou vilões a qualquer momento, dependendo apenas do roteiro e intenção do jogo e é aqui começam as coisas boas do jogo...

Infelizmente, mesmo com arco e flechas à mão do protagonista, até mesmo a franquia Zelda ou Elder Scrolls conseguiram ser mais eficiente no uso dessa arma tradicional do que o jogo. Ponto positivo por existir mas poderá ser ignorado pois é mais um acessório estético do que útil. A machadinha é util.

Uma das missões, ao menos a que percebi como sendo uma das mais difíceis, felizmente é curta. Atravessar o campo de batalha com um pelotão inteiro te atirando e explodindo bombas a cada 5 segunds foi tensa. Essa realmente causa estresse no jogador.


Os acertos da versão...

Começar como um Templário, que protegeu um grupo de Índios, e por um acaso do destino teve seu filho, com uma nativa americana, sendo um mestiço dos dois povos, virar um assassino ou templário deveria ser uma escolha do jogador mas foi do roteiro levar o protagonista aos assassinos. 

Controlar um 2° protagonista, filho do personagem inicial, também foi interessante. O que nos leva ao que Assassin’s Creed Syndicate fez posteriormente, onde 2 personagens são controlados ao mesmo tempo.

Ao controlar um Templário, também nos leva aos acontecimentos de Assassin’s Creed Rogue (spoiler), que realmente dedica sua história a um meio assassino e meio templário. Essa personagem estava na busca por um autêntico credo mas percebeu que não depende de filiação para ter seu próprio credo.

O final do jogo, em ambas as situações - dentro e fora do Animus - é um tanto estranho. (eta spoiler do final da obra) Ao menos o jogador pode completar suas missões posteriormente aos creditos pois o jogo volta de onde Connor parou, mesmo que Desmond se sacrifique.

O vilão da história não ser quem se pensava ser foi uma boa surpresa. No início se imagina uma personagem e no final é outro. Mesmo que durante o jogo o vilão apareça em determinados momentos, indicando quem é, demora um certo tempo até saber em quem mora o grande problema da história. A maneira de terminar com o vilão foi algo inovador, mesmo sendo forçadamente construído.

Controlar grupos de soldados, durante a guerra americana, melhorando, diversificando e expandindo o que Revelations fez anteriormente foi uma inovação.

Ter um navio disponível para usar, mesmo em percursos pré definidos, com batalhas náuticas e de fortes, foi uma ótima adição ao contexto de veículos que o jogo, até então, não tinha. O que nos leva ao mapa de Assassin’s Creed 4 Black Flag, que volta no tempo e nos leva aos primórdios da família dos protagonistas do 3° jogo e ao protagonista do Rogue que nos leva ao controle de um templário (boas ideias merecem suas próprias histórias).

Dublagem continua boa e realmente usar a língua dos Ameríndios foi uma forma bem bacana de representar um dos povos do jogo mas, como já dito, nos leva ao contexto do cenário brasileiro não ter um bom português na língua comum e nem nas publicidades do cenário tem a nossa língua escrita, porém a plaquinha de Metrô, sim esta tem um famigerado aceto. Cadê a lógica?

Ter a língua original de um dos povos nativos da América, não é tão estranha quanto escutar um Coreano ou Japonês pela primeira vez, e vejo como um acerto que se repetiu no jogos seguintes em cenários ou momentos específicos que serão percebidos. Um acerto de que se repetiu e se consagrou.

Conclusão…

Não é o melhor dos jogos da franquia. Mesmo com seus defeitos e erros, mostra uma certa coerência com o que a franquia se propõe a fazer: visitar diversos locais do mundo, por motivos diferentes enquanto se visita épocas distintas das sociedades humanas, mostrando hábitos e culturas bem diferentes das atuais.

Separar o joio do trigo, neste jogo, mostra qual foi o caminho que a franquia seguiu depois do 3°. Os acertos foram repetidos e melhorados, criando novas incursões históricas, curiosas e memoráveis. 

Terminar com o pseudo e provisório fim de Desmond, mas não de suas memórias, neste jogo mostra o quanto a franquia se desgastou no passar dos lançamentos e que precisava de renovações boas e merecidas que vieram posteriormente.

Caminhar entre a tradição dos jogos anteriores onde acertos foram mantidos e erros pontuais permaneceram e novas coisas estranhas e mal vindas também deram as caras, a opção de jogar o AC3 é apenas um mero detalhe. Se for para fazer uma escolha: não o jogue como sendo um jogo maravilhoso pois ele passa longe disso mesmo com seus acertos. 

Ao final fica aquela sensação de: paguei caro para essa estranhesa. Sim é o gosto insosso de uma obra feita com certa pressa e com a falta de polimento característico dos jogos anteriores que acaba por prejudicar seu brilho. Como deveria ser, tempo de lançamento comercial e polimento são coisas que andam em ritmos distintos, independente do projeto e da versão de uma determinada franquia. Dê tempo ao tempo para que as coisas podem sair melhores que o planejado pois se apressar no processo de maturação das ideias e propostas, o produto prede o ponto e deixa a desejar.

Até o próximo jogo.
Ass.: Thiago Sardenberg

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O credo de um assassino 4: A Bandeira Negra

Em cerca de 18 meses (1 ano e meio) consegui jogar 4 jogos da Franquia AC.

Assassin's Creed 1, Assassin's Creed 2, Assassin's Creed Rogue e Assassin's Creed 4 Black Flag.

É possível ver a evolução da franquia durante a passagem dos jogos e as melhorias são enormes entre eles. Quando se compara com os jogos mais próximos do original, pouca coisa mudou. Quando chegamos nos jogos mais recentes, a melhoria do roteiro e das histórias dos personagens ganharam muito mais significado. Black Flag foi, sem duvida alguma, a melhor versão dessa franquia na geração PS3 / Xbox 360. Recomendo para quem quiser jogar algo bom e longo. Foram cerca de 55 horas (com algumas delas perdidas devido a muitas mortes e vacilos da minha parte) e procurando os mapas das plantas para melhorar o navio ao extremo para enfrentar os 4 navios lendários (que por sinal são bem difíceis mas não impossíveis).

Essa análise vai ser diferente das outras porque foi baseada no bate/rebate das conversas de rede social. Com a participação de conhecidos da minha lista ficam os comentários...

1)  Comentários de outros jogadores...

Beatriz Dias Queiroz: Black Flag é o melhor até o momento pra mim! A história do AC 2 com Ezio tb é fenomenal, porém a história, cenário e jogabilidade de Black Flag é maravilhosa

Thiago Sardenberg: é o que eu percebi jogando. Muito superior aos antecessores e mesmo sendo mais velho que o Rogue ainda é melhor. Rogue é 20% mais curto e tem quase tudo o que o Black Flag tem. O que eu mais gostei nos 2 jogos foram as batalhas de forte. Elas são muito divertidas. Daria uma boa experiência de mobile.

Beatriz Dias Queiroz: estou jogando o Odyssey e confesso que dos jogos da franquia do AC, Black Flag continua sendo o meu favorito. Vamos ver depois o novo, o Valhala..

Thiago Sardenberg: Eu li um romance da época retratada. Não gostei do romance mas o período é bem rico em conteúdo de conflitos entre povos. O que eu gostei bastante na franquia, fora o fato de ser open world (algo que ela me ajudou a não desgostar tanto como no inicio, pois em GTA eu continuo a ficar perdido no mapa das cidades) foi justamente a diversidade de períodos que ela abrange. É praticamente o jogo da evolução da cultura ocidental. É bem interessante.

Leandro Theo Vieira: Não terminei mas joguei bastante. Ótimo gameplay, envolvente e deslumbrante graficamente. Porém daí em diante deixou de ser um Assassins Creed. Tem diversos elementos da franquia mas passou a ser outra coisa, muito boa também...

Thiago Sardenberg: Para quem acompanha o que venho postando aqui nas rede sociais já completei o AC Rogue e neste caso, as horas iniciais do Rogue me deixaram muito, mas muito, mareado. Fiquei bem tonto no começo depois me acostumei e fui tranquilo continuar. No Black Flag isso passou longe mas pode ser que aconteça com quem é iniciante.

Paulostore Filho: Não passe do Unity.

Thiago Sardenberg: Só poderei jogar o Unity no PC e já está bem ocupado de trabalhos e outras coisas. Até conseguir jogar o Unity não vou parar de jogar coisas no ps3, Wii ou 360. Fora as plataformas online que tem promoção e jogos 0800 toda semana. Sem dúvida não tenho o que discutir sobre quantidade e variedade. É muita opção.

Roni Rodrigues: Jurava que o Black Flag era o 3. Comecei a jogar mas nem deu pro cheiro ainda... sempre acabo partindo pra outro. O único que zerei a história toda foi o Unity! Se não me engano é revolução francesa... muito bonito! Gostei!

Thiago Sardenberg: Sim, Unity acontece na França. Depois do Black Flag ocorre o Rogue, vai pro 3 (revolução/independência americana) e termina no Revolution. Voltam a Europa da revolução francesa, vão para a revolução industrial (Inglaterra) e terminam no Chronicles Russia (revolução bolchevic de 1917). Depois disso chegam aos anos 2012 onde Desmond é o protagonista e aí é história já contada em outros jogos.

2) Sonoplastia

O jogo está dublado de forma impecável. Mesmo que tenha alguns deslizes no início o trabalho é competente. Além da dublagem brasileira ainda é possível escutar outros idiomas como o inglês, o francês e o espanhol (catalão) bem comuns do período e da região retratados.

Para quem estudou ou tem uma facilidade de entender ao menos 2 das línguas retratadas fica aquela sensação de conforto sonoro pois as variações linguísticas estão presentes. Ouvir um ‘Hey, what can I help you today?’ bem britânico ou ‘En que posso ajudar-te, señor?’ do espanhol são facilmente reconhecidos. Vez ou outra um ‘Merci beaucoup’ francês aparece.


3) Mapa e cidades da região

Por ser uma região bem explorada pelos europeus, mapas antigos estão disponíveis pelo jogo, verá uma série de detalhes importantes. Se fizer uma busca rápida na internet e verificar como a região está hoje fica notável como a adaptação ficou pertinente.

Nomes conhecidos como Havana, Florida, Kingstone, Tortuga (para quem lembrou de Piratas do Caribe esse nome é famoso), ou Nassau, fora outros nomes menos famosos, perceberá que muita coisa não mudou tanto. Manter os nomes originais, até porque a proposta da franquia é ser fiel aos períodos históricos que ela quer/deve retratar e vê-los, no passado (dentro do jogo) e no futuro (neste caso no presente em buscas pela internet), no decorrer do jogo e dos mapas atualizados, é uma surpresa bem interessante.

A sensação de imersão ao período e local que o jogo cria por reproduzir as regiões que o jogo passa é fenomenal. Não atoa demorar tanto tempo para ser produzido.

4) Mecânicas e Colecionáveis

Falar de Assassin’s Creed sem falar dos detalhes da franquia e de seus colecionáveis é o mesmo que eliminar 60% de todo o conteúdo disponível pois boa parte do jogo será pegar esses colecionáveis. Apesar de ser chato e permanente durante um bom tempo, são esses itens que fará o jogador gastar horas e mais horas explorando os mapas e cada detalhes dele.

As torres estão lá e ajudam nas viagens rápidas, mesmo com as telas de carregamento. A visão de águia, o salto de fé, os pedaços de Animus, o esconder-se para assassinar alvos, subir paredes, pular grandes distâncias, achar baús, roubar ou salvar pessoas, procurar e eliminar guardas, evitar confrontos, enfim, tudo o que faz AC ser AC estará lá.

O que me deixou surpreso foi a utilização de pistolas e sarabatana. No AC 3 as pistolas estrearam mas o jogo Black Flag ocorre antes então adaptações foram feitas. Os dardos de sono são úteis em uma pequena parcela de casos mas os ensandecidos foram a grande adição. Cada vez que um guarda fica ensandecido outros começam a atacá-lo ou são literalmente mortos, nesses confrontos. No final das contas a ajuda desses inimigos, muy amigos, se torna uma forma rápida de eliminar uma quantidade elevada de oponentes em determinados cenários. Para quem gosta de furtividade, esse item é uma maravilha.

Para quem gosta de Troféus (ou conquistas) o jogo tem os seus bem específicos definidos em 3 categorias simples: História (você irá pegar querendo ou não), opcionais (que dependem de outros objetivos para serem alcançados) e os do modo multijogador (que precisa dos servidores funcionando e com outras pessoas jogando para serem liberados). Caso queira jogar só o modo história já terá uma parcela relevante de prêmios disponíveis que não serão complicados de conseguir. Os piores são sempre os que dependem do modo online. Vacilo da UbiSoft colocar troféu online. Quem tem console bloqueado para modo online não é um problema mas para quem pode jogar online o modo já pode estar desligado. Complicado...

5) Homem ao mar, Capitão! Personagens históricos...

O personagem principal é Edward Kenway  que é controlado pelo jogador. Além de pirata e assassino é um capitão de um navio que deverá ser melhor equipado para enfrentar outros navios da marinha Espanhola ou Inglesa e que deverá libertar 12 fortes que protegem os mares do caribe. É esposo de Caroline Scott (com quem tem uma filha que só aparece ao final do jogo).

Edward Thatch é o famoso Barba Negra, lenda viva da época enquanto outros piratas como Anne Bonny, Charles Vane e Antó (exescravo) dão as caras. Ah Tabai é um Assassino da região caribenha e Adewale é apresentado bem mais novo (ameríndio, assassino, volta em Rogue e que tem na expansão Freedom Cry parte de sua história contada). Kenway tem outro filho ao final do jogo, Haytham Kenway (futuro templário), que é pai de Connor (assassino protagonista de AC 3). Esses 3 descendentes são antepassados de Desmond Miles, que conhecemos no 1º Assassin’s Creed.

Fora os piratas os templários também aparecem aos bandos. Laetitia England, Edmund Judge, Kenneth Abraham, Josiah Burgess, Julien du Casse, John Cockram, Hilary Flint, Benjamin Hornigold, Jing Lang, Lucia Márquez, Woodes Rogers, Laureano de Torres y Ayala são as peças chaves que irão levar o jogador ao final da aventura. Para cada pirata um templário? Nem tanto mas é quase isso só que os templários tem muito mais gente trabalhado com eles enquanto os assassinos estão diminuindo. E os templários tem a intenção de sobrepujar coroas e poderes como forma de controla as pessoas e até mesmo governantes diversos.


Para constar da informação: mapa do jogo na 2a foto, mapa real da região na 1a foto.

6) O Credo continua.

A premissa é a mesma: evitar que os templários controlem artefatos que pode os fazer dominar o mundo enquanto os assassinos tentam preservar o livre arbítrio e a liberdade de escolhas pertencentes ao humanos como forma de vida. Porque apenas um seleto grupo de pessoas pode ter a liberdade de fazer escolhas sopre pujando e diminuindo vários outros? Se te lembra os ideias iluministas que a Revolução Francesa exacerbou não é um mera acaso. Unity pode ter surgido dessa mesma ideia.

7) Conclusão

Não é por acaso que a Ubisoft gastou cerca de 3 anos, 2 só de produção, com 10 estúdios ao redor do mundo, pra entregar essa obra no tempo previsto. Bizarro mas o retorno é fabuloso. Vale cada centavo investido. Jogue. Curta. Viva a era de ouro da pirataria que o jogo se propõe a fazer. Tem lá sua graça mesmo sendo um período pra lá de nebuloso na história humana. 

Até o próximo jogo.

Ass.: Thiago Sardenberg