sábado, 13 de dezembro de 2025

O Elemento Fantástico dos jogos

 Essa postagem se iniciou numa publicação minha em uma rede social.

Lembro que essa postagem é só uma sugestão de temas relacionados a jogos digitais e se for possível referenciar essa postagem em futuros trabalhos acadêmicos, ou jornalísticos, por favor, façam as devidas menções pois estudar isso por mais de 30 anos não é pouca coisa. Obrigado...

Vamos ao que interessa...

---- Postagem original ---- 

A cada par de horas que jogo No Man's Sky a ideia geral da proposta me surpreende cada vez mais.
Mas é só um jogo...
Nem tanto...
Agora a comunidade criou a tabela periódica dos elementos disponíveis no jogo.
Obviamente, falta muita coisa em relação a realidade mas é um começo interessante.
E indo mais além do que o aparente e inusitado resultado da imagem dessa postagem ainda temos o fator "Elemento Fantástico" presente em todos os jogos.
O que é esse tal de "Elemento Fantástico"?
Comenta aí...

---- Fim da Postagem original ---- 


Mas essa postagem não começa solta como aparenta ser. Ela tem origem em uma outra, anterior a essa.

---- Postagem original ---- 

No Man's Sky é um jogo, para os mais céticos, infinito.
Para os jogadores, de longa data, uma aventura quase perfeita.
A perfeição não está nos seus gráficos ou processo de construção dos sistemas e da galaxia de forma procedural...
Mas como os mistérios e segredos internos do jogo são apresentados.
Essa foi uma das cenas mais bacanas que já vi.
E olha que jogo essa coisa faz anos e tem sempre algo novo.

---- Fim da Postagem original ---- 


Enfim a pergunta que interessa: O que é esse tal de "Elemento Fantástico" dos jogos?

Ele se apresenta de diferentes formas. É poder ser o bandido fora da lei que enfrenta gangues de traficantes e foge da polícia (GTA). É ser um herói de guerra, que enfrenta guerrilheiros, mafiosos, terroristas, e exercitos de outros países (CoD) para seu governo sair como bonzinho. É o encanador baixinho, gordinho e simpático, que entra pelo cano pra salvar a princesa (Super Mario). Um ouriço espinhento, rápido pra caramba, que enfrenta um humano, gordo, que quer escravisar todos os animais (Sonic). É ser o marsupial maluco cheio de carisma que precisa salvar sua irmã (Crash Bandicoot) do vilão da aventura.

Enfim, esses são alguns dos fatores, técnicos e visuais, rapidamente reconhecidos como "Elemento Fantástico" onde o carisma e a junção de coisas diferentes criam um contexto, visual, que constrói uma verossimilhança cativante dentro daquele universo e que agrada quem joga e quem assiste. Por terem seus desafios, baseados em coisas simples e diretas, e devido as restrições de época de suas plataformas nos seus anos iniciais de construções (NES / SNES ou Master System / Genesis ou PS1), onde a ousadia e o inusitado, eram carros chefes da construção de novos mascotes, personagens, e heróis.

Porém, esse "Elemento Fantástico" também se mostra de diversas outras formas para os jogadores. É poder seguir fielmente os padrões da física num jogo de caça (Sniper Elite / Dear Hunter). É reagir as diversas relações humanas presentes nos jogos de sobrevivência com monstros (The Last of Us / Days Gone) e zumbis. É o fator susto, medo, nos jogos de terror (Resident Evil / Silent Hill / Dead Space / Alien Isolation). É o restrito aparato tecnológico disponível para sobreviver à situações absurdas. É transpassar realidades extremas, onde enfrentar o desconhecido com lanternas ou cameras (Fatal Frame) é sua única arma. Até mesmo ser um agente do governo dentro de uma agencia secreta que tem uma arma que muda de forma de acordo com a situação (Control) e poderes paranormais (Alan Wake) para desvendar um mistério sombrio e cabuloso. São esses elementos, inusitados para alguns jogos mas o  fator cricial em outros, que fazem os games serem cativantes, dentro e fora, de suas propostas.

Mas esse elemento não fica só nesses pontos, ele vai muito além. Ele se apresenta na forma de como reconstruir diferentes épocas da história humana. Onde poder vivenciar a realidade do período medieval, e suas mazelas é o mote (Kingdom Come Deliverance). Dentro dessas reconstruções, o poder viver o fantástico como um Bruxo caçador de monstros (Witcher) é o princípio do desafio, ou um elfo que precisa salvar a princesa (Zelda) de um demônio antigo e sai viajando no tempo e por ilhas voadoras, é a recriação e conjunção de diferentes fatores, que torna a proposta, divertida, interessante, e acolhedora. Elementos inusitados para algumas épocas mas inovação e ousadia para tantas outras.

É também poder viver o que sempre se sonhou na realidade mas a disputa é tão acirrada que fica difícil competir e só sobrando os jogos como acesso ao sonho perdido. É poder ser um corredor de Formula 1 (F1) e de corridas de rua em simulação fidedígna a realidade (GT / Forza) é o auge da criação. Ser um jogador de futebol famoso (FIFA/PES) ou um astro do basquete (EA NBA / NBA 2K) é viver o estrelato. Ser um grande entusiasta do golf (PGA Tour) ou o maior e mais famoso Sk8tista do mundo (Tony Hawk's) e até mesmo o mais renomado surfista do mundo (Kelly Slater)? São situações possíveis dentro dos jogos.

As possibilidades são tantas que o "Elemento Fantástico", quando se apresenta como cabível, ou não, mas atua como uma "supercola" que ao ser bem utilizada cria uma liga interessante entre a fidelidade da proposta sugerida e o abuso da simulação realista como motor condutor da ideia geral desss jogos. 

Mas também possibilita aos jogadores serem aqueles heróis dos quadrinhos (Marvel / DC / Dark Horse) que nunca imaginaram ser na vida, até porque é impossível, pode virar realidade. Ser um boneco de briquedo que se desmonta e se remonta (LEGO), como eu quiser, é o início de uma grande aventura. Onde usar roupinhas divertidas, num nundo de cordas e tecido de juta, para me aventurar no mundo da imaginação livre vai além dos limites (Little Big Planet), é viajar por diferentes realidades e ser um desbravador de sonhos loucos que nos prende por horas e horas. E também não se pode esquecer das situações divertidas que um simulador de vida (The Sims) cria ou ser prefeito (Sim City / Cities Skylines) de uma cidade nova, é a cola da diversão. Até mesmo ser um ditador corrupto construindo seu imério (Tropico) ou monarca imortal (Civilization / Age of Empires) pode reviver batalhas históricas.

Onde o céu é o limite, poder fazer parte de uma escola de bruxos no século XIX (Hogwarts Legacy) e precisar evitar / ou causar o caos, nessa escola de magia, é o que diverte, ser, até mesmo, o aluno mais bagunceiro e malvado do espaço também pode divertir (Bully). Onde ser o vilão da história é o fator de interação, se transformar num tubarão sedento de fome por carne humana (Man Eater), ou num Alien vingativo que precisa destruir a humanidade (Destroy all Humans), ou um grupo de macacos gigantes destruidores de cidades (RAMPAGE) é o motor do caos, também se mostram ideias curiosas.

E quando nossa família é a mais famosa do mundo (Simpsons)? Onde interagir com os habitantes da cidade, andar de carro, e fazer as mais diferentes aventuras nesse espaço, é também ou fazer parte da gangue de desbocados mais palavretos que possa existir (South Park) é o carro chefe? Viver no futuro distópico da siciedade (Futurama) é algo possível, só a imaginação é o limite da construção desses jogos com o seu respectivo "Elemento Fantástico".

No pior do casos, e isso é importante, ser um assassino (Hitman) que trabalha na surdina, e na calada da noite, é o fio condutor da história, se mostra uma aventura de vingança e recanche? Ser um inocente, acusado de assassinato, que precisa achar o culpado, pelas suas ações, e se enfrentam no final da jornada (Fahrenheit: Indigo Profecy) é o ponto chave da proposta, conduz o jogador a diferentes finais dessa aventura triller digno de Hollywood. Ser um pai desesperado para achar seu filho sequestrado (Heavy Rain) é trilhar um caminho duvidoso, e masoquista, que certas pessoas, sádicas, causam que tornam distintos inocentes em vítimas, de situações extremas, de uma sociedade doente e maluca, mostra como a interação e fidelidade a realidade comum também tem impactos positivos nessas experiências. 

O inusitado é possível e se mostra verdadeiro, dentro dos limites dos jogos, ao construir narrativas e possiblidades que livros, filmes, novelas e quadrinhos não permitem, mas que, ao usar a parcimônia e os limites da realidade, com os dois pés no chão, criam obras realmente impactantes e relevantes.

No Man's Sky, e tantos outros jogos, anda por esse limiar que divide o poder realizar, ou não, certas coisas dentro das possibilidades físicas da realidade conhecida e é também manter os dois pé no chão, onde o seu limite é a imaginação dos jogadores pois dá à eles as ferramentas e opções de cair dentro, desse universo, e ser feliz. É quase um Second Life, outro jogo com cara de rede social, que fez fama por algum tempo, e que foi o precursos da Realidade Virtua / Realidade Aumentada que os Oculos de Imersão RV estão trilhando hoje. 

O "Elemento Fantástico" é o elo entre a ideia original alinhada às possibilidades tecnológicas de construção dos projetos. É a fidelidade (realistica visual / contextos de narrativas) dos jogos, dentro dos seus universos, possibilitando aos jogadores fugirem da realidade comum para experimentar, outras vidas, dentro da sua própria, sem correr o risco de se perder, ou não, dela mesma.

Até o próximo texto.
Ass.: Thiago Sardenberg

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Steamworld Dig 2 - Cave no Mundo do Vapor, onde chegar mais fundo é o mote

Steamworld Dig 2 (SWD2) é a continuação da proposta inicial de escavar e chegar cada vez mais fundo, num quase infinito poço sem fundo, mas tem fundo, o final do jogo...

Continuando de onde o jogo anterior terminou, SWD2 manté a base mecânica de Super Mario Bros 2, das Américas, que no Japão tem outro nome. Ao misturar elementos de coletar itens para vender, comprar equipamentos para evoluir, a coleta diversos minerais valiosos é levantar o rico dinheirinho. Tio Patinhas que gostaria de estar nessa. Mas, antes da sonhada fortuna da mineira escavadora, é só após coletar os metais preciosas que se ganha dinheiro para comprar novos itens novos. Evoluindo a personagem também se evolui os equipamentos se não, a dificuldade crescente, da escavação, se tornará um problema instransposnível. Evoluir também exigem procurar, desenterrar e acumular as engrenagens escondidas pelas áreas, para liberar ainda mais habilidades. A todo instante, o mote do jogo deixa claro: isso é um metroidvania e escavar, achar novas salas, evoluir, voltar a cidade, vender metais, comprar itens será uma constante.

Os metroidvanias são baseados em duas franquias nascidas na década de 1980. Castlevania, onde o jogador controla um heroi que precisa vencer o Drácula no final do castelo. E Metroid, baseado na franquia Metroid, onde uma caçadora de recompensas, precisa eliminar as ameaças dos Piratas Espaciais em um planeta qualquer. Sabendo desses detalhes, continuamos a análise do jogo...

Traduzindo o nome: Steam World Dig. Steam: Vapor; World: Mundo; Dig Cave. Algo que poderia ser Cave no Mundo do Vapor. Vapor (Steam) tem relação direta com Steam Punk, subgênero ficcional ao qual Frost Punk, Ghost in The Shell, Akira e Matrix se baseam. Outras obras que existem como Blade Runner e Full Metal Alchemist também se apresentam carregando parte dessa abordagem.

Baseado nas tecnologias da Revolução Industrial de 1850 e graficamente no período da Raínha Vitoria, da Inglaterra, com uma pegada de velho este americano, bem na metade do século XIX, continua sendo fonte de inspiração para diferentes trabalhos atuais. Os mais emblemáticos jogos, que referenciam o período são: The Order 1886 e Bloodbourne como exclusivos de PS4 e Assassins Creed Syndicate que compartilham visualmente diversos detalhes do mesmo périodo (não confunda Lies of P que é baseado na Bela Epoque, da França de 1900 e Paris a cidade luz).

Com iluminação melhorada, novas texturas, animações, armas e cenários, a evolução visual da proposta é perceptível ao jogar os dois jogos da proposta em sequência. Os gráficos continuam desenhados a mão, igual o original e mostram como a equipe melhorou a técnica. A qualidade é relevante e demosntra cuidado, atenção e carinho em detalhes que, muitas vezes, irão passar despercebidos, mas estão ali. As animações, dos personagens, parecem pobres mas não são. São delicadas e propositais. O que realmente interessa é o movimento dos personagens chaves não os cenários. Além de ter melhorado o que seu antecessor construiu, tem novos destaques em relação a predecessor que estão mais agradáveis. 

As músicas são agradáveis. Apesar de, dependendo do tempo que se gaste para chegar ao final da área explorada, possa cansar com o tempo. Uma característica presente nos dois jogos. As personagens não falam mas têm barulhos individualmente definidos para representar voses, um balburdio divertido. Os inimigos quando morrem ou explodem fazem barulhos diferentes o que pode assustar desavisados. Cada movimento da personagem contralada tem seu som característico e com o passar do jogo se acostuma e diversifica, mesmo que em poucas coisas. Mudou-se a arma usada? Muda o som. Mudou a pedra quebrada? Mudou o som. Mudou de metal precioso para pedra preciosa? Mudou o som de novo. E assim vai seguindo.

Um dos recursos que o roteiro de cinema e tv têm é apresentar logo de cara o vilão da história. Afim de indicar ao jogador quem deve sere enfrentado ao final é o vilão que indica parte do caminho a ser percorrido. Porque uma personagem vilanesca é quem indica o que fazer? Manipulação, pura e simples. Como quebrar a 4ª parede sem que o jogador perceba que está sendo conduzido para o fim. Ficou chateado? Muitos também ficaram, em outros jogos, mas quando bem feito fica divertido.

O que mai senti falta, além das poucas regiões exploráveis (elas são grandes para compensar na redução da diversidade) foram os poucos chefes apresentados. Apesar das áreas serem complexas e, com o liberar dos itens importantes, facilitar o deslocamento, carece de desafios no longo prazo da aventura. Melhora a dificuldade com o tempo mas nada significativo. O ponto chave é fugir de uns robôs gigantes em um determinado ponto. Essa cena foi tensa e exigiu algum tempo.

O que o antecessor tinha de melhor mantiveram, exploração, descobertas e progressão. E para não parecer apenas um mais do mesmo, acrescentaram uma penca de outros detalhes importantes como história simples, direta e cativante onde situações reversas ocorrem de tempos em tempos. Deram espaço a algumas piadas contextuais que alguns podem achar irritante outros vão gostar pela quebra da seriedade. Depende do gosto individual de cada jogador.

Para quem teve a oportunidade de jogar Little Big Planet 1, sabe que o jogo só tem 1 chefe e este aqui segue a mesma lógica, o que leva ao jogo anterior também. E da mesma forma que outros jogos independentes foram marcantes como Limbo, Braid e FEZ, SWD2 lembra mais o Outland da Ubisoft (que já está fora de catálogo das principais lojas) do que um metroidvania convencional. A camera lateral é bem definida e varia de posição, zoom, em algumas partes. Nada estranho, apenas o normal.

Um jogo Indie que mostra como fazer um jogo pode ser demorado mas entrega, dentro de suas limitações, desafio, aventura e história que se complementam de forma gostosa. Vale o quanto cobram.

Disponível para PS4, PS5, Switch 1, Switch 2, Xbox One, Xbox Series, e PC (via Steam e GOG), entrega uma aventura de 10 horas para chegar ao final mesmo que não tenha alcançado os 100% dos coletáveis. Isso dará trabalho mesmo. E muitos vão passar rapidamente pois precisam de itens do final do jogo pra se chegar neles. E o final? Bem, indica progressão nos créditos. Espero que façam o 3º.

Vale o quanto cobram? Sim. Com um preço cheio de R$ 38,00 em promoção pode variar entre R$ 2,27 a R$ 2,29 dependendo da loja. Lembra queles jogos curtos de locadora onde se gasta sexta, sábado e domingo, inteiros para terminar e devolver na 2a feira de tarde. A parte boa é o rejogo até zerar, a parte ruim o tempo, depois que se aprende, fica muito curto. Se quiser ler sobre o 1º jogo clica aqui!

Mas joguem, pode jogar, sem medo pois tem conteúdo para algumas boas horas/dias sem ser estressante e a história é divertida. Se preferir um portátil é compatível com o Steam Deck, caso queira jogar nele. E para os amantes da maçã mordida também está disponível para Mac.

Até o próximo jogo.
Ass.: Thiago Sardenberg

Steam World Dig – Onde cavar é salvar a vila e o fundo do poço nunca é tão raso

Quando a Steam liberou este jogo em junho de 2025, já havia recebido o jogo seguinte, Steam World Dig 2 pela GOG em novembro de 2021. Curiosamente, com os dois jogos nas contas, estava na hora de curtir essa aventura. Quem recomendou foi o dono de um canal brasileiro que fala de promoções de jogos todos os dias e respondeu um comentário meu num dos vídeos. Resultado? Fui jogar...

Misturando uma temática visual de velho oeste com Steam Punk (autômatos a partir das maquinas a vapor) em uma mecânica de escavar o solo – olá Super Mario Bros 2 - para procurar metais e joias preciosas, o jogador precisará chegar o mais fundo possível para desbloquear novos itens, recursos, habilidades e diferentes inimigos. As surpresas aparecem a cada novo nível de profundidade alcançado enquanto, regularmente, volta a superfície para vender os recursos recuperados, para acumular dinheiro e então comprar novas partes de equipamentos e bolsa de recursos.

No passar da escavação, eventualmente, aparecem portas misteriosas, onde novos desafios são apresentados. A precisão excessiva, para vencer os obstáculos, será necessária para completar estas salas. Felizmente, se não tiver o item necessário para concluí-la pode-se voltar mais pra frente. E fiquem avisados, variadas salas serão revisitadas com frequencia. Como todo bom MetroidVania que se preze, algumas salas têm nomes que fazem alusão ou a história ou ao item escondido.

Com a progressão dos cenários e das atualizações de equipamentos novos inimigos são apresentados e com eles novas ferramentas para escavar também. Onde antes não era possível avançar, ao final, praticamente não haverá limites de exploração, só a estamina (famosa barra de fôlego) que nos contextos desse jogo é representada por uma barra de água nos tanques. A referência direta a Mega Man é mais que óbvia.

Não há dublagem das personagens, apenas alguns sons de balbuciar que as figuras da cidade fazem para indicar que falam. Localizado para o nosso brasileiro, legendas, menus e avisos estão em nossa língua. As músicas são repetitivas e poderão irritar quem achar que deveria haver mais diversidade. Ela existe mas não é extensa. Apesar de mudar conforme se avança pelos cenários, devido ao tempo que se gasta para aprender a jogar e utilizar os recursos, as primeiras músicas irão martelar na cabeça por algum tempo.

O jogo começa numa vila que ao vender recursos e ganhar mais dinheiro, outras personas aparecem, mostrando a progressão de “vida” na cidade, fazendo-a crescer e liberar novas lojas. Poucas, mas libera.

Com uma jogabilidade focada em uso dos controles funciona bem com o teclado. Na Steam rola de usar a compatibilidade do DualSense adaptado na interface, o recurso do Big Picture aqui é uma maravilha, porém na GOG, só usando o Controle Xbox ou um leitor de imputs do controle da Sony, o que se estende aos controles do Switch caso prefira.

Ele também tem um ester egg bem bacana numa das cavernas onde uma surpresa ocorre. Half Life 3 chega quando? E atenção nos gráficos dessa dupla: mesmo semelhantes, existem boas diferenças visuais entre eles, além da cidade, da personagem, dos cenários, dos inimigos comuns e chefes, os contextos base mudam bastante.

A mecânica principal é de escavar com uma picareta que poderá ser melhorada. Até o jogo liberar a compra da broca que quebra quase todos os tipos de rochas. Enquanto a picareta demanda tempo para abrir caminhos e não usa água, a broca usa água para funcionar, o que acelera o processo. Felizmente a barra de água deve ser aumentada de tempos em tempos, o que acelera a escavação, mas com um custo maior de água. Por esse fator, uso da picareta no início, faz as músicas ficam gravadas por mais tempo na memória enquanto as do final passam muito rápidas. Poderiam ter equilibrado melhor este detalhe.

Vale a jogatina? Vale pela diversão casual e progressão de dificuldade reduzida? Sim. Tem partes difíceis mas nada complexas apesar de algumas serem irritantes. A complexidade ocorre no chefe final. Porém, o jogo não termina nos créditos finais, ele deixa a informação de que poderá haver um segundo. E como também recebi o jogo seguinte, antes de jogar o inicial, por mero acaso, comecei a jogar, e zerar, por esse segundo jogo mas quando terminei já fui para o original para entender a história completa, o que cria um elo temporal, entre jogos, bem bacana. E sim, um é continuação direta do outro. Falta um 3°, será que vem algo por aí? Leia a análise do segundo clica aqui.

Nota: 7 (apenas para constar) por que é curto, na média de 8 horas para completar, e as músicas serem repetitivas devido o tempo gasto no início. Zera-se em 1 fim de semana, no máximo 2, se lembrar daquela época de locadoras. Com um preço cheio de R$ 21,00 vale comprar pelas promoções onde o valor final pode variar, na Steam, de R$ 1,86 até R$ 6,20 e ou, na GOG, que fica por R$ 1,89. Relativamente barato e acessível.

Por enquanto é isso.
Até o próximo jogo.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

O grande Escape - Rayman 2 - GOG

Um plataforma 3D com aventura competende. História simples e cativante. Desafio moderado, mesmo para os padrões de hoje. E algumas fases realmente difíceis e chatas. Algumas delas bem curtas outras exageradamente longas, entretando é um jogo que poderiam considerar que evelheceu mal e de forma muito rápida mas nem foi tanto. Algumas situações inusitadas do genêro MetroidVania podem agradar, o que caracteriza o jogo como um de exploração gradual e progressão constante mas não é. As fases são fixas, o hub de fases é fechado em si mesmo e todas as fases, a partir do hub principal, têm início, meio e fim definidos. Para revisitar algumas fases iniciais as atualizações dos poderes de Rayman devem ajudar mas muito mais necessárias aos perfeccionistas do que jogadores casuais.

Na versão original de N64 (PlayStation e Dreamcast) era preciso usar o cartão de memória para salvar o progresso apesar de eu achar que no N64 não era preciso tecnicamente mas, salvar progresso no cartucho também é perder espaço de jogo então, não foi uma escolha qualquer colocar no cartão de memória esse requisito para chegar ao final. E para aproveitar ao máximo o jogo no N64 a caixa também indicava o uso do Expansor de memória melhorando texturas, animações e o carregamento mais rápido das fases. Mesmo com a possibilidade de usar a função de tremer como acessório opcional, do controle, na época, no PC a situação não foi garantida. Infelizmente, mesmo com o Dual Sense, configurado como Xbox, o controle não tem a função de tremer, uma pena. Tirando isso, a proposta é boa. Dá pra jogar umas boas horas sem perceber.

Uma das curiosidades da época era que tanto o Dreamcast quanto o PlayStation era consoles de CD como mídia. A arte de capa era uma forma de divulgar os jogos, como sempre foram, porém por terem formatos fechados em suas próprias caixas de transporte, os jogos em CD eram menos chamativos. Outro detalhe importante era a quantidade de acessórios extras que a versão N64 tinha informando na caixa.

Na ambientação os gráficos não são ruins, para a época eram bons mas hoje, vão incomodar. Apesar da defasagem de tempo, a equipe de produção conseguiu repassar algumas boas ideias para o projeto. Piradas, ambientes de navios, cavernas, fundo do mar, rios e florestas foram bem representados. O ponto alto da jornava foi visitar o mundo dos mortos para conseguir uma poção para um companheiro do herói. Ao final era preciso fazer uma escolha que, para os afortunados vai ser difícil escolher, para os bem aventurados a resposta é obvia por natureza. Essa passagem também me lembrou o Caronte da mitologia Grega. Uma referência básica para uma produtora da França. 

 

O jogo não tem dublagem mas tem uma sonorisação própria dos personagens nos diálogos com legendas. Ajuda a entender. As músicas também não são das piores mas funcionam bem. Criam um clima de mistério e desafios que combinam de forma agradável. 

Se for pensar em se divertir, como um jogo novo, recem lançado, esqueça, a ideia não é essa. Jogue mais pela diversão sem se preocupar com qualidade, e com os desafios do que com os gráficos. Esse jogo não preza pela qualidade visual mas sim a aventura como um todo.

Por ser um coletaton, jogos de muitos colecionáveis espalhados pelas fases, para os colecionistas é uma opção das antigas que vai irritar em muitos momentos mas vai desafiar em varios outros.


A versão GOG, infelizmente, não tem troféus mas faz parte do programa de perservação de jogos antigos que mostra o quanto essas aventuras do passado são importantes. Quem preferir também pode jogar a vesão Ubisoft Connect da produtora.

A produção dos jogos melhoraram muito nas ultimas décadas mas perder a origem de algumas franquias é uma perda enorme para o futuro das bibliotecas de jogos. Compre em promoção pois não custa caro e é uma aventura desafiante de forma moderada. Vale o tempo.


Uma nota pro jogo? Uns 7,5 por estar com idade batendo a porta não pelo desafio.

Até o próximo jogo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Em Escravizados: Jornada para o oeste; reinterpreta o conto chines do macaco e não entrega algo muito além

Com versões para Xbox 360, PS3 e Steam, reinterpreta a história da jornada para o oeste, classico conto chines que serve de base para Dragon Ball (1984) e Black Mith Wokong (2024) e outras tantas obras. Até Horizon Zero Dawn pode ter bebido desse jogo antes de ter sido lançado. E sim o 'Goku' aparece mas não pense em ver o Super Seyan, de Dragon Ball, aqui. A nuvem voadora e o bastão vermelho que 'estiva e contrai' também aparecem mas tem diferenças importantes pois é uma reintrepretação da obra.

Comprei por menos de 1 dolar em uma promoção da Nuuvem pois já estava de olho, nesse jogo, fazia anos. Na prática me custou R$ 5,25 e demorei 9 horas para completar. No nível fácil porque queria curtir a história e contemplar os cenários já que eram interessantes.

Em uma aventura apocaliptica, num mundo morto após guerra, onde a humanidade foi escravizada, as cidades destruídas, e a natureza volta aos poucos, sobram diversos robos espalhados pelo planeta para contrapor e equilibrar flora e fauna com os espaços urbanos e naturais. 

Um Plataforma 3D, com progressão de cenários lineares, variando entre cidades abandonadas e florestas alagadas, um deserto e máquinas, sua exploração é básica e sobra espaço o bastante para a pancadaria rolar solta no melhor estilo Deus da Guerra, do conhecido Cleitão da Sony Santa Monica. 

Sua Dublagem é excelente, e se torna o prinicipal atrativo dessa obra. Enquanto a modeladem das personagens reflete uma equipe compentente, a flora e fauna simplificadas e de pouca variedade deixam a desejar. Mas as texturas, para a época, estão boas, inclusive para os padrões de hoje. Ao menos nos gráficos o jogo salva.

Apesar de ter envelhecido mal nas suas mecânicas, a lentidão dos movimentos do protagonista pode incomodar o jogador. Adapta-se, com certa persistência, mas irrita. 

Apesar da variedade de inimigos ser pequena funcina bem ao que se propõe. Servir de obstáculos na progressão do jogador enquanto este resolve quebra-cabeças. Muda-se de cenários (internos e externos), e eventualmente uns chefes de área aparecem para quebrar a rotina das áreas.

Dividido em 14 capítulos, conta uma história com o carisma focado nas personagens mas uma certa falta identidade acaba por ser percebida. Não atrapalha mas pode ser um ponto negativo. 

Além de não reinventar a roda do gênero, usa da obra Jornada para o Oeste, original da China, como fonte de inspiração.

Destaque para as ligações emotiva inusitada das personagens principais pois é o pano de fundo peculiar do jogo, onde uma mecânica pode atrapalhar ou não ter qualquer efeito no decorrer do cenário. A adição de uma 3o personagem na 2a metade foi inesperada e esta rouba a cena para um bem maior. Jogue para saber mais.

O ponto negativo vai para o final bem mequetrefe que o jogo entrega. Poderiam ter feito muito melhor pelo valor da obra original. Além de deixar uma sensação de pressa pra entregar que não convence. Mesmo com uma DLC de história para complementar o conteúdo relacionado ao 3o personagem (não joguei porque não quis), o jogo é fechado em si mesmo. Tem início, meio e fim e é isso.

Completa-se em 10 horas e tem dificuldade escalonável padrão,. dividida em 3 níveis, e progressão de habilidades, pontos de vida, energia e equipamentos com o acúmulo de esferas vermelhas alaranjadas espalhadas pelo caminho. Não vai conseguir colocar tudo que pode numa única jogada mas não fará falta os níveis mais altos desse conteúdo. Um bate, pula, corre e anda bem comum.

Os Troféus de história só aparecem no final dos capítulos e mais da metade é secreto. Para os completar de forma natural vai precisar rejogar os outros níveis.


O cenário final, de uma fábrica, me lembrou a cidade dos Mechon, o continente gigante em forma de robô, do jogo Xenoblade Chronicles. Por serem de épocas próximas, podem ter se influenciado em algum ponto.

Enfim. Não comprem pensando em um jogo bom pois é só mediano. Só vale em promoções de Summer Sale ou parecida e mesmo abaixo de 1 Dolar, do resto corra dele, o arrependimento pode ser grande caso pague mais que isso.

Ass.: Thiago Sardenberg
Até o proximo jogo...

quarta-feira, 2 de abril de 2025

GTA 6 a 100,00 dolares? Pode isso Arnaldo?

Vamos por partes porque a coisa é mais impactante que o esperado. Vou ignorar os fanáticos de plantão porque o que está em jogo é custo vs valor.


Desde a geração PS4 XOne para a PS5 Series, tanto consoles quanto os jogos estão recebendo reajustes de preços a níveis que até os países ricos começaram a reclamar dos valores cobrados. Motivos? Variados mas a produção também tem motivo de sobra para aumentar os preços cobrados para os consumidores.

Sair de 400 Dólares para 500 entre gerações e de 500 para 700 entre versões base e pró numa única geração já é um absurdo e o Nintendo Switch 2 chegar a 450,00 não foi surpresa nenhuma. Não deixa de ser caro até para eles imagina para nós brazukas?

O mesmo raciocínio vale para os jogos. De 50,00 para 60,00 e depois para 70,00 a indústria cobra seus custos dos consumidores e para piorar as vendas estão caindo enquanto a estimativa de unidades vendidas crescendo. O resultado disso é a discrepância entre o que os consumidores estão dispostos a pagar por jogos e o quanto as produtoras estão dispostos a não sacrificar para justificar preços de 70,00 a unidade.

Com o anúncio do Switch 2 e os jogos não começando entre 60 e 80 Dólares os digitais e podendo chegar a 80,00 ou 90,00 dólares as mídias físicas, o valor que a RockStar vai cobrar por GTA6 (imagem chamada dessa postagem) tem cabimento? Obviamente que não, para os consumidores, mas para as produtoras sim.

O grande problema ocorre quando uma fabricante + produtora de consoles como a Nintendo, chegar botando o pé na porta falando que os jogos de Switch 2 digitais já começam em 70,00 tem cabimento? Nenhum mas foi anunciado. E isso se reflete numa antiga política de preços da própria empresa que quer preservar os pontos de venda, as lojas físicas, aos consumidores, pois ela entende que sem lojas físicas os consoles não chegam e sem as lojas físicas não há marketing indireto de estímulo ao consumo de novos jogos e consoles.

Antes do 1º Switch ser lançado, a própria Nintendo já havia informado que a diferença de preço cobrado entre seus jogos físicos e digitais seria pequena pois ela não queria quebrar o mercado de lojas físicas. Agora, com o anúncio do Switch 2 e o inevitável lançamento de GTA 6, essa política de preços não só se mantém como padrão como se torna vital para manter as empresas. Aumenta-se o que se cobra, dos consumidores, enquanto o que se entrega, aos consumidores, se reduz.

Para quem não entendeu a situação toda, a postagem não tem qualquer relação com a Nintendo ou GTA 6 mas com os valores cobrados por jogos. Tal postura, da Nintendo, em corroborar com o aumento de preços dos produtos finais em relação aos custos elevados que a indústria tem passado, só mostra como a barreira dos 100,00 dólares, por uma mídia física de jogo, pode ocorrer em poucos anos.

Não ficarei nem um pouco surpreso caso o tal do GTA 6, e outros grandes lançamentos desse ano de 2025, como dos próximos, possam não só chegar como passar dessa barreira BIZARRA de ‘custos vs valores’ onde os consumidores serão massacrados pela cobrança indevida, ou será devida? das fabricantes e produtoras porque não sabem mais colocar os projetos dentro de orçamentos viáveis, deixando para a galera da venda e do Marketing fazer o trabalho de colocar goela abaixo os jogos aos consumidores.

As lojas tipo GreenManGaming, Nuuvem, Humble Bundle, Indie Gala, Gamers Gate entre outras, vai se tornar cada vez mais viável pelos preços absurdos que certas plataformas cobram por obras pouco apelativas ou de conteúdo duvidoso.

Sejamos honestos que Nintendo, GTA, e outras entregam muito nos seus produtos e justificam seus aumentos de preço no que sabem entregar, mas o problema não é a Nintendo ou a Rockstar com seu GTA mas o que as concorrentes poderão fazer/cobrar para se manterem no mercado não entregando 30% do que prometem, com o aval de Nintendo e Rockstar para cobrar mais por menos.

Essa é a questão da postagem.

E sim, GTA 6 vai sair a 100 doletas querendo ou não.

Porque? Porque é GTA. Porque é Rockstar. Porque eles podem cobrar e os fãs vão pagar.

Até a próxima postagem.
Ass.: Thiago C Sardenberg

OBS: A postagem tinha importância pois esse texto deveria ser a análise do Tomb Raider de 2013. Como as coisas andam e notícias aparecem, essa análise vai esperar um pouco mais.

quarta-feira, 26 de março de 2025

A Sombra da Invasora de Tumbas

Começo essa análise falando: joguem pois é bom. O que começou bom no 1º jogo, mesmo com tropeços que foram eliminados nos jogos posteriores e melhoraram o que precisavam no 2°, clique aqui para ler, esta trilogia é completada com chave de ouro, criando poucas mas novas e importantes mecânicas de relevância pontual. Melhoraram a ambientação, mantendo a ideia de localidades pequenas mas densas em desafios e objetivos secundários. Novas tumbas de desafios aparecem, algumas simples e outras mais complexas, e um confronto final que modifica um pouco a forma de vencer o chefão, em relação aos anteriores, mas sem deixar de ser o que os antecessores fizeram. A batalha derradeira explora tudo que o jogador aprendeu durante mais uma aventura.


O legado da franquia se transforma no jogo mais agradável no visual. A forma como flora e fauna é apresentada ganhou novos contornos e uma iluminação especial que proporciona uma vida extra aos cenários está presente. Pequenos cenários? Sim mas mantém a ideia dos anteriores, densos, com segredos e revisita posterior. O aumento da densidade de detalhes no sacrifício do mapa aberto gigantesco, não espere um GTA aqui porque não é a proposta, faz de mais essa história um desafio divertido. Além de não perderem sua profundidade e riqueza de detalhes, onde diferentes elementos escondidos serão encontrados em visitas posteriores, o jogo foi construído para se explorar todas as partes repetidas vezes lembrando os clássicos Metroidvanias dos 8 e 16 bits.

Personagens

Lara perdeu seus peitões, de novo, em relação aos modelos exagerados dos jogos do passado, mostrando uma proporção mais realista do corpo feminino esbelto que ela tem. Deixou de estar bonita como personagem feminina? Nem um pouco. O jogo acrescentou modelos originais dos jogos de PS2 para serem usados caso tenha saudade dessa forma poligonal de Lara. O modelo de Shadow deixou de estar gostosa? Depende. Com a câmera posicionada de formas cinematográficas sim mas quando ela é propositalmente colocada em certos ângulos a percepção geral se torna outra. Como cada jogador tem suas preferências, é melhor decidir por si só. Eu não vou opinar.

Jonah volta como personagem secundário e ganhou destaque nesta aventura. Novo cabelo. Mais parrudo e forte, bem diferente do cozinheiro gordo e lento que começou no 1º jogo. Se tornou um coadjuvante a altura de Lara no 2º jogo. Passa pro 3º jogo como um buscador de pistas que ajuda Lara e cria um vínculo amoroso com outra personagem secundária, além de relatar parte de seu passado. Detalhe que ajuda a criar um senso de humanismo importante na convivência com Lara. Algo bem-vindo à trama e a dualidade que ambas as personagens criaram nos seus diálogos. Merece um jogo só dele? Duvido. Vai ocorrer? Não sei mas fica a ideia.

Unuratu, a Rainha por direito de Paititi é a outra figura feminina que se mostra imponente e valente. Suas feições típicas de uma região intermediária entre Peru e Colômbia tem na sua figura a líder de um grupo rebelde que não reconhece o governo do irmão de seu marido, Gonzales, o “rei da cidade”. Além de tramarem contra o falso imperador, se esforça para recuperar os itens sagrados de uma futura coroação do filho dela, Etzli.

Etzli é o típico personagem fracote, medroso, chorão que ganha destaque e muda de forma gritante durante a aventura. Começa como filho protegido pela mãe que se preocupa com ele mas se torna o governante de Paititi por situações imprevistas. Sim algo grave ocorre com Unuratu mas lembro, existem situações onde rainha passa a coroa para o filho e esta continua viva. Jogue para saber...

Gonzales, ou Kukulkan, é irmão de Amaru, rei de Paititi, falecido marido de Unuratu e pai de Etzli. Também é o líder da Trindade que quer dominar o mundo. Ele quer o trono para reconstruir o mundo a sua maneira “sem violência ou guerras” mas abusa de sacrifícios humanos, em praça pública, para manter parte da população sob seu controle de medo e opressão. Para isso precisa de itens sagrados que foram retirados de Paititi por um colonizador espanhol, de vertente católica, 400 anos antes dos acontecimentos do jogo.

Outras personagens também tem importância no decorrer do jogo mas de forma menor e menos impactante. Mesmo que sejam chave no final da aventura.


Sobre as melhorias que foram alcançadas nesta 3a aventura…

A dublagem que no 1° jogo (de 2013) falhou por um erro inesperado do código de PC, nos seguintes ficaram no ponto. Além de manterem os mesmos dubladores da versão brasileira, a entonação das vozes, criaram sintonia entre dubladores e personagens, maximizou a sensação de pessoas dentro do jogo e não são apenas cascas externas de bonecos vazios com vozes e sem vida por justamente serem parte de um jogo. A intenção é justamente humanizar os personagens e a dublagem ficou boa. Mesmo que uma mesma dubladora faça ponta em variadas personagens, talvez por falta de opção ou limitação orçamentária, deixou a coisa mecânica nas personas menores.

Enquanto que a sonorização do jogo ficou boa e os silenciosos movimentos, de determinados pedaços, façam toda a diferença nessa ambientação, nestes “corredores” o modo furtivo de Assassins Creed se mostra presente. Atirar a distância e jogar bombas, de gás ou molotov, nos inimigos vão ser bem úteis. Se tiver sucesso, além de usar os molotovs para queimar e derrubar oponentes de forma surpresa, também vai evitar confrontos diretos, mas se vacilar, qualquer barulho chama um enxame de atiradores. Mesmo correndo pode-se morrer rapidamente. Essas eliminações furtivas além de garantir maior segurança também garantem pontos de experiência maiores o que evolui rapidamente as habilidades de Lara.


Os elementos de RPG, com o uso dos pontos de experiência acumulado, deixa ao jogador escolher quais e quantas habilidades vai desenvolver. Preferi ser tradicional e seguro ao conseguir muitos pontos e evoluir tudo que podia pra ser o mais forte e deu certo. Mesmo assim, o confronto do final quase me derrubou. Até descobrir o que fazer demorou um pouco. Tirando isso, a maioria das habilidades ajudam em alguns trechos. Enquanto nos combates prestar atenção e fazer uso da furtividade irá derrubar a maioria dos oponentes em diferentes cenários. Alguns são mais chatos e outros fracos. Existe equilíbrio nesses confrontos e saber derrubar um por um é a chave.

É possível retornar a determinados cenários para eliminar novos animais para pegar mais pontos de experiência, inclusive em tumbas, e seus recursos para construir novas armas ou revender eles, nas lojas dos vilarejos, afim de garantir mais dinheiro. Ao ajudar a comprar novas expansões, que não se encontram em inimigos ou baús não é um ponto inovador, mas por ter variadas lojas para vender recursos sim, isso foi uma novidade nos 3 jogos.


As inovações mais significativas, no decorrer da aventura, foram: a descida em rapel; o balançar de cordas no rapel; e usar uma bota de travas que ajuda a escalar algumas paredes, inclusive escalada em subida negativa, de ponta a cabeça. Isso foi surpreendente, mas nestes casos os controles pecam bastante. 

Os comandos, ou manípulos, continuam refinados e existe pouca diferença entre eles nos 3 jogos. Felizmente, neste detalhe, a equipe preferiu seguir à risca a cartilha dos assassinos: mude pouco o que já está bom pois o resto é o que interessa. E foi isso. 

A câmera continua mediana. Está bem posicionada e garante uma visão ampla dos cenários enquanto se passa por eles. Apesar de que, geralmente em jogos de visão em 3ª pessoa têm câmeras ou medianas ou ruins. Até que o jogador se acostume aos cenários e ao posicionamento dela, a câmera poderá causar muitos problemas. E não são poucos os casos. Phantasy Star online, Uncharted, Zelda, Witcher, Dark Souls, Remember Me, Kingdoms of Amalur... São tantos jogos com câmeras de medianas para ruins que fica difícil definir qual é a pior delas mas dá pra tirar algumas coisas boas de tempos em tempos e a de Shadow consegue se sair um tanto melhor que as obras citadas.


Outras coisas interessantes…

Essa 3a aventura também mostra dois momentos importantes de Lara, um como uma jovem exploradora e outro como uma criança. Automaticamente, essa passagem de criança puxa os extras do jogo anterior, onde cenários internos da casa da família, deteriorando, foi uma surpresa. É interessante saber que os desafios de Lara enquanto pequena é compatível com sua altura e idade. O parquinho de madeira no quintal de casa e o subir paredes do lado de fora dela, são acréscimos as mecânicas chaves e compatíveis com a realidade de uma criança. Durante essas cenas, mostra-se também a relação dos pais de Lara. Durante uma de suas crises, entre a paternidade e seu trabalho, em uma das muitas expedições que ele fez, enquanto a mãe de Lara, uma artista plástica, fica em casa cuidando da filha e dos afazeres da família, mostram-se conflitos puramente humanos e de uma profundidade familiar interessante. Um conflito saudável presente no roteiro para mostrar como a construção da personagem moderna ocorre desde a época criança aventureira que explorava o terreno da casa dela, abusando da sorte enquanto tentava resolver alguns problemas.

Além de ser o pai de Lara, ele também era um pesquisador conhecido que resolveu alguns mistérios em vida, se tornou colecionador de itens arqueológicos, e criou numa das salas de sua casa um museu/biblioteca recheada de itens antigos. Porém não conseguiu terminar tudo que suas expedições deixaram, ocasionando em diferentes anotações e registros que Lara usa como referência para chegar nos destinos que ela visita como adulta. Ela imagina ter parte das respostas de seu passado, porém não é só isso que ocorre. Infelizmente o pai comete suicídio e deixa Lara nas mãos do tio dela, irmão de sua mãe, que depois de tantos anos cuidando da garota, só quer saber de receber os valores devidos por este serviço e/ou a mansão onde ela mora caso contrário ela será expulsa de sua própria casa. Além de serem partes do final do 2º jogo, na 3º aventura, Lara consegue, de volta, a posse de seus bens. De novo, jogue para saber como...

Factualmente

Nesta 3ª aventura, Lara enfrenta, de novo, a Trindade e seus capangas. Faz amizades importantes que a ajuda na busca dos artefatos sagrados, explora tumbas nas entranhas da Amazônia peruana e descobre itens arqueológicos que abalam sua estrutura emocional enquanto atira muitas flechas e bombas para todos os lados e foge de uma tribo nativa que mora nas entranhas das montanhas. Não que sua inteligência não resolva seus problemas, mas, acima de tudo, ela não deixa de ser a humana e jovem e que pode morrer por qualquer descuido. E falando em morte este é o mote do jogo: como evitar a morte de tantas pessoas em catástrofes causadas por um item arqueológico perdido 400 anos antes? Essa é a busca, dela e da Trindade...

Para terminar com o que o jogo tem de melhor existem os finalmentes: o que interliga essa aventura? É a redenção de Lara. Com sua perigosa curiosidade que a coloca em problemas, e situações de risco, que só ela pode resolver, eventualmente atinge muitas outras pessoas. A redenção de Lara, perde seu impacto quando se entende os por quês do jogo se chamar “Sombra da Exploradora de Tumbas”. Ela deve usar as sombras para tirar das sombras o chefe da Trindade, que estava nas sombras no final do 2º jogo. Chefe esse que mandou eliminar sua madrasta traíra na gelada Sibéria, final do 2º jogo, e a coloca atrás das pistas, que seu pai deixou, para encontrar os tesouros que irão remodelar o mundo. Mas a Trindade quer, a qualquer custo, esses tesouros e usa Lara para tal fim. Cabe a Lara evitar.

Joguem. É uma aventura bacana. Mesmo com poucos acréscimos em relação aos anteriores, é boa o bastante para terminar uma trilogia com sensação de satisfação. Querem mais? Muito bom. Só na próxima trilogia, se é que sairá alguma. Acredito que sim. 

Até a próxima análise.
Ass.: Thiago Sardenberg

OBS: ainda farei a análise do 1° jogo pois esta passou batida quando o terminei. Comecei o 2º em sequencia, e fui terminar tudo só no final da trilogia. Resultado? O próximo texto é sobre o jogo de 2013. Até lá...


domingo, 9 de fevereiro de 2025

A Ascenção da Invasora de Tumbas

Rise of Tomb Raider começa logo no desfecho da 1a aventura. Neste do reboot da franquia, o que foi pensado e projetado para rejuvenescer a forma de jogar e explorar ideias, serviu de base não só para recriar o que os fãs conhecem e amam mas ajustar e incrementar o que foi visto com Lara Croft nos jogos iniciais acrescentando as diferentes tramas que Natan Drake, de Uncharted, visitou. Se era pra recomeçar com o pé direito, o que era bom no jogo de 2013 ficou ainda melhor no de 2015.

Melhorar o que já estava bom nesta nova aventura em que diversos detalhes desde os movimentos de Lara até a expressão facial e dublagem ficaram mais fidedignos a realidade. Logo no início já somos apresentados ao que iremos encontrar como desafio. Espaços estreitos, pouco tempo de resposta, imprevistos naturais e neve, muita neve. Melhoraram as tumbas e agora o que dá nome a franquia virou um combinado de quebra cabeças, opcionais, integrados aos cenários e altamente dependentes de itens, armas e movimentos que são desbloqueados na progressão da história favorecendo um repeteco de áreas, via viagem rápida, para achar itens faltantes, e habilidades passivas novas.

Melhorar os gráficos de um jogo, em um console de 2005, quando duas gerações diferentes estão convivendo, não é fácil. Além de expandir o que o original, de 2013, fez era preciso ir além. Esse além ficou na sutileza das texturas com novos retoques, e algumas poucas mecânicas, que no original não existiam. Por estarem mais polidas, o efeito imediato ocorreu na adaptação. 

Melhorar uma dublagem magnífica é complicado e neste caso, ocorreu um problema. A versão GOTY do jogo de 2013 no PC, tanto da EPIC, quanto da GOG quanto da STEAM, têm um problema de quebrar o jogo em determinados carregamentos impedindo de se continuar a aventura no idioma selecionado, no caso o português brasuca. Até resolver o problema foi preciso selecionar tudo, legendas e áudio, em língua inglesa e o jogo parou de quebrar. Resultado, o original tinha um áudio excelente e nesta sequência, por ter jogado traduzido deixou aquela sensação bem agradável de cuidado que a localização tomou. Obviamente que a sincronia labial é prejudicada pois os movimentos dos lábios são realizados em inglês, e não prevê quantos idiomas serão trabalhados após a produção, isso é inevitável, mas que ficou bacana, isso ficou. Pra evitar certas estranhezas, o sacrifício da sincronia precisa ser feito. Significa que ficou ruim? Não. A dublagem está muito boa. A intonação de vós dos dubladores está muito agradável. Os momentos de calmaria e tensão foram repassados. O respirar e a falta de ar em certos momentos também estão evidentes. O que mostra como a dublagem se preocupou com detalhes quase irrelevantes mas que não são tão invisíveis assim.

E da mesma forma que a dublagem teve melhorias, a sonorização em geral se manteve parecida com a anterior. Passos, corridas, saltos, tiros, bombas, flechas, animais perigosos (ursos ou lobos), árvores que podem ser quebradas para adquirir recursos, escalar, descer por cordas, subir paredes com o martelo de alpinismo, vento, chuva, tempestade, sinos, portas, ponte quebrando, parede se soltando… Tudo tem seu som combinado o que cria uma sensação de perigo persistente e envolvente. O realismo, graças ao trabalho de som ambiente, ficou impossível de ser ignorado. Matar animais exóticos, como ursos e tigres, dá trabalho e seus sons são muito emblemáticos.

Por estar jogando a versão GOTY, do jogo de 2015, a estabilidade dele também ficou melhor pois quebrou bem menos. Como os cenários são pequenos, a sensação de descobrir algo novo onde não se espera é evidente. Enquanto a inteligência artificial era fraca, mas eficiente no original, em Rise a inteligência dos NPCs em perceber detalhes de movimento e barulhos, que antes eram falhos, ficou mais evidente. Os animais nos ambientes reagem mais rapidamente a presença de Lara e os inimigos detectam a presença do jogador com maior precisão. Em certos pontos, a esquiva e o esconder, típicos de Assassins Creed, que foram implementados nesta continuação, criaram mecânicas de assassinato furtivo e silencioso, que garantem pontos adicionais de experiência para gastar em novas habilidades, foi melhorado. Alguns elementos do gênero de RPG que incrementaram a sensação de progressão e reforçam a dependência de progredir na história para se conseguir novos itens. Distribuir os pontos ganhos na liberação de novas habilidades só ocorre nos acampamentos, lembrando as fogueiras de Dark Souls. 

A história talvez seja a parte que não houve melhoria significativa pois está muito parecida com a original. É agradável, tem seus pontos de tensão e revolta, rico em comentários e pensamentos de Lara, que deixou a jogatina menos cansativa e instiga o jogador a explorar mais os cenários. Benefícios existem aos montes, espalhados pelos diferentes micro cenários, mas alguns são só passagem única enquanto outros vão demandar tempo e persistência para se achar todos os itens escondidos. Os diálogos foram melhorados, garantindo assim uma maior interação entre os diferentes personagens. Agora sobrou espaço para enfatizar as motivações e objetivos deles. Ao final da aventura surpresas, tanto no pós créditos, quanto no rearranjo de alguns objetivos secundários. Explorar a mansão Croft é uma adição importante e que será melhor explorado no 3º jogo pois novas facetas da realidade de Lara com seu pai serão trabalhados.

O que fizeram, e faltou fazer, para melhorar o que estava bom?

No original colocaram uma mecânica de saltar entre cordas para seguir em frente. Apesar de existir um motivo para tal, era uma montanha alta que precisava ser explorada, esse saltar entre cordas na descida foi retirado. Agora, a descida é automática e essa troca não existe mais.

Adição interessante: Codex específicos liberados em tumbas opcionais habilitam novas características de Lara. Como são acréscimos não decisivos, cada Codex acrescenta uma habilidade passiva que ajuda o jogador no decorrer da aventura. Diferenciando passivo e ativo: ativo é quando o jogador escolhe usar ou não aquela habilidade enquanto a passiva será usada, de alguma forma,  (eu sempre achei que fosse ao contrário até entender o conceito) como aumento da eficiência dos itens de cura, aumento de recuperação de flechas em cadáveres, pilhar corpos dando mais itens. Esse tipo de habilidade é incremental, sem possibilidade de mudanças pelo jogador, elas estão ali e serão aplicadas quando forem usadas, é como Power Ups permanente em outras franquias.

Melhorar a expansão das armas foi algo sem relevância neste jogo pois essa seleção continua ruim. É preciso ir até uma fogueira, selecionar uma arma específica dentro de uma coleção hierarquizada, e ir incrementando cada uma no decorrer do tempo. No final, haverá um conjunto de armas que podem ser usadas mas o jogador só pode usar uma arma de cada hierarquia de cada vez dificultando seu uso. Tem armas que serão melhores em inimigos com armaduras e se o jogador escolher a errada bem possível precisar refazer a etapa. Tem arma que é melhor com mira a distância, se o jogador escolher errada pode ter dificuldades em alguns cenários. Tem arma pequena que é boa de perto mas as metralhadoras consomem muito tiro em pouco tempo. Resultado é a variedade existir mas ter uso limitado delas prejudica a jogatina.

Detesto zumbis. Tem zumbis no jogo? Sim, tem. Poderiam abolir essas coisas dos jogos mas neste caso funcionou bem. Mesmo que não estejam aparentes e da forma mais conhecida. Além de andarem em grupos e terem uma função específica a partir de um ponto da aventura, criam uma mecânica de combate interessante que pode dificultar o progresso, e é isso que salva estes momentos e nada além.

Outro ponto que precisa de destaque são os controles: continuam dando trabalho pra acertar muitos saltos. Simplesmente ou porque o jogador não percebeu estar no ponto errado (câmera neste caso atrapalha bastante) ou porque o ritmo do cenário é mais rápido que o previsto (principalmente em corredores longos cheios de saltos). Lembra bastante as fases de tempo nos jogos plataforma. Ou se tem precisão ou se morre infinitamente. Neste jogo há uma mistura. Em alguns pontos o jogador vai correr e morrer com facilidade e em outros a precisão vai sumir obrigando o jogador a tentar até acertar. Lembram salas altas de Assassins Creed que precisa subir até o topo de uma igreja, bater em templários, evitar cair, usar parkur pra subir e ainda assim o controle falha e o jogador cai, obrigando o repeteco. Com o tempo se acostuma mas é ruim. Funcionam como tem que ser mas podem melhorar e muito. Além de ter as escaladas simples e com duas picaretas de alpinismo, isto foi um acréscimo e tanto, e inédito em relação ao anterior. Bem-vinda adição. 

Enfim, o jogo melhorou pontos críticos em relação ao anterior. Em diferentes aspectos a equipe soube ler e verificar o que o público gostou e não gostou sem deixar de acrescentar novas opções. Manteve as melhores do predecessor e construiu um novo evidenciando detalhes que poucos dariam atenção. Ignoraram alguns erros do passado o que poderia ser desleixo mas na produção, qualquer pequena troca causa vários impactos no código fonte e a otimização do jogo pode resultar em um polimento menor. Melhor ignorar coisas irrelevantes do que comprar uma briga onde as arestas podem atrapalhar o todo. 

No fim, o jogo é divertido. Tem seus altos e baixos mas num geral vale. Mantém a qualidade do original e melhora o que pode deixando a cargo do seguinte importantes adições. Caso joguem do mais recente ao mais antigo, as adições serão sentidas e farão falta. Nota 8.7 apenas para ter uma.

Até o próximo jogo.
Ass.: Thiago Sardenberg

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Quando tem algo faltando na proposta do jogo

Para quem acompanha esse blog já deve saber que tenho um canal de jogos chamado "só jogo velho" e nele publico alguns vídeos de gameplays e detonados de diferentes propostas. Para ver clique aqui. E nessa postagem dedico espaço para uma reflexão importante sobre aquile elemento misterioso, emblemático, indescritível, que deixa qualquer jogador feliz por comprar algum jogo novo mas que no fundo, ainda assim, faltou para que o mantivesse jogando até o final.

Depois de perder a paciência com a proposta de Inside, jogo posterior ao Limbo, que por natureza ja dá arrepios nos mais fanáticos por propostas inustidadas, tentei algo bem mais light e direcionado a contemplação com Sable.

Ambos têm propostas interessantes e além da exmploração são bem opostas.


Enquanto Inside preza pela paciência e precisão dos controles, um timming terrível pra passar de certas partes, entender como os quebra cabeças dos cenários funcionam, e como passar pelas desafios de inimigos inesperados, a progressão dele segue o consagrado modelo lateral. Siga em frente sempre, sobreviva as provações, não tem itens de recuperação ou bonus, mas vai sofrer um dobrado pra conseguir chegar ao final. Devido a essa pegada insensata de dificuldade alinhada ao mistério que envolve a proposta, Inside segue a ideia de "quanto mais difícil for a proxima sala, melhor..." é o que vai reger a continuidade do jogo.

Mesmo não tendo completado, empaquei terrivelmente num elevador maluco nos 40% do jogo, recomendo pelo desafio em sua dificuldade mais ampla.

Sá em Sable a exploração e a descoberta das coisas é o que dita essa aventura 3D de contemplação e modo fotografia involuntário. Combinado com diálogos longos e grandes períodos de caminhada ou viagens, o jogador se verá num mundo desértico, cheio de segredos e mistérios que serão vistos com facilidade. Ache sucatas para vender nas lojas e ganhe dinheiro, resolva os problemas dos habitantes nomades do mundo, descubra monumentos e resolva seus desafios para achar novas informações ao seu redor. Use esse conhecimento para conversar com outros NPCs, faça expansões na sua moto voadora (é mais um pod racer do que outra coisa), mude a forma dela e dê a ela a aparência que melhor lhe agrada e parta em busca das verdades ocultas pelas areias do mundo. 

Recomendo o jogo mais para quem tem vontade de jogar Zelda Breath of the Wild e não pode por N fatores. Logicamente que não é um Zelda porque não tem os famosos combates, mas também é um Zelda porque tem muita exploração e descoberta, baús e localidades impressionantes de tão diferentes entre si.

Apesar de ambos terem propostas distintas, provavelmente volte a jogá-las em algum momento no futuro, mas, por enquanto, ficarei com as boas memórias que ambos me deixaram pois a ideia era explorar e curtir algo inusitado.

Inside, apesar de parecer um Super Mario ou Sonic clássicos, também lembra um metroidvania mas sem itens e bate e volta de cenários, enquanto que Sable tem mais a cara de metroidvania pela exploração do que um típico mundo aberto cheio de nada, como a maioria dos jogos do gênero acaba por fazer.

Apesar de minha vontade de continuar ambos os jogos tenha parado do nada também me parece que falou alguma coisa mais profunda neles que leve aos "pontos de virada" impactante bem corriqueiros em roteiros melhores. Faltou essa "ponta solta" que me prendessem por mais tempo a esses mundos aos quais poucos jogos conseguem construir. 

Em contra partida, não duvido de suas qualidades individuais, e recomendo ambos, mas brigar com a possibilidade de desistir e voltar, sabe-se lá quando, também foi forte o bastante. Isso evidencia, para mim, a falta de algum componente impactante que busquei e não encontrei neles. Uma pena.

Por enquanto desinstalei ambos.
Até o próximo jogo.
Ass.: Thiago Sardenberg