segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Iris e o gigante: Uma aventura pelo desmaio...

Iris e o gigante: Uma aventura pelo desmaio...

Desde quando os jogos gratuitos dos serviços GOG e Epic Games se tornaram fontes de concorrência severa entre as lojas online, a Steam tem se esforçado bastante pra manter seu poderio e acesso lá no topo e além de conseguirem se manter na frente da concorrência também precisou ajustar diversas políticas aos seus usuários. Quem se deu bem nesse caso, foi a política de DRM Livre da GOG.COM e com ela os consumidores tiveram como escolher entre a tradicional Steam ou a oportuna GOG. Entre essas duas opções, também surgiu a EPIC numa postura agressiva com relação ao retorno das vendas realizadas na plataforma (apenas 12% por unidade em relação só 30% das concorrentes) e a doação semanal de jogos 0800 para seu público. Junte a isso o que a Amazon, no seu serviço Prime tem feito aos seus consumidores, o melhor estava por vir. Além da concorrência ser uma benção, a parte boa é saber o que é entregue aos usuários e nessa variedade de fontes, a alegria é uma só: jogos há de eterno, pra se aproveitar. Logicamente nem todas as opções vão ser 100% certeiras pois o público é bem dividido mas quando uma entrega inesperada é realizada e os jogadores se permitem aproveitar o que existe, surpresas acontecem.

Essa é a premissa, aproveitar o que existe e ser feliz, jogando, jogando e jogando…


Iris e o Gigante, é o tipo de jogo que passaria batido pela maioria. Não é tão chamativo graficamente, mecanicamente é um jogo de coleta e uso de cartas de forma semi estática, uma história contada a partir do progresso do jogador, e um nível de dificuldade crescente no melhor estilo Rogue Like. Para lembrar, Roque Like surgiu de um documento chamado Interpretação de Berlim onde são definidas oito características desse tipo de jogo (Geração aleatória de mapas, Morte permanente, Combate baseado em turnos, Movimento baseado em grade, Complexidade que permite muitas soluções, Qualquer ação pode ser realizada a qualquer momento, Gerenciamento de recursos, Combate estilo hack'n'slash). Dessa forma, como Iris não segue todos os oito pré requisitos listados não será considerado Rogue Like mas segue boa parte desses pontos.

A ideia por trás do jogo é a descoberta dos medos e dificuldades da personagem principal chamada Iris. Ela sofre um acidente qualquer e vai parar no Rio Stinx ou Aqueronte, aquele rio que separa o reino dos vivos do reino dos mortos, popularizado pela obra ‘Divina Comédia’ de Dante Alighieri. Por lá, Iris precisa percorrer uma série de salas, seguidamente, enfrentando inimigos diferentes. Usando cartas, para se defender com escudos e poções de recuperação, atacar um ou mais inimigos de uma vez só, e, se encontrar uma escada, passar ao próximo nível. Dessa forma ela progride pelo ‘inferno’ e continua contando sua história. Algumas salas possuem mais de uma saída, oportunizando assim a mudança de rota e a descoberta de novas situações porém, quanto mais rápido se termina uma sala, maiores serão as chances de economizar cartas do baralho e chegar mais longe no caminho.

Tela de gameplay do jogo.

Diversas das características de um Rogue Like ocorrem desde o primeiro momento porém, combate estilo Hack’n’Slash não é o caso aqui pois o combate ocorre por turnos, tipo RPG tradicional, além de ser bem desequilibrado, pois a dificuldade é insanamente crescente. A morte permanente e reinício do desafio, sim, está presente porém a geração de níveis não é aleatória mas sim os inimigos, tanto na quantidade que aparece nas salas as quais o jogador percorre, quanto variedade.

Ao passar um determinado número de salas muda-se a temática dela, mudando desde campanário, passando por cavernas, chegando em terrenos de gelo e depois de fogo. Com a mudança geral desses terrenos, os desafios vão piorando, deixando ao jogador poucas escolhas. E com a dificuldade elevada, a quantidade de inimigos atacando a personagem e quantidade menor de movimentos disponíveis pelas cartas utilizáveis, torna o desafio complexo e exigente. Esse ponto é importante: vai rolar muitas frustrações. Como o gênero principal é um jogo tipo Rogue, se não for difícil, não tem graça e isso agrada uma parcela considerável de jogadores.

Bestiário do jogo.

Os pontos chaves da proposta são: artes simples e agradáveis; muitos inimigos para descobrir; cartas distintas com efeitos diversos; progressão constante; e liberação de bônus permanentes com o efeito replay do jogo, dublagem bacana (mesmo não sendo em português); legendas para o Brasil; e músicas agradáveis. Os negativos são: dificuldade desbalanceada já em 20% do jogo; mecânicas de perder cartas por ataques de alguns inimigos; muitos inimigos em tela garantem combate deles, no jogador, permanente dificultando a defesa; e frustração na progressão. São pontos importantes para se manter atento.

Para quem deseja experimentar jogar algo diferente e difícil é um jogo com proposta relevante. Para quem gosta de jogo de cartas, é uma ideia porém não tem cooperativo ou multijogador pois é uma proposta de jogador simples. O fator replay garante outras jogadas e quanto mais se joga, mais longo se torna o tempo de jogo, exigindo atenção por onde se caminha e quantas cartas no baralho ainda podem ser usadas. Caso não haja cartas suficientes, a derrota será inevitável.

Uma das telas que conta a história do jogo.

Disponível na GOG e na STEAM é recomendado para quem quizer se estressar muito e não gosta de Magic ou Yu-Gi-Oh ou Pokémon Card Game (Estampas Ilustradas) mas deseja experimentar algo complexo no passar das horas. Vale umas horinhas. No Steam deck será uma boa opção pois viagens longas e bateria curta não combinam e por ter um padrão gráfico simples, isso garante bateria por mais tempo que outros jogos. Se quiser ver o que consegui jogar desse jogo clica aqui pra ver a playlist no canal Só Jogo Velho a qual venho dedicando algum tempo de jogatina.

Até o próximo jogo.
Ass.: Thiago Sardenberg

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