Pokémon é sempre um caso a parte de todo e qualquer jogo feito hoje, por qualquer empresa. Seus concorrentes diretos, Monster Rancher, Digimon, Ni No Kuni, Yukay Watch, entre muitas outras franquias, seguem algo bem próxima a ideia original criada e reexplorada desde a década 1990... A franquia original da Game Freak, com o passar dos anos, ganhou proporções astronômicas, virando sinônimo ou de vicio (para muitos) ou de competição (para a maioria dos fãs e consumidores fiéis).
Falar de RPGs sem comentar as franquias mencionadas, não é falar de toda uma gama de variações que esse gênero tem. Porém, e quando essa mesma franquia, transpassa o seu gênero original e chega a outros gêneros? Os bem vindos spin offs dessas séries não poderiam deixar de existir e com elas uma gama nova de jogos surgem e mostram a capacidade criativa de uma empresa/equipe em criar e adaptar suas criações para novas opções de trabalho.
Pokémon Rumble é uma das muitas variação que a série tem e que veio diretamente das incursões Stadium (N64) e Colloseum (GameCube) em um Beat 'em up (ou simplesmente brigas de rua) que vai direto ao ponto. Se você é fã das pancadarias de Kratos (em Godo f War) ou de Tartarugas Ninja (franquia antiga), e gosta dos bichinhos fofinhos e alucinados de Pokémon, essa versão poderá te agradar e muito.
1 – Brigas de rua em um divertido parque de brinquedos movidos à corda.
Oi? Movidos a corda? Sim. O jogo não é um RPG de exploração como os originais. Ele é apenas mais um Hack and slash que consegue incorporar os monstrinhos de varias gerações da franquia em um jogo de espanca botões para 4 jogadores passar por fases em corredores pré-definidos e infinitamente repetitivos para se derrubar monstros durante esse percurso e vencer um chefe (não muito difícil) no final essas trilhas.
Por ser bem conhecido o gênero dominou os consoles de outras épocas por muito tempo. Agradou diversas gerações por vários anos em franquias bem famosas e saudosistas como Street of Rage ou Devil May Cry mas que conseguiu se reinventar e evoluir com Bayonetta, Brütal Legends, Heavenly Sword que fizeram a cabeça dos fãs com suas histórias e personagens ou cativantes ou estupidamente fortes e que perdem feio por descuido dos jogadores (experientes ou não).
Pokémon Rumble segue esse estilo de jogo simples. Controle apenas 1 bicho que você goste e saia batendo nos outros. Como os monstros não evoluem, eles não ganham pontos de experiência, mas possuem barra de vida então cuidado, se perder o monstro, perde uma vida. Se perder as 3 vidas da reserva, perde a fase e precisará recomeçar tudo. Sorte que o AutoSave dele é eficiente e as fases não são longas.
Toda vez que se refaz uma fase, novos monstros vão aparecendo e se der sorte, o jogo te permite ‘capturar’ essas criaturas, aumentando o numero de personagens disponíveis para se usar e continuar a batalhar contra o computador.
2 – Dificuldade moderada e permanente
Dividido em estágios que tem um nível próprio de dificuldade, o jogo evolui do Rack C ao B, ao A até chegar ao S. Em cada um desses níveis existem as 06 grandes ‘fases’ temáticas para se ganhar novos bichos e seguir para as próximas. Ainda existe uma competição geral, um tipo de estádio ou coliseu (chamado de Arena), que se acessa ao conseguir um ou mais bichos com nível maior do que o pedido pela arena como ‘nível base’.
Porém, se o jogo não é um RPG e o próprio sistema pede ‘nível base’ como se consegue nível novo jogo? Exemplo simples. Seus bichos tem energia de vida (HP Mesmo) de até 99 pontos. A Arena só é ‘liberada’ quando o seu grupo de personagens estiver com 1 ou mais personagens com 100 pontos ou mais de vida. Com isso a parta da Arena se abre e as batalhas realmente difíceis acontecem.
Nessa arena é necessário derrubar um numero X de monstros. Com a evolução dessa batalha, novos monstros vão surgindo e ao final, existirão 3 grandes monstros para se derrotar. Geralmente os Pokémon Lendários ou Raros e que são realmente fortes.
Com a vitória, o nível seguinte é liberado e as mesmas fases, com maior dificuldade e muitas vezes, novos monstros, é liberado e o processo recomeça. Em mais ou menos 1 hora é possível vencer cada nível de dificuldade e no final de um dia de jogo é possível chegar aos créditos de encerramento. Demorei cerca de 6 horas para completar tudo.
3 – Jogabilidade de Repetições extremistas.
Mesmo dentro de um gênero tão característico como o Hack and slash, em que o numero de personagens disponíveis geralmente é limitado, as repetições são inevitáveis. Os monstros são brinquedos, do tipo ursos de pelúcia, e que precisa de ‘corda’ para se moverem. As vidas são as engrenagens que dão corda aos monstros. Com o final da barra de vida, a engrenagem é perdida e é preciso usar uma nova OU substituir o monstro e colocar um novo com barra de vida cheia para seguir em frente (e assim preservar suas vidas).
Geralmente, o jogador começa com um Pokémon simples e muito fraco que ajuda a entender os comandos básicos e eficientes do Wii Remote dentro do jogo (a versão jogada foi a de Wii no serviço do Wii Ware). Com o tempo, o jogador adquire novos monstros com maior energia e novos poderes e pode ir substituindo o Pokémon da vez por outros (ou mais fortes ou que agrade mais ou seu estilo de jogo).
Na pratica não faz muita diferença qual monstro o jogador usará para vencer os desafios nesses corredores, desde que saiba usar os espaços abertos ou afunilados dos cenários e os ataques desses monstros para derrubar os outros, a dificuldade não costuma ser um problema, isso nos níveis iniciais.
Antes dos estágios finais onde um descuido pode te tira metade da barra de vida, o jogo tem uma progressão constante e não tão cansativa como outros do gênero (Godo f War e Heavenly Sword são bons jogos mas em determinados momentos alguns grupos de inimigos ou chefes chagavam a ser irritantes devido a dificuldade que geravam propositalmente ao jogador).
O que salva o jogador no final é a possibilidade de jogar com vários monstros diferentes e acabar derrubando um Mewtwo com um Zapdos boladão em apenas uma vida. Isso sim foi a surpresa no final dessa jornada.
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