domingo, 4 de outubro de 2015

O primo mais velho que foi embora cedo de mais...

Duvido que o jogador nato da década de 90 não tenha falado em pensamento "SEEEGGGAAAAA"

Foi com o Dreamcast, ultimo console caseiro da japonesa SEGA, em um promissor projeto de vídeo game que começou a padronizar o que nós temos hoje no mercado como a Xbox Live, o E-shop e a PSN e até mesmo a STEAM, Origin e o GOG. Mesmo que algumas tecnologias já vinham sendo desenvolvida anteriormente (e sega net veio do antigo Genesis / mega drive) foi nesse console que os jogos online (nas plataformas caseiras) e conexão por cabo telefônico, começaram a ganhar a força que tem hoje. Durante esse mesmo período ainda havia muito espaço para multiplayer splitscreen de até 4 jogadores e propostas inusitadas de uma infinidade de jogos que muitos não conheceram.

Mesmo com seu carismático mascote, um ouriço azul super rápido e sua turma de amigos (azarados) que precisam salvar o mundo de um maníaco doutor que deseja dominar a todos com suas maquinas, a empresa não teve um portifolio de sucesso nas suas vendas. Apesar de extenso e com franquias que mostravam sua criatividade nas equipes e processos.

Era uma variedade de jogos tão bacana que no final ficam muitas perguntas do porque o console ter fracassado? Infelizmente a resposta estava na concorrência...

A variação na cor do simbolo mostrava de qual região do globo era o console e os jogos

Com a chegada prematura dele, prometendo coisas que o anterior não conseguiu cumprir, o inicio das vendas foi bom. Deu fôlego para a empresa se manter no mercado porém, logo depois, viria o mais popular console de todos os tempos, PS2 e seu leitor de DVD. A tecnologia do Dreamcast era baseada numa evolução natural do CD. Para evitar a pirataria (ledo engano) a SEGA desenvolveu uma mídia especifica para o console chamada GD (Gold Disk) que tinha a capacidade de 1.2 GB aproximadamente. Com mais espaço que o CD e grande o bastante para colocar muito conteúdo no disco porém, os hackers sempre acham formas de burlar as mídias.

A qualidade gráfica do console também não desapontava e muitas vezes teve jogos com melhor qualidade que os concorrentes tiveram. Comportando acesso a internet, 4 controles, rumble opcional, cartão de memoria, publico cativo fiel e carente de console novo essa plataforma tinha muitas condições de levantar o animo dos consumidores com relação ao futuro da empresa. Eram os jogos produzidos por ela que fizeram toda a diferença na vida dele enquanto outras empresas também tiveram espaço para mostrar suas ideias e criaram grandes continuações ou novas franquias para o console não ficar comendo poeira com os concorrentes. Mas as patentes de conteúdo que a SEGA precisava pagar aos fornecedores de peças eram tantas que isso causou um impacto no valor do console e o investimento sucumbiu com as promessas não realizadas.

Alguns dos jogos mais jogados de gerações anteriores começaram nesse console ou como exclusivos ou como novas propostas divertidas e sem pé nem cabeça que encataram os jogadores.

 









E a lista continua com Virtual Striker, Virtual Tennis, Power Stone, Crazy Taxi, Daytona USA, Hause of the Deads, Headhunters, Test Drive Le Mans, Legacy of Kain: Soul Reaver, Tony Hawk's Pro Skater 2, San Francisco Rush, NBA 2K2, Dead Or Alive 2, Wacky Races, Street Fighter III: 3rd Strike entre muitos outros projetos que ou ficaram confinados ao Japão ou foram cancelados após o cancelamento da fabricação desse console.

Alguns jogos exclusivos continuam a ser exclusivos da plataforma...











Infelizmente o console só viveu o equivalente a 3 anos de vida. Para uma plataforma padrão das décadas de 80 e 90, uns 5 ou 6 anos era um bom tempo mas esses 3 foram suficientes para deixar os consumidores carentes e por mais que tenham tentado (mídia e sistemas favoráveis a isso) ele também sofreu com a pirataria. O que é mais comum entretanto foi a quantidade de pessoas que tinham o console e isso realmente não foram tantas. Vendeu bem mas encalhou com a chegada do PS2. 20 milhões de unidades não é nada para os padrões de hoje.


O mais curioso de toda essa história foi o que ocorreu depois do encerramento da fabricação do console em 2001. Com a experiência de criar sistemas operacionais da Microsoft (o sistema do console era parte do Windows NT) e com mesma anunciando o XBOX (baseado na sua tecnologia Direct X) o Dreamcast poderia ter visto dias melhores. Entretanto foi a sua arque rival Nintendo quem apoiou a SEGA para portar parte dos jogos ao seu console da época (o Game Cube) e por mais incrível que pareça, foi no PS2 que ela conseguiu sair da crise financeira que vivia com os lançamentos de novas franquias e ideias. Mas mal falada Microsoft também se saiu bem na fita e teve alguns bons jogos do Dreamcast relançados nos seus consoles.

Por mais estranho que possa parecer, foi no final de uma crise profunda, que uma das maiores empresas conseguiu aliadas de peso para continuar viva. Agora, depois de quase 20 anos de lançamento, o Dreamcast colhe bons fãs pelo mundo não pelo seu poderio tecnico que já foi ultrapassado mas pelas propostas inovadores que colocou nos consoles caseiros que vieram depois e tendenciou toda a jogatina online que temos hoje.

“Andar na vanguarda da tecnologia é tentar antever tendências não reveladas ainda.”

Ass. Thiago Sardenberg

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