segunda-feira, 27 de julho de 2015

Entre o Bem e o Mau - parte 3 de 3 (Beyond Good & Evil HD version)

Para quem chegou até aqui e não leu as outras partes, clica nesse link para ler a anterior.



5 – Graficos: rapidamente o que vende os jogos nos dias de hoje

Os gráficos não são primorosos. Se não fosse a versão HD, o jogo continuaria no esquecimento geral da nação gamer. Merece elogios? Merece. Está bem animado, com um relativo bom sincronismo de movimentos (mesmo falhos), não tem erros de malha nas animações. Um trabalho impar num projeto que tem muitos defeitos e qualidades. Alguma hora a equipe ia acertar em algum fator relevante.

Os cenários são bons. Mesmo que nem todas as partes bacanas sejam acessíveis ao jogador (a programação presente no jogo irá impede-lo de fazer a exploração completa do mapa) mostra que tem muitas áreas com bom acabamento de texturas e sombras.

A variação de noite e dia é bem trabalhada e rápida. Perceptível aos olhos dos jogadores mas não apresenta relógio ou alguma informação de hora do dia. Parece que os personagens sofrem de insônia ou não tem sono (o que é bem comum em quase todos os jogos de exploração lançados até hoje).


Os veículos são trabalhados de forma rasa mas cumprem o seu papel. Tem movimentação, variação de tamanhos e formas. Existem em quantidade em todos os cenários e reclamam dos ataques que o seu veículo causa a eles. E fazem fumaça quanto recebam dano, cuidado.

Os inimigos mais bem trabalhados são repetidos ao extremo em diversos locais. Poderiam ter variado um pouco mais neles. Os chefes tem boa qualidade de textura e movimentação. O final do jogo é um saco de difícil e gasta-se muitas “vidas” para vencer o dito cujo.

Dificuldade mesmo foi reconhecer algumas informações importantes por estarem ou muito escondidas ou com texturas variadas (o que foram poucas vezes) devido ao posicionamento das câmera usada para ver os ambientes ou tirar fotos.

Poderiam melhorar alguns detalhes extras que acabam acontecendo mas não impede de ter qualidade final agradável e aceitável para os padrões da época. Hoje melhoraram pouco.


6 – Conclusão dos trabalhos

O que mais deu problemas na programação do projeto, tirando parte da inteligência artificial, foi o sincronismo da legenda com a movimentação dos lábios e do áudio. Realmente um ponto muito ruim para o trabalho da equipe inteira.

Não descaracterizar esforço e dedicação mas parece ter sido feito as pressas ou nas chochas. Também, com uma equipe original (de 2003) com 30 pessoas para fazer tudo? Hoje, o jogo, seria considerado um independente de tão poucas pessoas envolvidas nele. O que não aparenta ser tão poucas nos créditos finais. Haja chinês para mencionar neles.

Comparando o resultado final (de vendas e por ter se tornado um jogo cult depois de lançado) aos muitos problemas apresentados como um todo o projeto condiz com o possível termo estereotipado do “baixo orçamento” dele. Com as reviravoltas que ocorreram não é mais um mistério tão inesperado para um possível fracasso comercial na época.


Recomendação para joga-lo? Sim, é recomendado porém é melhor esperar por boas promoções ou “flash sale” específicas nas redes (Live e PSN) para compensar o custo que é oferecido normalmente. Ter o valor de R$ 31,00 para um jogo que tem problemas antigos não é um preço aceitável. Para quem é fã vale por qualquer preço.

Para quem quer jogar um jogo de 15 a 20 horas de duração, é relativo. Se quiser usar como pesquisa de estilo gráfico e cell shading, fique com as imagens da internet pois servem para isso. Se precisar de um bom combinado de mecânicas e mini jogos dentro de um jogo diferente ou da faceta “fotográfica” dele já são outros 500 e pode ser que interesse.

A melhor recomendação é aproveitar a oportunidade de jogar na casa de um amigo algumas horinhas para saber se vale ou não vale a pena. Além de ter apenas 11 conquistas/troféus que podem ser alcançadas em apenas uma única jogada, não tem o dito cujo da platina (mesmo para quem platinar o jogo).



Ass.: Thiago Sardenberg

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