Ta aí algo que talvez possa valer muito o esforço! Chegou como um desafio para outros, agora é pessoal (comigo mesmo): ficar uma semana sem reclamar para depois registrar a experiência (posso postar no blog? acho que o teste vale)...
Talvez uma constatação dos meus contatos seja "endoidou de vez? Só pode" ou "vai perder antes de virar 12 horas". Muitos poderão falar "tu é louco! reclamar faz parte..." mas não, e vou tentar, e vou ganhar. Contra eu mesmo. Se eu morrer de estresse acumulado, ok, também faz parte. Ao menos não deixei de tentar e vou conseguir! Quando terminar falo como foi.
Link original do desafio -> http://www.hypeness.com.br/2015/01/o-que-aconteceu-comigo-quando-tentei-ficar-1-semana-sem-reclamar/
entre tantos outros que podem ser marcados pela semana ou depois do desafio.
Lembro que é particular comigo mesmo, não é imposto, nem pra quem recebeu a chamada nem para quem ler ela, mas vou fazer...
Dia 20-01-2015! Começando as 14 horas de uma terça-feira.
Dia 00 – O desafio foi aceito! Vou lhes explicar o porque de ter aceito a proposta.
Vamos ver como vai ser essa parada. Como já costumo ficar em silêncio, boa parte do dia (mesmo trabalhando como professor e dando aulas), agora nas férias eis que me aparece esse desafio. Aqui em casa não tem Pets mas tem minha mãe idosa (e isso já rola boa parte do estresse mas é mero detalhe), tem os vizinhos (que pouco vejo ou dou valor, quase não consigo saber quem está em casa porque costumo ficar trancado no meu quarto fazendo minhas coisas, vendo seriado ou filme e jogando).
O Facebook existe, está ativo, tenho a minha conta desde 2009 e está na boa, ali, com seus tantos contatos. Para esses contatos, o desafio foi posto no Facebook e só pra constatar (aos outros): vou tentar, vou arriscar, vou me superar. Tinha se tornado pessoal de mais para passar batido...
Como o desafio já havia sido meio que proposto antes de se tornar conhecido (já sabia que reclamar era muito ruim e eu reclamava muito mais do que deveria), só comecei a reparar que reclamar não iria ajudar quando colocasse para mim mesmo que “nem sempre a causa do problema somos nós e sim fatores adversos” e preferi prestar mais a atenção nesses “fatores externos” do que no simples ato (e fato) de reclamar.
Geralmente a reclamação começa por mero impulso involuntário, que parte da insatisfação ou impaciência de outros. Como a própria ação de reclamar dos outros surge de algo que os irrita ou incomoda, quem conviveu comigo me ajudou muito a prestar mais a atenção nos detalhes e pontos das causas das reclamações do que na reclamação propriamente dita.
Além de ser Designer formado e pós graduado (só nisso a profissão já carrega um estigma de reclamão mas tem motivos muito sólidos para se reclamar), conheço, uso e sei trabalhar com um tal de Marketing (o que gera pesquisas diversas para variados trabalhos profissionais, de forma constante). Se não fossem por certos locais que trabalhei (durante alguns anos e por muitas vezes falta de opções) e com certas pessoas que conheci (por acaso), minha postura não teria mudado se não prestasse atenção em mim mesmo. Queria e deveria parar de reclamar antes que me tornasse uma pessoa muito mais chata do que sou normalmente. Após essa constatação inicial (reclamar por reclamar), preferi aprender a parar de reclamar e fazer observações pertinentes sobre os problemas e tentar me esforçar em me ajudar.
Nem sempre saberemos como resolver os problemas, não somos treinados para resolver problemas, logico, mas somos treinados para cumprir metas e entregar os trabalhos nos prazos. Se existem problemas pessoais, no local de trabalho, no grupo de trabalho, ou em qualquer outro ponto dessa infinita cadeia, não importa, os problemas existirão sempre!
Alguns anos depois dessa infeliz (e importante) constatação, reparei que algumas muitas coisas melhoraram.
Assim que chego numa fila de banco (ou qualquer outra fila), numa situação inusitada no conjunto das mais esperadas, ou quando me interrompem para fazer outras que podem ser resolvidas com apenas uma escada ou braços mais longos (esses são meros exemplos casuais) já começava a reclamar. Era um porre ser interrompido, mas faz parte do dia-a-dia.
Reclamar não era o problema e sim a atitude de reclamar pura e simples. Precisava mudar isso. Já faço terapia a anos e percebi isso sozinho mas ainda não era o suficiente. Precisava mudar. Foi quando entendi o ato de reclamar (e como essa atitude pode ser tão cruel e estar tão impregnada nas pessoas como mau humor ou cara emburrada involuntária, ele acontece).
Foi quando comecei a mudar a forma de ver o mundo, de ver as pessoas, de ver o como elas se comportam para poder começara a fazer alguma diferença. Um exemplo clássico é o das filas (qualquer fila, do banco, do supermercado, de carros, do ônibus, não importa qual seja a fila). Se tem como fazer coro e aumentar o bafafá, já era, reclamar vai ser um estopim para outros problemas. E bota problemas nisso. Filas acabam sendo o melhor ombro amigo de choro não lacrimejado e um passo ao psicólogo de graça daquelas pessoas não sabem o que fazer (e é onde nós entramos, meros ouvintes ou pessoas passivas das filas, que não querem ou não precisam dar nenhum valor a reclamação oportuna, ou não, dos outros). Isso é irritante!
Até que vem aquele pensamento com algumas palavras chulas, pra cá, outras pra lá “não sou pago, nem estudado no assunto e nem trabalho para ouvir as suas reclamações. Parem com isso! Existem psicólogos! Então corram atrás disso!” Mas não, as pessoas, amam reclamar e fazem isso com gosto. Parece que o fazem para sentir um prazer meio masoquista, sabe? E isso só torna o ato de esperar nas filas algo pior do que o simples ato de ficar pardo. O que era para ser simples e direto se torna algo pior, muito pior, com a reclamação dos outros. Santa paciência, “hoje eu vou lhe usar”...
Mas tudo bem, são outras pessoas, que não conheço, que não fazem diferença para o meu dia-a-dia mas é desse comportamento que veio a análise de como se deve fazer para se reclamar, sem ser grosseiro ou estúpido, e ser bem ouvido. Deixar a reclamação se tornar consistente e relevante, para os que sabem fazer aquele serviço poderem nos ajudar e ter o devido crédito pelo trabalho bem feito. O tal Marketing, lá do inicio do texto também faz isso...
Então esse é o caso, aprender a não reclamar foi o primeiro aprendizado. A duras penas, mas foi aprendido. O passo seguinte foi aprender a fazer a reclamação certeira. Sem ser estúpido ou ignorante. Sem perder o tom de voz (mesmo que não sejamos ouvidos ou acabemos nos exaltando mais do que deveríamos) para continuar sendo ouvido. Esse desafio ainda está acontecendo e vai demorar bastante para ser concluído.
Até a próxima postagem do Diário de um Reclamão...
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