Vou ao banco, faço as compras, vou a farmácia. Coisas do dia-a-dia de qualquer casa. Por outro lado, ela faz a parte dela, a parte de mãe. Mantem a casa em dia com as coisas certas, roupa limpa e o almoço enquanto eu arrumo as camas, a louça e por aí vai. Uma troca saudável e que vale a pena. Mas mesmo sabendo quais são e como fazer as obrigações de cada um, ainda assim, geram-se conflito, e muitos deles são por besteira.
Com o desafio proposto, aceito e avisado, foi que enfim ele começou. Tanto é que a postagem anterior foi sobre o dia Zero (os motivos aos quais aceitei a proposta), e explicando algumas coisas bem importantes sobre o dia-a-dia em geral das pessoas, do cotidiano e de nossa cultura. Que cá entre nós, uma mistureba pra lá de complicada.
Lembrar de tudo quanto é postura e acasos, do dia anterior, que possam levar a uma possível reclamação foi difícil. Antes de começa-las, melhor falar das coisas que não tiveram reclamação do que lembrar a infinidade de motivos que possam gerá-las.
Assim que avisei minha mãe sobre o desafio quase veio um deslize. Por pouco não fiz uma reclamação de um detalhe irrelevante de um assunto que nem cabia reclamar ou fazer qualquer coisa parecida. A falta de luz que assola nosso país era o tema (falta de água e calor ao extremo é uma combinação explosiva). Estávamos cogitando em ir para o ar condicionado e ficar em um ambiente menos quente, e no fim do mês termos menos despesas (e menos motivos para gerar novas reclamações extras de tabela) seria uma boa atitude. Foi então que preferimos a postura da ala mais radical onde “vamos economizar tudo, nossos salários não nascem em árvores!” e assim foi feito. Logo depois do almoço, cada um pro seu canto.
Até o fim do dia foi um calor tremendo, sofrido mesmo. Me senti na Arábia. Mas nunca saí do Brasil! Então esquece, na Arábia não poderia ser porque nunca fui pra lá. Esse calor tremendo só não está pior do que o sofrido ano de 98, naquela indigesta final da copa do mundo, onde o Brasil perdeu para a França, e eu estava lá em Manaus, onde o calor, não dava trégua.
Aquela viagem de férias no meio de ano foi tensa. Minha prima sofria com os filhos dela e o marido naquela terra de calor extremo. Era não, estava quente. Muito quente. Um abafado terrível. Sufocante. Tudo quanto é possibilidade e oportunidade para reclamar sobrava. Mas uma boa parte do tempo visitando a prima e a região foi conhecer alguns locais turísticos e em outros momentos os parques naturais bem bonitos. Local interessante para se visitar de novo a cada 15 ou 20 anos. Mas fora do calor? Impossível! Lá é sempre quente!
Até o final desse primeiro dia, foi tranquilo, o fator psicológico estava se preparando para o que estava por vir. Enquanto a postagem na rede social ficou interessante e as observações de alguns amigos com o apoio de outros foi muito bem vindo, as reclamações estavam controladas.
Eis que, de tarde, lá pelas 17 horas, realmente aconteceu o que eu não esperava. Ia perder o desafio já em menos de 3 horas? Só? Já ia reclamar de novo? Iria puxar um assunto com outra pessoa no Facebook e na hora de escrever até vai e antes de bater o “enter” veio a releitura da mensagem “calor do caramba!”... OK, é isso aí! Isso é uma reclamação e não é uma das melhores formas de começar uma conversa com alguém. Pare e pensa: será que precisava começar um assunto dessa forma? Yoda já diria “Refletir é preciso jovem Padawan...” É sério! É pra se refletir sobre essa postura de reclamar sempre. Foi para isso que aceitei, não foi?
No inicio da noite, onde tudo costuma explodir, até que foi uma batalha de meio dia bem tranquila. Ficar jogando, sentir o progresso e não dar chiliques (da incapacidade de conseguir resolver algumas simples coisas) já foi um avanço no processo de não reclamar. Até a hora de dormir, iria ficar legal. A surpresa do fim do dia foi saber que uma amiga compartilhou a experiência e aceitou a proposta também. Ela comentou que não iria reclamar por algum tempo. E ela me disse que havia motivos para reclamar, mas preferiu ficar quieta.
Foi então que assim, próximo da meia noite estava tentando estudar alguma coisa, eis que o sono não veio e o calor (não vou reclamar dele de novo) também não se foi. A vontade de ir pra cama está passando lá no outro lado do globo e o que me sobra? Apenas ficar acordado. Vou tentar ler um pouco de um livro que está quase acabando pra ver se o sono volta.
Durante SONO DA NOITE! Não reclamei! A leitura deu resultado e pude dormir mais que o esperado. ...e não acordei com o despertador gritando de novo meu ouvido. Felizmente essa primeira etapa foi tranquila. Durante a manhã, estava com pequenas coisas longas pra resolver e depois de concluídas, já estava perto da hora do almoço. SHOW! Até que terminou o 1° dia.
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