Quando mostraram a franquia pela primeira vez era uma coisa nova. Na época, as três grandes (Nintendo, Microsoft e Sony) haviam visitado a empresa Media Molecule para disputar a tapas quem iria publicar o primeiro jogo. Sorte ou azar, a Sony tinha feito o primeiro contato e na casa do PS a franquia nasceu. Veio o segundo jogo e ela ficou ainda maior. Na terceira empreitada chegamos nos carrinhos de corrida mais adoráveis dos jogos atuais.
Dizem que foi cópia descarada de uma outra franquia enquanto outros falam que foi oportunismo de uma boa ideia em uma boa execução. Alguns dizem que foi o efeito consequente do fator criativo. Eu mesmo, no entanto, prefiro falar “é bem divertido”.
Com aquele narrador português dos primeiros jogos finalmente saindo de cena para apresentar um dublador nacional (até que bem carismático) no início soa estranho (bem mais que o português luso) porém sabemos que o jogo é para crianças e essa tradução se mostra como um grande acerto da Sony Brasil quando o assunto é “acessibilidade”.
1 -> Dublado e sublinhado...
Os fraldinhas de plantão vão adorar jogar um jogo de kart todo dublado. Além de ser mais fácil de ser manipulado, o menu e todo o conteúdo do jogo está 100% traduzido. Com muitos momentos de falta de sincronismo entre as falas do narrador e as legendas do jogo, deixou claro que faltou certo cuidado no tempo das frases porém, o lado engraçado e descontraído do narrador original se mostrou um acerto. Ele está intacto. Mesmo com aquelas piadas sem graça que haviam nos antecessores.
Enquanto os concorrentes ficam se batendo para tentar recriar a roda ou experiências mais divertidas/criativas, Little Big Planet junta, num equilíbrio quase perfeito, as mecânicas consagradas vindas de Mario Kart, nas batalhas em arenas de Diddy Kong Racing e as pistas variadas e mutáveis de SEGA All Stars Racing Transformed, num modo história que remete as origens dos jogos anteriores, onde os bonecos de pano mostram que tem lenha pra queimar.
No quesito áudio/música, as composições são todas boas. Como manda a tradição, não são um conjunto de ruídos como algumas fases poderiam ter mas também não apresentam versões extremamente chatas que estavam presentes da primeira versão. Enquanto os sons dos motores, dos itens e de suas explosões e das fases ou arenas mirabolantes que existem espalhadas, o áudio do jogo agrada pela variedade.
2 -> E os troféus?
Nas finalizações de provas (cada prova tem a famosa comemoração que veio dos jogos anteriores) acontece a já tradicional pirotecnia de papel, regada aos gritos de comemoração da plateia, garantem as já consagradas comemorações de fim de campeonato (presentes também em outros jogos). Os famosos itens de colecionador (também já batidos) estão presentes e dão trabalho para serem conseguidos. Apesar de o desafio não ser tão impossível é regado a muita criatividade e mostra bem que a franquia está em boas mãos.
Karting consegue fazer o que muitos tentaram: ser uma boa mistura do que existe de melhor das outras franquias com uma estética agradável e cativante garantindo tradição.
Com um modo multi player on e off line para amigos ou desconhecidos, o modo história se mostra competente e desafiante com uma boa quantidade de níveis desbloqueáveis a cada nova fase completada. O jogo guarda muitos segredos a cada hora passada na frente da TV e o retorno é sempre garantido. Tendo umas poucas fases ou de arena, ou individual, ou de chefe, o conteúdo da obra é diversificado o bastante para não deixar a peteca da criatividade cair.
3 -> Editar para continuar
Além disso tudo, temos também os modos de edição. Podendo se configurar cada pedacinho do personagem e do kart, o jogador tem a liberdade de criar quase qualquer modelo de trabalho na hora que quiser. Basta parar o jogo, voltar ao menu principal e abrir o modo de criação e pronto, seu boneco de saco de pano vira uma verdadeira estrela da Formula 1 digital.
Junte a isso um simplificado porém eficiente (apesar de no início, ser um pouco confuso) modo de criação de arenas e pistas (com todos os itens adquiridos no modo de história do jogo) a brincadeira se torna uma verdadeira caixinha de surpresas. Nas primeiras horas é um caos, podendo ser um pé no saco para quem quer apenas correr. Parece uma verdadeira firula aos que tem pressa para jogar.
Em um primeiro momento as pistas não tem como serem modificas ou serem muito bem trabalhadas mas os tutoriais presentes desde o início ajudam bastante o trabalho de aprender a fazer novas e divertidas pistas. Imagina demorar um par de horas pra descobrir que sua pista foi feita em modo arena e deu tudo errado?
Então, recomece, refaz (isso está ficando cada vez mais típico), tente de novo, até acertar a mão e na hora do bem bom, vamos correr... você leva uma verdadeira surra dos personagens do jogo na pista que você criou. “WOW!!! Isso ficou divertido...”
Felizmente não é o antigo modo de edição dos jogos anteriores e é mais divertido, mais aberto, dinâmico e menos travado (finalmente). Os anteriores tinham suas limitações devido a proposta original, nessa nova proposta o que você quiser fazer é só uma questão de tempo, paciência e criatividade. Basta ter uma ideia e tentar sair fazendo. Adaptando o trabalho e continuar modelando a pista. É fácil! Em algumas horas de trabalho o final é gratificante.
4 -> Finalizando
O jogo não se propõe a refazer a roda. Ele apenas consegue juntar as boas ideias de outras franquias em um combinado de sub mecânicas bem adaptadas a um jogo de corrida e de kart. Não deixa a peteca cair porque é curto. Em pouco mais de 10 horas é possível chegar ao final e ver os créditos. Para quem tem pouco tempo e quer apenas chegar em primeiro lugar num combinado de 40 provas diferentes, tem o tempo ideal. Para os aficionados por colecionáveis e troféus o jogo também tem lá sua quantidade.
Recomendado para todas as idades, famílias, reuniões de jogatina ou apenas para relaxar, Little Big Planet Karting é o jogo perfeito para as festas de fim do ano, o ano todo...
Thiago Sardenberg
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