segunda-feira, 21 de julho de 2014

Mahjong Max – Analise


Conheci o jogo Mahjong lá no final dos anos 1980 quando o antigo Windows 3.1 ainda existia e eu era bem novinho. Além de não saber quais poderia ser os recursos da época para um PC de qualidade, eu só pensava em jogar. Meus primos e meu pai ficávamos disputando quem era o mais rápido e depois a febre passou. Hoje, depois de tantos anos jogando vários Mahjongs diferentes tive a oportunidade de testar a versão de um estúdio brasileiro. Uma versão que me surpreendeu desde o inicio e tenho motivos de sobra para falar do jogo.


 - Começando o jogo

Quando comecei o jogo reparei, era o mesmo Mahjong de sempre. Um ou outro detalhe que me pareceu diferente mas o resto era o mesmo de sempre. Para inicio de conversa, dos clones que joguei do estilo nenhum tinha história e esse tem, o que já é um ponto positivo. Uma outra sacada da equipe foi colocar o jogo em português, inglês e espanhol. Para atingir um publico maior, atitude repetida por outros estúdios também. 

Nas primeiras partidas a coisa foi engatando aos poucos. Era fácil de mais e quase não deu trabalho chegar nos primeiros desafios complexos. Ao final das primeiras cinco fases eis que o desafio fica realmente interessante e quando foi completado um troféu! Como assim?

No pano de fundo do jogo, a proposta do modo história é encontrar artefatos antigos para uma exposição da cultura chinesa em um museu. Nossa personagem principal é uma arqueóloga e a mesma precisa encontrar essas peças para montar essa exposição. Na viagem a china ela conhece o jogo e começa a participar de uma busca pelos artefatos.


- Mecânica de jogo

Todo jogo de cartas tem suas regras e Mahjong Max não foge nem um pouco das suas. O que o diferencia de outros são os baralhos (poderiam ser itens de colecionador também), que a cada 10 fases mudam. Conforme se progride na aventura, novos baralhos são apresentados em novos formatos de desenhos com compõe o “tabuleiro” de jogo.

A forma de jogar só muda em determinados momentos onde novas mecânicas são apresentadas e usadas para gerar dinamismo diferenciado. Em poucas fases existe a restrição de qual carta deve ser clicada para continuar a “eliminar” as peças restantes.

Quando se completa todas as fases e os artefatos são encontrados, montar a exposição fica evidente e como mérito “o público gosta do que foi apresentado” deixando uma brecha para nova expedição a China em busca de novos artefatos para uma futura exposição.


- Extras do jogo

Além do modo história existe um outro modo de jogo onde são apresentados 104 tabuleiros diferentes para serem vencidos. Quando completados, novos artefatos (troféus) para a exposição são liberados e a sua coleção ficará mais rebuscada.


- Áudio

Irritantemente nervoso. Quando se escuta de forma repetitiva se torna uma verdadeira lavagem cerebral. Incomoda e irrita até dizer chega. Apesar disso, faz o seu papel de deixar o jogador com aquela sensação de “devo jogar de novo” que todo jogo deveria fazer e nem todos conseguem.

- Artes


Uma boa obra não necessariamente terá uma arte impecável. Algumas nem precisam ser rebuscadas para serem ideais ao que propõe o projeto. Enquanto as animações são de alguns poucos detalhes e que se repetem de forma constante elas são necessárias pois torna a obra um pouco mais delicada deixando no jogador a sensação de “carinho” e “cuidado” que a equipe teve ao realizar o projeto. Agradável e singela.

OBS: todas as artes estão disponíveis no buscador do Google.

- Desafio constante e progressivo

O desafio é simples “Retire todas as cartas da mesa no menor tempo possível para ganhar. Se ficar preso, será embaralhado de novo e com o tempo que sobra tente terminar.” e é isso. Não muda em nada desde a primeira mesa até a ultima. O que muda é depois do ultimo desafio onde é necessário resolver um quebra-cabeças não tão complexo de encaixar umas “argolas” numa parede para liberar um pergaminho e logo depois a exposição aconteceu.


- Algumas pequenas falhas do projeto

Senti uma certa falta da mecânica das “argolas” durante o jogo inteiro. Talvez usassem ela nos templos poderia ter gerado um jogo mais diversificado. Poderiam ter explorado mais ela em outros modos extras ou desbloqueáveis, iria crescer um pouco a obra. Outro detalhe foi criar, talvez, só uma arte de exposição. Só as prateleiras ficou bem pequeno. Uma boa alternativa poderia ser uma animação por um salão com as peças e nelas aparecesse os nomes dos produtores. Sugestão que fica para o próximo projeto no estúdio.


- Ultimato

Também procurei se o mesmo estava disponível em outros serviços e ele (até o momento dessa postagem) era exclusivo do SplitPlay. Onde foi que encontrei o jogo a um preço extremamente aceitável. R$ 10,00 por um jogo direto ao ponto e que demora lá suas 12 horas para terminar e ainda deixa uma penca de outros desafios menores por explorar o torna uma boa pedida para os jogadores que procuram diversão descompromissada. Corri contra o tempo para terminar ele e não me arrependo. Valeu o tempo que durou.

- Veredicto

Um jogo que vai direto ao ponto. Acrescenta ao estilo um modo história bem vindo e mesmo que a carapaça tradicional fique aparente coloca tudo o que é preciso a cada novo desafio para prender o jogador do início ao fim. Tem variedade de artes nas mesas e mudanças pontuais de mecânicas em determinados momentos para não ser um “mais do mesmo” visível. Mesmo que não tenha a pretensão de recriar o gênero (até porque existe muita tradição só por ter esse nome) coloca novidades pontuais e agradáveis de forma constante. Recomendado!

Ass. Thiago Sardenberg

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