Todos nós sabemos como o nosso querido mercado consumidor de vídeo games consegue ser a coisa mais maluca que existe devido aos movimentos econômicos (não tão revolucionários quanto as promessas) de nossos governos ditos “salvadores”. E cá entre nós, de salvador tem nada.
Como o assunto não é sobre o governo e sim sobre jogos, também conhecemos a política que existe (por parte desses nossos governos) para taxação e configuração do que são os jogos eletrônicos.
Para os governos “jogo eletrônico é item não essencial para o cotidiano da população e constitui jogo de azar que só preza o beneficio de quem aluga, vende ou explora qualquer uma de suas facetas principais.” e nem todos as fatias do mercado de jogos são exatamente dessa forma.
Para os jogadores ditos aficionados e os entusiastas jogo é algo sério e precisa ser levado como uma grande competição de esportes digital que tem suas próprias regras e competições.
Para os criadores de jogos (e principalmente os donos de estúdios e fabricantes de equipamentos) “jogos são uma indústria, precisam vender para gerar retorno, precisam dar lucro para se manter as equipes empregadas e se não vender, vai falir!” e é nesse ponto que começamos a conversa.
Cada um tem argumentos possíveis e cabíveis nas suas esferas de atuação. Como imposição, taxação extrema de importação é a solução (não das melhores) que o governo faz com relação aos itens importados. Os jogadores profissionais sabem contornar o problema e se dedicam para se beneficiar das limitações do mercado enquanto as empresas tentam fazer a sua parte com lançamentos constantes e ou tradução do conteúdo (algo até bem mais comum do que era 5 anos atrás) para vender mais e melhor seus produtos em território nacional. Cada uma das partes tem feito de tudo para não deixar de ganhar alguma coisa.
O ponto em questão, que foi o estopim para esse texto, é o valor cobrado para certos produtos eletrônicos da vertente “jogos eletrônicos” que existe. Quando, em sã consciência, um produto obsoleto, de 2 anos atrás, pode custar o mesmo ou 75% do valor de um novo da versão seguinte? Só no Brasil mesmo!
Temos bons exemplos de sistemas digitais de venda de jogos (tanto redes internas quanto em computadores ou celulares), que cobram um preço bem menos abusivo que o produto físico final e o que tem ocorrido de uns tempos para cá é justamente o contrário, o digital tem custado mais caro ou igual ao produto físico ao usuário final, isso faz sentido?
A questão de lucro está sendo elevada ao extremo e que tem pago caro por algo que não custa o quanto tem cobrado é o usuário final.
A pirataria e os impostos contribuem em parte para isso mas o caso não é a pirataria ou os impostos e sim a fatia de lucro que as distribuidoras e revendedoras tem conseguido devido a essa política de preços descabida. O valor volátil do Dólar (governo de novo) tem sua fatia de responsabilidade mas não sobre as versões digitais desses mesmos produtos. Não existe logística neles, apenas demanda.
Estamos falando de propriedades intelectuais que demoram anos para ficar pronta sim, tem custo elevado de produção sim, mas chegar ao limite que estão hoje está ficando fora de controle. Mesmo com as mudanças de geração que ocorreram nos anos 1995, 2000, 2006 e 2013, nada ficou tão caro lá fora quanto vídeo games, e de maneira interna, o mesmo ocorreu conosco (por inúmeros fatores).
Voltando ao ponto Brasil, a constatação mais surpreendente foi verificar o valor de um console portátil obsoleto da empresa Sony, cujo valor deveria ser igual ou menor que R$ 400,00. Na busca por ele, constatei que entre Fevereiro e Março (de 2014) o aparelho custava R$ 360,00 e estive com ele em minhas mãos, lacrado e zerado. No final do mês de Março, o mesmo custava entre R$ 380,00 e R$ 450,00 e agora, no início de Maio veio o susto entre R$ 450,00 e R$ 500,00 o importado (vou ignorar o produto nacional porque o valor do mesmo é um afronto ao bolso da nossa classe média).
Na contra mão da lógica nacional desse mercado (já restrito e exclusivo para poucas pessoas), os consoles de mesa estavam caindo de preço, e um dos concorrentes baixou saindo da exorbitante faixa de R$ 1.100,00 para (e pasmem) a faixa de R$ 710,00 (nacional com impostos pagos e unidade lacrada vinda da fábrica de Manaus). Isso tem alguma lógica em qualquer local do mundo? Onde estão os motivos dessa variação tão grotesca com relação ao preço desses produtos? Fiquei bege...
No final de tantas contas, o valor final do produto especifica o tamanho de nosso mercado e com essa oscilação de preço se torna complicado qualquer métrica de consumo (mesmo que exista uma empresa especializada fazendo essas medições). Como consumidor fiquei aflito e surpreso em pouco mais de dois meses procurando comprar um novo console.
Constatando que a pesquisa de preços se torna o fator crucial para se evitar um “roubo à mão desarmada” (e a passagem do susto inicial) ainda me sobram outras duvidas e um simples pergunta: quando o nosso “querido” governo irá tomar a devida postura de igualar todos os impostos de produtos importados como Portugal fez, anos atrás, taxando tudo à confortável 10% do valor real dele? Isso foi uma solução boa para não sair perdendo e manter o mercado interno.
A possível resposta por parte do governo (e diga-se de passagem “de praxe” depois de alguns anos sendo questionado pelos meios de comunicação) será “para preservar a indústria nacional” porém desde quando existe “industria nacional de vídeo games” decente aqui nas terras tupiniquins?
Vontade, oportunidade e ousadia até existem porém temos um caso bem específico, de uma certa empresa nacional, que colocou no mercado um console com até boa capacidade para rodar bons jogos e que não vendeu muitas unidades devido a sua total falta de apoio às produtoras nacionais (junto a isso um péssimo sistema de logística) e um descaso enorme em responder simples e-mails (que eu e outros conhecidos enviamos na época) para retirar duvidas específicas ou responder questões importantes de grande interesse por parte dos pequenos produtoras. Se for para continuar dessa forma, outras empresas estrangeiras tem feito o dever de casa de forma mais convincente.
E o tal produto eletrônico, como ficou no final? Vai para quem quiser comprar porque meu foco agora é a versão seguinte ao dito cujo e quando o mesmo estiver num preço aceitável de compra.
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