Mesmo que hajam pesquisas internacionais sobre o tema e que
indiquem a vontade dos jogadores em quererem algo novo (mecânica, historia, ou
qualquer outro motivo) a indústria tradicional (a dos grandes estúdios e
produtoras) esta se repetindo muito ao ponto de não haver mais diferenças entre
os jogos, seus clones e suas propostas. O que não é ruim como um todo mas
depois de duas gerações (2000 a 2012) com as mesmas franquias (sem ignorar as
exceções), essa ação acaba se mostrando como uma verdadeira pegadinha pois
explicita a decadência da fórmula que todos usam como sucesso e acabam cansando
os jogadores, os expulsando dessas franquias e fazendo mercado minguar no fator
“inovação”.
Traduzindo ao pé da letra, inovação significa novidade ou
renovação. A palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma
ideia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com os padrões já
estabelecidos anteriormente.
As mega produções, de jogos, tem seus méritos e créditos mas
depois de tanto tempo, só expandindo e não mais criando conteúdos novos (um
exemplo é o tema zumbi que já está se mostrando batido) acaba refletindo o pior
ponto de todos (na produção milionária de jogos): a falta de inovação ou dos fatores
que mostram como o jogo pode ser diferente e divertido ao mesmo tempo.
Tradicionalmente, todo jogo deve divertir, desafiar e
recompensar os seus participantes pelos obstáculos já passados. Sem eles,
exemplo de um jogo de esporte ou uma competição de corrida (o que não deixa de
ser um tipo de jogo) acabam perdendo seu fator mais relevante que é a vitória e
o prêmio por ter conseguido superar todo o obstáculo.
Em um mercado tradicional, regado a inovações, como é o dos
games, isso acaba sendo um tiro no pé. Explana como o caminho seguro é mais
repetido do que o da inovação (o que era feito a 15 anos atras) propriamente
dito e ficar no porto seguro só deixa a qualidade do produto uma duvida ao
invés de retornar a expectativa que deveria originalmente.
Os produtores e jogos independentes chegaram para mudar a
balança mas até eles estão correndo esse risco pelos excessos de lançamentos de
baixa qualidade. Isso nos faz pensar sobre o que aconteceu no mercado no final
da geração do Atari 2600 e gerou primeiro Boom do Games.
Independente de ser verdade ou não, aquela geração fez
muitas coisas e poucas alterações de plataformas, mesmo com os concorrentes da
época. Nas décadas seguintes, o mercado mudou, expandiu, melhorou e renovou
suas propostas o que foi determinante para um novo boom de inovação que durou
quase 15 anos.
No atual cenários, onde chegamos a quase 30 anos desse o
reinício das plataformas (e com limites tecnológicos quase inexistentes) sobram
poucas barreiras para as produtoras e criadores ultrapassar porque os processos
melhoraram e os desafios de se criar também. Os jogos chegaram e passaram do
nível de qualidade gráfica que o cinema sempre teve e o mesmo pega uma carona
nesse mercado para explodir em vendas as suas novas franquias.
Outro fator importante são os dispositivos móveis que chegaram
para ficar. Gerou nova forma de vender jogos e expandiu ano a ano com novas
unidades no mercado. A internet melhorou e agregou valor de entretenimento
diverso pois os jogos também se desenvolveram nesse subnicho de mercado e
criaram as versões gratuitas para se jogar as grandes ideias de seus criadores.
Isso não impediu a inovação ou a renovação do mercado e mostrou que com ele
pode-se ter diversidade e variação sem medo de inovação num todo.
Mas voltamos ao mesmo patamar de antes: como o acesso é
maior e mais pessoas podem consumir e produzir mais, cópias e mais cópias
aparecem todos os dias em todos os cantos, o que repete o erro que a indústria
cometeu três décadas atrás, onde a qualidade duvidosa se tornou vigente em um
mercado que deveria respirar e transpirar, novidade e diversidade.
O que fazer então? Explorar ao máximo o que não foi tão
usado? Expandir o acesso a todos os outros possíveis consumidores, não
tradicionais, usufruir disso (o que também já foi feito)?
São tantas alternativas que só o simples ato de mostrar que
existem muitas áreas não exploradas de produção enquanto outras são massacradas
por novos produtos, já dá um sinal de alivio. O que sobra de pergunta é: por
quanto tempo?
Só espero que não estejamos caminhando para o mesmo local
outra vez pois o que sinto falta (tanto indie quanto mega produções) é a
inovação simples e pura, com muita experimentação e não mais o sucesso puramente
comercial. Entendemos que vivemos em um sistema capitalista, mas até ele tem
passado por problemas generalizados.
Com tantos problemas ao mesmo tempo, só nos restam poucas
alternativas e uma delas é repensar o todo na sua base e não mais, moldar o que
já existe para ter uma cara nova e continuar em frente sem modificar nada em
profundidade. Nossas próprias posturas precisam ser mais relevantes que nosso
consumismo e isso é um ponto crucial para um novo futuro.
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