segunda-feira, 18 de junho de 2018

Resistance 2 – E o tiroteio continua desenfreado...

A franquia Resistance é exclusiva do PS3. É composta por 3 jogos sequenciais e fez muito sucesso pela sua história e o seu popular gênero de jogo FPS. Porém não é só de gênero que uma franquia sobrevive durante alguns anos. É preciso mais do que nome, empresa, mentes criadoras e modismos para fazer algo bom e de aclamado reconhecimento um sucesso.

(tela título do jogo, versão em inglês)

Gênero do jogo

Querendo ou não o FPS (tiros em primeira pessoa) é popular devido a algumas franquias (CS, Call of Duty, Metro, Battlefield, Medal of Honor são alguns bons exemplos) e por ter nascido nos PCs, adapta-lo aos consoles não é tão simples porém com a evolução dos consoles e da produção, adaptá-los tem se tornado mais fácil. A exceção de alguns deles, que nasceram em um console específico (Metroid Prime ou Halo), cada plataforma costuma ter seus exclusivos (quando não tem ao menos 3 jogos, do dito gênero, lançado todos os anos, seguidamente).

A história por trás do jogo

Resistence conta a história do soldado Nathan Hale que é enviado à Inglaterra para ajudar a resistência inglesa aos ataques dos Quimerianos e sobrevive (sendo o único dos soltados americanos enviados ao front) porém ele também é infectado pelo vírus Quimera que transforma os humanos em novos Quimerianos.

(base da Islândia, onde o jogo começa)

Enquanto os Quimerianos atacavam o leste europeu (antes da 1ª guerra até o início do 1° jogo) o 2° jogo também começa depois da 2ª guerra. O mundo foi destruído pelas duas guerras e o frio da Rússia não impediu que o vírus se espalhasse. Anos depois, não foi suficiente para evitar a saída dos Quimerianos de seu território. Quando eclodiu o problema, a Europa estava devastada.

A derrota inglesa, para os alterados, foi parcialmente impedida graças aos esforços de Hale (o jogador) e infelizmente a guerra não parou. Ela se espalhou pelo globo e a resistência inglesa ruiu. O 2° jogo começa nas cenas finais do 1° e tem início 2 anos depois, com a adaptação de Hale a realidade de ser um infectado.

O 2° jogo – Continuando de onde parou...

Ao ser criada a força especial SRPA teve condições de desenvolver uma vacina que impede a progressão do vírus pelo corpo dos hospedeiros humanos. Com essa vacina, e seu exército, além de desenvolver equipamentos também puderam usar as habilidades adquiridas do vírus Quimera nos soldados infectados. O jogo começa onde os trabalhos da SRPA ocorrem.

(algumas bases estão recheadas de monstros, outras tem mais máquinas)

Na aventura o jogador precisa completar missões de reconhecimento e eliminar Quimerianos durante as fases que passar. No meio do caminho a história se desenvolve com os diálogos ocorrendo entre os personagens secundários e Hale, ao qual o jogador controla desde o início do jogo. O objetivo principal é derrotar o primeiro Quimeriano “puro” um tal de Deadalus.

As fases são um conjunto de corredores onde há uma infestação à espera. Equipado com duas armas diferentes e uma munição limitada e uma faquinha que degola os inimigos, o jogador terá de passar por situações específicas de confronto cara-a-cara. Nessas fases, ainda há a possibilidade de trocar de armas caso fique sem munição ou a quantidade de inimigos fique enorme (e saiba, a quantidade geralmente cresce bastante quando se muda de fase).

Os Quimerianos

(cenário de floresta onde uma emboscada corre, algo típico desde o jogo anterior)

Como dito no início... os Quimerianos são uma raça alterada. Além de ter origem no espaço, o vírus quando está no hospedeiro eleva a temperatura do corpo além do resfriamento natural obrigando-os a terem exaustores em suas costas. Devido ao metabolismo e a rápida elevação da temperatura corporal, suas habilidades de regeneração é um vantagem e sua mobilidade faz com que os Quimerianos sejam inimigos de difícil confronto (pré suposto do jogo original).

Alguns Quimerianos voltam do jogo original e novos são acrescentados. Alguns são zumbis em um grupo enorme que atacam os invasores de um terreno já dominado. Outros são os Camaleões, invisíveis como o Predador, e de difícil detecção, são rápidos apesar da baixa resistência a tiros diretos (mesmo com a camuflagem). Alguns são suicidas explosivos (os piores) enquanto algumas máquinas (drones) dão suporte aéreo com uma precisão maior. Alguns monstros gigantes podem derrubar prédios e precisarão ser eliminados (chefes de fase).

Cenários da aventura

O jogador passará pelos cenários de San Francisco, Twin Falls, Station Genesis, Chicago, Iceland, Baton Rouge and Chicxulub Crater (México) para alcançar o objetivo final de eliminar Deadelus. Esse tal de Deadalus aparece logo no início do jogo e não mata Hale pois pensa em usá-lo em um momento futuro. Sua intenção de dominar o mundo dos homens e criar um novo mundo para os Quimerianos é o objetivo e mesmo com um exercito enorme de cobaias controladas, Deadalus foi um humano (chamado Shepard) que pesquisou sobre os Quimeras anos antes dos problemas aparecerem (pré suposto para a história do 2º jogo).

(cenário urbano, o jogo é bem definido nos tipos de cenários ao qual o jogador passa)

Dividido entre cenários de cidades, florestas e bases militares, o jogador irá visitar muitas instalações corriqueiras e tecnologicamente avançadas para a época retratada. Além de ser uma realidade distópica, é um tipo de apocalipse com muitos pelotões de zumbis para eliminar, algo que agradava aquela geração e ficou bem popular durante a vida do console.

Arrumar os terrenos para a passagem dos pelotões (soldados ou infectados) e a eliminação dos inimigos é o objetivo mais comum entretanto durante esses corredores alguns muitos casulos de Quimerianos e outros monstros estarão distribuídos e atirando para atrapalhar a vida do jogador.

Nos cenários de alagamentos existem os Aquáticos que o jogador será devorado, por eles, caso caia nesses espaços. Sobrou para a produção, criar as plataformas de passagem com ônibus, carros, caminhões, containers e outras possibilidades que servem de suporte para mudar de local. Como as ruas estão ocupadas por um aguaceiro enorme, o cuidado é crucial. Cair numa vala ou do alto de um prédio, ou de um parapeito ou de uma ponte improvisada é muito fácil.

Nos cenários de florestas e regiões não tão desenvolvidas, o matagal, as florestas e cânions ganham destaque criando situações diferentes das vistas nos cidades. Esses cenários são complementados com a passagem rápida por acampamentos distribuídos pelo terreno.

(os tiroteios desenfreados nos centros urbanos com robos gigantes disponíveis para metralhar)

Nos cenários de base inimiga o que sobra são muitos inimigos em tiroteios frenéticos intercalados por momentos onde abrir portas e passar despercebido é necessário caso contrário chumbo grosso para os dois lados. Ao final de cada uma delas tem um chefe chato de ser derrubado mas, com a devida atenção ao cenário, é possível vencer sem dificuldade, só aprender como o inimigo se move.

O destaque desses confrontos ocorre na batalha com a Aranha da torre, o Kraken na Islândia o gigante do Leviatan e, o que poderia ser divertido, contra o Deadulas ao final da aventura. Infelizmente o chefão final não é tão divertido, apesar de ser uma batalha minimamente inteligente e que prende o jogador durante alguns minutos.

Dificuldade do jogo

A dificuldade do jogo é selecionável. Entre muito fácil e muito difícil o jogador mais experiente irá ter um desafio interessante com destaque para os pelotões zumbis que existem de tempos em tempos (prato cheio para os corredores de mata-mata). Para os novatos, o nível mais fácil fica sendo o mais interessante pois a história não muda independente da dificuldade.

O que muda é quantidade de tiro que precisa ser descarregado nos inimigos pois a energia e precisão deles é maior nos níveis mais difíceis (por isso para os novatos ou menos caça prêmios de dificuldade é recomendado só jogar 1 vez).

Modo Multiplayer online e offline
A geração teve um detalhe interessante: os modos multi jogadores via internet com mais de 8 participantes ficou popular. Graças as novas opções implementadas e novos modos a tecnologia vigente agrupou muitas pessoas que puderam jogar juntas, sem sair de casa, para saber quem eram os melhores. Com o Rank online desses jogadores (e dividido por níveis de experiência que cada um tinha), as imprevisibilidades dos modos online caíram no gosto popular e formaram filas de fãs. Cada novo jogo eram um sucesso maior que o jogo do ano anterior.

(um chefe que te acerta mesmo protegido)

Troféus e recompensas

Cada fase tem seu troféu e graças ao Xbox 360 (com seu placar de conquistas agradando os jogadores) a Sony criou o seu sistema, os troféus. Com eles, novos desafios internos foram colocados dentro dos jogos para manter os jogadores ativos por mais tempo e a maioria deles se consegue repetindo as fases mesmo que sejam no mesmo nível de dificuldade.

Como todo bom jogo moderno, alguns troféus são bem fáceis de conseguir. Dificuldade neles é pouco importante porém alguns deles são para quem realmente gosta de jogar o e encara os desafios maiores com o passar do tempo.

Para os caça prêmios, o jogo é recheado de troféus dos mais variados. Desde usar as armas até alcançar determinado número de mortes ou vencer tal chefe. Os troféus acrescentaram uma diversidade bem vinda de desafios, para os jogadores, sem custar mais para eles se divertirem.

Entre erros e acertos...

A parte ruim dessa história de troféus foi infelizmente um crucial erro de projeto. Era moda, todos faziam, ninguém imaginava diferente e... Sim, ao atrelar alguns desses troféus ao modo online foi um tiro no pé dos jogadores atrasados. Independente do jogador comprar usado ou novo, literalmente, todos os servidores dos 3 jogos foram desligados e nenhum deles tem mais o modo online disponível (isso também ocorreu no Xbox360 com alguns de seus jogos).

(o maior chefe do jogo, literalmente, o Leviatan, gigante que derruba prédios)

Comprar o jogo em qualquer momento não tem problema desde que haja possibilidade de aproveita-lo integralmente e mesmo depois dos servidores serem desligados e a maioria (ou todos os troféus) ficarem disponíveis no modo off-line não seria um problema entretanto...

Como fazer para os jogadores conseguirem os troféus do modo online com os servidores desligados? Eu gostaria de jogar ao menos um pouco desse modo online mas a Sony e a criadora decidiram desliga-los pois era um custo grande sem necessidade. Ok, vida que segue.

Outro ponto de questionamento foi a mudança de alguns controles. Para quem veio do primeiro jogo poucas horas antes de jogar o segundo a mudança foi péssima. Só depois de se acostumar com os novos comandos que se tornam coerentes (apesar dos controles do primeiro serem melhores). Mesmo com um tutorial inicial indicando o que fazer, é preciso tempo para se apagar a memória do antigo e ganhar as novas memórias do primeiro. Algo que poderiam ter evitado.

Gráficos e luzes
O 1° jogo tinha muita cara de PS2. Era bem feito e tem na sua qualidade visual os piores gráficos da franquia. No 2° a melhoria visual é logo percebida no inicio. As luzes melhoraram, deixando o jogo com mais vida. Os modelos e texturas ficaram mais detalhados e compatíveis com a realidade do equipamento, das TVs, do HDMI e da mídia do PS3, um deleite visual, além das animações faciais terem ficado mais evidentes. O ‘entre fases’ além de ter menos história narrada também demora mais para carregar. Uma piora técnica de um lado e melhorias do outro.

Sons e músicas

Jogos de FPS poderiam ser menos barulhentos. Se fossem assim seriam Stealth e nisso já temos Metal Gear e Deus Ex como exemplos logo... Tiro, porrada e bomba para tudo quanto é lado é o que sobra. Os Quimerianos tem uns grunhidos interessantes e quando estão nervosos saem é gritando o que deixa o jogo bem com cara de Jurassic Park. Armas tem seus barulhos realistas e as bombas são barulhentas. Bacana é ouvir o barulho de corte dos casulos com faquinha e Quimerianos a espera do inimigo. É nojento mas é bem feito.

(corredor de Zumbis, algo recorrente no jogo)

A dublagem é um trabalho impecável e os sotaques russos mais divertidos ainda. Se o console estiver localizado para uma determinada região, o jogo será colocado no idioma dessa região. Resultado disso joguei com dublagem e legendas em português de Portugal. Só no Little Big Planet 2 que tive essa experiência. É divertido ouvir os portugueses falando. Sotaque engessado.

Controles

Alavanca da Esquerda controla o personagem (e aquele sistema desagradável de andar para o lado com um movimento que nenhum ser humano faria e o CS implementou). Os enjoados de plantão tem a alavanca da Direita para mirar e posicionar a visão do jogador (nessas horas o controle do Wii é uma evolução natural pena que não prosseguiu). O sensor de movimentos do Dual Shock 3 faz a faquinha e matar uns monstros com ela é assustador. Pulo, recarga, troca de arma são tradicionalmente posicionados. Resultado é um alinhamento do jogo com outros.

Conclusão

Tem seus prós e contras. Desafio interessante e uma história rebuscada com os seus altos e baixos. O jogador ficará entretido por algumas boas horas e na prática será uma partida solo bem curta. Se comprar lacrado vai ter prejuízo. Se comprar usado fará um bom negócio pois na prática é um jogo off-line. Um FPS linear com ondas de inimigos onde o que fez sucesso foram os corredores de zumbis que agradou a geração. Totalmente dispensável pois jogos de zumbi já tem demais e para quem quer ter apenas um tiroteio desenfreado é uma opção com conteúdo.

(o final do jogo é uma tremenda surpresa e deixa margem para um seguinte)

Até o próximo jogo
Ass.: Thiago Sardenberg


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