O evento de jogos analógicos volta em sua 3ª edição, estabelece um novo patamar carioca de diversão e num fim de semana pra lá de divertido e bem vindo ao calendário da cidade. Para quem gosta de alternativas além do cinema, de parques de diversão e eventos esportivos e não depende da internet é um evento específico com uma boa oportunidade para experimentar novas formas de se entreter, conhecer e jogar conteúdos diferentes dos já estabilizados populares jogos de internet, celular e vídeo games.
1 – Marasmo de eventos
Depois da copa do mundo e dos jogos olímpicos, uma postergada crise financeira que hoje explode com problemas diversos pelo estado, e uma inesperada redução de 50% da verba que a prefeitura do Rio deixou de repassar para o Carnaval, a cidade passa por um momento peculiar de marasmo e exclusão cultural que poderia ter sido evitado. A população vive uma realidade distante do que ela mesma deseja. E sendo uma cidade turística, outros eventos além dos que existem por ocasião do calendário fazem muita falta.
Além de já ter 3 anos, o Diversão Offline vem desde 2015 aumentando de espaço, expositores, e público. Quando tudo que é da área costuma ocorrer em São Paulo o Rio estava carente e mal servido de tais propostas. Anime Family e ComiCon Experience se estabeleceram em terras paulistas por ser a capital de negócios entretanto não significa que não exista público para os eventos Geek. Problema era que ninguém sabia o tamanho e a proporção desse público local e os motivos para esses eventos não ocorrerem por aqui.
Entrada do evento. Bem destacada...
A proposta do Diversão Offline é justamente essa, sair do tradicional. Mesmo que os jogos analógicos de tabuleiro, dados ou cartas, sejam mais tradicionais que os atuais jogos eletrônicos, o público que os consome existe e da mesma forma que os eventos esportivos, os radicais, os de datas móveis do calendário acontecem pela cidade, os eventos Geeks também tem os seus e precisavam de uma atenção maior. Foi o que ocorreu. Então, sabendo o que ocorre nada mais justo do que contar como foi o evento em si.
Para entender melhor ainda a proposta de trabalho do D.O. recomendo o vídeo do “ENTREVISTA COM FERNANDA SERENO - DIVERSÃO OFFLINE 2017” do canal Turno Extra que explica como o evento surgiu e o que foi feito até agora.
O valor do ingresso foi razoável e comprado com antecedência poderia ser feita a compra dos dois dias mais barato. Para quem estava ansioso para curtir novas propostas por um preço camarada era melhor ir nesses dias para curtir melhor tudo o que havia disponível. Só um dia não haveria tempo o bastante para curtir e isso foi bem planejado. A equipe de organização pensou o evento de forma interessante e eficiente. Parabéns a ela.
2 - Como foi o evento em 2017
Algumas editoras presentes no evento e com boas novidades. Valeu RedBox!
Acompanho o evento tem 2 edições, na 1° vez não pude ir devido a problemas que não lembro, além de não ter recebido uma publicidade ou comunicação melhor sobre o mesmo. No ano seguinte, 2016, ocorreu de novo e o espaço onde ele ocorreu ficou distribuído em algumas salas do 1° e 2° pavimento do Centro de Convenções SulAmérica, no centro do Rio. Se quiser saber mais sobre como foi o evento de 2016 clique aqui.
Nessa 3ª edição o espaço continuou o mesmo mas ficou melhor organizado deixando as editoras e publicadoras no 1º pavimento e as grandes lojas no 2° pavimento. Além de terem mantido as palestras temáticas e as conversas com os autores de jogos internacionais. Também houve a presença de mais editoras com lançamentos previstos para esse ano e ano que vem pelas grandes. Também chamou a atenção a presença de editoras que estão olhando os produtores nacionais e oferecendo negócios diferenciados para a realização de seus projetos, muito bom saber disso. O grande destaque vai para o espaço de protótipos patrocinado pelo site Catarse com premiação em reais para o vencedor do voto popular.
3 – Mesas de jogos e lançamentos
Essa imagem achei numa das buscas e por ter varias capas diferentes vale pelo conteúdo. Triora foi uma surpresa e tanto. Depois de ter escutado bastante sobre o jogo estou empolgado pra ver como ele é. Curiosidade lá no topo. Die Die Die me deixou curioso também mas foi menos.
A produção desses jogos é cara e demanda tempo porém o evento se destaca pela oportunidade de se conseguir jogar propostas diferentes dos tradicionais jogos que existem no Brasil. Até a Grow, que é pioneira nesses trabalhos, estava no evento com jogos diferentes do tradicional.
A parte boa também é o trabalho de melhorar o mercado consumidor. Como muitas propostas estão chegando poder fazer o play teste desses jogos e ter pessoas que saibam ensinar como se joga é fundamental para cativar o público. Essas mesas foram feitas justamente para isso.
Nem todos estavam em português BR e muitos deles (no caso na edição de 2016) estavam em inglês ou alemão (oi? Como assim?). Na edição desse ano os jogos não traduzidos ainda estavam presentes porém o percentual era menor. A maioria dos traduzidos estavam em suas fases finais de planejamento porém alguns em produção e outros pré-lançamento (veja o canal do Meeple Maniacs para saber mais).
Jogos de cartas, tabuleiros, RPG, Magic (sim o velho conhecido de guerra Magic, estava no evento com a proposta de ter mesas para iniciantes poderem entender e cativar novos jogadores) eram disponibilizados para o público curtir e jogar. Alguns até mesmo em estandes de vendas das editoras ou lojas para compra no evento.
A área de protótipos foi uma das mais cheias do evento. Tinham muitas opções e ideias divertidas.
Consegui jogar algumas propostas como: Camel Cup, Alhambra, Mega Race, Holiday’s Clash e alguns outros. Estavam comigo um amigo chamado Daniel Vitor, minha irmã, meu cunhado e minha mãe. Minha irmão comprou o Takenoko que por sinal é um jogo com uma arte linda e bem interessante enquanto o cunhado comprou o Terraforming Mars (e está lacrado para ele abrir quando voltar ao rio). O prêmio de consolação? Minha mãe ganhou um jogo em sorteio. Mó louco... Boss Monster foi um dos prêmios do dia pela Red Box e foi a maior surpresa.
A família estava jogando o Camel Cup e colocamos nossos nomes na lista que iria para o sorteio. No sorteio só saia o nome Thiago ou Tiago de alguma coisa e eu estava muito nervoso porque não saia o meu nome. Até que chutei o balde e falei em voz alta “dane-se o mundo que eu quero meu jogo!” e quando saiu o último nome do sorteio, o próprio promoter que estava falando os nomes informou “perdão se não souber falar o nome certo e...” falou o nome da minha mãe. “EEEEEEEEAAAAAAHHHHHHH” gritei feito louco com minha irmã e cunhado do lado e fui buscar o prêmio. Ninguém entendeu nada. Esse marmanjo? Gritando? Por que?
Pois bem, minha mãe não ficou até o final e deixou o nome dela na lista por isso ganhei o prêmio, por ela e o mesmo não é meu. Ao pegar o prêmio lembrei de um detalhe do inicio do evento. Jogamos Camel Cup e estávamos em grupo. Nessa hora pedi para tirar a foto do grupo junto para comprovar quem estava ali jogando. Ao sair o prêmio pedi para verificar a minha mãe nessa foto e quem apresentou o jogo e a pessoa tirou a foto (não foram as mesmas) estavam lá e confirmaram que foi a minha mãe quem ganhou o premio. A sorte dela foi de novo aquela “carta na manga”. Vim do evento até em casa rindo de orelha a orelha sem conseguir parar de rir pela sorte alheia.
Outro jogo que curti mas precisa melhorar é o Holiday’s Clash que tem uma proposta família e “pagar mico” engraçado. A proposta é parecida com “Imagem e Ação” mas só com as ações onde efeitos diversos, descritos em cartas, precisam ser cumpridos pelos participantes. Alguns efeitos são coletivos ou individuais, outros permanentes ou temporários. Resultado final foi ficar cantando minhas ações em espanhol, com voz de Iety (homem das neves) com rouco de Vicking em ritmo de Rock. Se isso não é pagar mico, não sei o que é. Precisa melhorar? Sim. Estipular melhor as regras das cartas e retirar algumas que exigem de mais dos participantes (questão de equilíbrio) mas a ideia base está ali e valeu o testo. Só fiquei com a garganta ferrada.
Após isso o evento continuou no dia seguinte mas não fui pois já havia planejado outra atividade. Não vi as palestras mas valeu a ida.
4 – Conclusão
No final valeu por vários motivos. Os inesperados e os esperados. Ao sair o prêmio do Catarse, divulgado em algum site que não lembro e soube por mero acaso, descobri que o 2° colocado foi o Mega Race. Esse jogo foi muito divertido. Uma mistura de Mario Kart com Corrida Maluca muito bacana.
Essa também é outra parte legal desses eventos. Poder conversar com os produtores e os criadores de protótipos. O Criador é de São Paulo e veio pro evento virado mas estava lá nos atendendo super bem e fazendo um esforço danado de conseguir jogar sua obra com o público. Esse contato, essa relação de cliente e produtor, marketing não consegui fazer direito. O formalismo impede esse contato e a informalidade é a mágica do momento.
Ano que vem tem mais e estarei por lá de novo (se o destino me permitir).
O prêmio que mainha ganhou no sorteio. Preciso aprender a jogar isso.
Até a próxima.
Ass.: Thiago Sardenberg
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