quarta-feira, 15 de março de 2017

Game Jams parte 1: as experiências acumuladas no passar do tempo

Sempre, no mês de janeiro, acontece o Global Game Jam e o desse ano não deixou de ser muito divertido e proveitoso. Poder participar de mais um game jam depois de 2 anos parado é sempre uma caixinha de surpresas. Porém, são poucos eventos que tem alguma divulgação forte, eficiente, bem feita nessas terras brasukas... e como não é para fazer alarde de qual é o melhor, ou mais popular, ou o que tem a maior premiação, ficam algumas informações interessantes sobre os Game Jams

Bom vamos por partes e para a 1° pergunta: Há quanto tempo participo de game jams?
Desde 2011 e nessa ordem fica mais fácil de entender.



2011 – maratona paulista de desenvolvimento de jogos. O jogo produzido foi uma releitura de um mini game dentro do jogo do Mario 64 DS. Interessante a proposta porém sem muito alarde ou destaque. O tema foi uma verdadeira mistureba. Baseado em 3 palavras chaves (nevoa, fogo e infinito) os jogos do evento foram os mais diversificados possível. Num total de 100 pessoas, saíram jogos para ipad (na época uma novidade), pcs e analógicos.


2012 – Tema: Ouroboros, a cobra que come o próprio rabo. 1° símbolo criado pela humanidade indica o infinito. Esse foi o 1° Global Game Jam que participei com o grupo e o mesmo ganhou o premio do evento (estávamos na escola Seven Game no RJ). Para quem conhece o Global, não existe premiação porém nada impede das sedes locais do evento terem premiações particulares. Nesse caso ganhamos 5 livros. O jogo apresentado foi o da cobrinha (Snake, dos celulares antigos da Nokia). O time conseguiu colocar 4 jogadores simultâneos no mesmo teclado, itens de sorte e azar e o melhor de tudo, ficou simples e divertido. Para quem tem interesse acesse esse link e baixe o jogo (apenas para windows), vale conferir.


2012 – Square Enix Latin America Contest (evento de porte internacional e com premiações grandes que deixou a América Latina alvoroçada) o tema não existia o que existia eram as premiações porém no contrato do evento havia uma detalhe “todos os jogos produzidos pelos participantes eram de propriedade da Square Enix...” Enfim, um tiro no pé dos participantes da américa latina por completo. A proposta do grupo foi criar um tipo de corredor onde o jogador precisava desviar dos obstáculos e chegar ao ponto final dele com a melhor pontuação possível. Ao final de cada fase o jogador precisava avisar aos planetas seguintes que a destruição dele iria ocorrer e precisava impedir. Bom, o jogo só teve 5 fases a última era a Terra. Um dos programadores visitou eventos e mostrou o jogo. Até onde soube o publico gostou e vibrava com a demonstração mas não passamos disso, o que é uma pena.


2013 – Tema: o som das batidas de coração. 2° Global Game Jam. No SENAI RJ foi bem maior que o do ano anterior porém devido a problemas internos do grupo o jogo não ficou pronto (nenhuma das propostas pensadas) porém apareceu no evento o modelo inicial do Oculus Rift.

Curitiba, capital do Paraná, se consagrou como uma das sedes mais cheias e importantes do evento em nível nacional. Dizem as "bocas pequenas" que o evento chegou a ter entre 200 e 300 participantes. Como nunca consegui descobrir a veracidade da informação deixo apenas a informação que eles fazem um evento e tanto. Algum dia participo dele.

2014 – Tema: "We don't see things as they are, we see them as we are." Traduzindo "Nós não vemos as coisas como elas são, nós vemos as coisas como nós somos." Nesse ano não participei porque não montei grupo nem me associei a outros, preferi ficar sozinho. Acompanhei o processo de vários deles e conheci novas pessoas. Foi legal pela rede de contatos. No meio do caminho criei uma historinha em quadrinhos (porém está perdida em algum canto que não lembro).

 
Coloquei a imagem de Miami como referencia. É para facilitar entender, é o Global.

2015 e 2016 não participei de nenhum evento entretanto, no 1° dia do Global Game Jam de 2016 estive numa das sedes e pude conferir a divulgação do tema. 1 semana depois, não houve premiação e nem é para ter pois o GGJ não é feito para isso, mas fui convidado para fazer a avaliação dos jogos que foram feitos na escola Red Zero RJ. Ao conferir os jogos produzidos alguns estavam bem divertidos. Fazer parte de banca avaliadora não é nada fácil.


2017 – Global Game Jam – IFRJ. Tema: Waves, Ondas. Varias ideias rolaram durante as 48 horas do evento e algumas bem inusitadas. Outras meio vagas. Valeu a participação pois estava num grupo novo, agora com alunos e ex alunos do IFRJ. Trabalhar com jogos, ensinar a fazer as artes, e participar de game jams não é um trabalho dos mais fáceis. Cansativo mas importante para continuar a aprender. O jogo apresentado foi de um ex preso de guerra que ficou cego devido a experimentos científicos. Desenvolveu um sentido no meio do processo que ao jogar coisas e elas rebaterem o personagem (e o jogador) conseguem ‘ver’ o cenário e poderão andar pelo mesmo. Nome: Blind Hope. Para quem tem interesse em conhecer o jogo clica ‘aqui’.

Junto do grupo do IFRJ ainda participei remotamente de outro grupo de GGJ de 2017 com um professor de programação conhecido meu que me chamou para participar. Obvio que não pude fazer muito porque tinha as obrigações do trabalho (e na faculdade). Bem provável que no próximo ano, 2018, aconteça o mesmo mas fica a vontade de querer participar de novo.

A experiência adquirida e a rede de contatos é tudo nesses casos. Mantenha-a a todo custo.

Bem, essas são as minhas experiências de game jams. Algumas muito boas, outras nem tanto.
O que tiro de proveito delas? Fazer jogos, independente de serem grandes ou pequenos, 2D ou 3D, em grupos grandes, médios ou pequenos, imprevistos irão sempre ocorrer.
Excesso de trabalho? Óbvio. Game Jam sem excesso de trabalho e muitas horas com falta de um bom sono não seria Game Jam.

Zumbis? Alguns. Nem sempre ocorrem mas já vi alguns casos bem engraçados. Outros medonhos. Maioria considerado ‘normal’ dentro do espaço de tempo de 48 horas. Ninguém fica inteiro depois de 30 horas acordado trabalhando direto.

Possibilidades? Muitas. Contatos de pessoas e empresas são sempre bem vindos.
Vontade de participar? Bem mista. Acho que ficar uns 2 ou 3 anos no mesmo local para depois mudar é a melhor recomendação que deixo. Passei 2 desses períodos em locais diferentes e pude conhecer muitas pessoas legais e com bons trabalhos. Valeu cada contato.

E sim, para quem quer aprender a fazer jogos e não sabe por onde começar semana que vem vou deixar outras recomendações para os novatos de plantão.

Como ultima referencia deixo a indicação de um evento que me chamou a atenção...


Irei pesquisar mais sobre ele.

Até o próximo texto.

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