terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Mobile - Pokémon Shuffle - reciclagem de mecânica antiga em novos aparelhos portáteis


Quando a franquia Pokémon ainda começava a engatinhar, outras franquias eram mais famosas e podia ser usadas para se criar jogos alternativos porém tão viciantes quanto os originais e a Nintendo, sabendo dessas possibilidades, conseguia criar essas variações de forma majestosa.

Com uma mistura de quebra cabeças com desafios em duplas ou contra a inteligência do jogo o desafio era escolher e adaptar uma determinada mecânica para se fazer a o trabalho de produção de um outro jogo. As franquias que viram isso ocorrer foram muitas e em diversas empresas porém a mecânica de blocos com quebra cabeças foram poucas as que deram certo.


1 - Premissas

A proposta pode ser até simples mas a execução nem tanto. Blocos. Muitos blocos caindo do topo da tela devido ao efeito de gravidade inevitável que ajudava os jogadores saberem de onde vem as novas peças (dependendo da franquia ou versão as peças poderiam vir de baixo e as colunas de blocos iam subindo para o topo da tela).

 Movimente, ou troque as peças de local. Faça combinações de 3 ou mais peças da mesma cor ou formato e elas serão eliminadas. Se forem só 3 peças ganha-se pontos. Se forem 4 ou mais peças numa sequência que pode gerar combo, novos efeitos e uma espécie de ataque acontece e o oponente (ou desafiante) leva o tal 'dano'. Ao final dos movimentos, do tempo, da barra de vida ou do espaço em tela (que pode ser preenchido com peças que não sobram mais) um dos personagens deverá ser eliminado.

  

2 - Referências históricas

SNES - se for na franquia Tetris Attack, lá na primeira metade da década de 1990, teve seu joguinho de peças enquanto usava a turma do Yoshi em sua parte gráfica graças ao sucesso de Super Mario World 2 (quando Mario era só um bebê). Um jogo para 2 jogadores que fez muitos controles serem destruídos (algo bem comum nos consoles da época).


Na metade da mesma década, Pokémon era a febre e com o aumento exponencial de consumo que a nova franquia criou os consoles N64 e o GameBoy Collor receberam suas vertentes do mesmo jogo. A mesma mecânica e para 2 jogadores de novo porém com uma diferença bem básica, a turma do Pikachu estava na capa e os ginásios deveriam ser conquistados.

 

Anos depois, o DS recebeu um parecido. METEOS e METEOS DISNEY mas eram da empresa Q Entertainment. Mesmo com empresas diferentes os jogos seguiam a mesma fórmula de pecinhas caindo do topo da tela e as combinações de cores com efeitos pirotécnicos na tela causando um efeito visual deslumbrante encantava. Sendo um portátil de duas telas, a de toque era o charme do momento.

    

Quase 10 anos depois veio acontecer de novo. Mesmo depois de anos reclusa nos seus aparelhos enfim, a Nintendo decidiu começar a fazer novos jogos para os dispositivos mobile e com eles novas fontes de lucro poderiam ser alcançadas. Não atoa que Pokémon veio com força com propostas diferentes dos consoles e portáteis aos celulares e acabaram por agradar o público em geral.

3 - Mudanças e adaptações importantes

Nos celulares Pokémon Shuffle sofreu com algumas alterações basicas. A mecânica básica está lá e funcionando. Os monstrinhos para serem capturados, as pokébolas, os ataques especiais, os lendários pokémons, as mega evoluções, a great ball (caso a pokebola não funcione de primeira), muitas moedas, itens, desafios, tem de tudo no jogo. Literalmente: pacote completo e melhorando a cada nova atualização.

O que o jogo se propoe a fazer é simples: resgatar a mecânica clássica, adaptar aos celulares, colocar os 700 monstrinhos da franquia disponíveis para serem capturados, e deixar isso tudo disponível de graça para os jogadores.

 

Itens para serem comprados? Obvio, é um jogo mobile, sem publicidade e que precisa ser mantido. Se não houver loja não tem graça. Porém, o jogo deixa claro, logo na tela inicial, que não precisa se gastar nada dentro dele para se jogar. Significa que pode ser jogar infinitamente? Não mesmo!

A cada 30 minutos o jogo libera um coração para ser usado, ao final de 5 ciclos de 30 minutos o pacote fica completo. Cada jogada pode render alguns bons bonus e liberar novos itens ou corações. Se der sorte, o jogo ainda disponibiliza, nos prêmios diários, um pacote com 30 corações para serem usados (se a quantidade de jogadores que estiverem ativos e aumentando for constante, os bonus podem aumentar). O normal é ficar com apenas 5 corações a cada 300 minutos (ou 2 horas e meia).

  


Eu mesmo, de maneira inesperada, já recebi alguns prêmios interessantes e fundamentais para conseguir progredir no jogo, por que o jogo desde o lançamento. Valeu o esforço e a Nintendo sabe presentear seus consumidores. Apesar de não ser tão frequente, acontece.

4 - Áudio irritante

Como todo bom jogo precisa de músicas e barulhos. Falando de Pokémon temos os sons dos monstrinhos da franquia e muitos, mas muitos, barulhos irritantes de tão agudos que são. Maioria é focado nas batalhas (onde o gameplay acontece) porém se jogando ele o tempo todo, todos os dias, acaba saturando o jogador.

Nos menus, nos bonus, na seleção de niveis, de personagens, de bonus para serem usados durante as batalhas esses não são tão frequentes. Acontecem e existe, estão lá mas evite.
Para quem puder jogar com o audio desligado, sairá ganhando e conseguirá se concentrar mais no que realmente importa, o jogo.


Também poderia haver dublagem nos tutoriais de inicio de jogo, os aparelhos permitem isso, mas como é um aplicativo para uma variedade enorme de dispositivos, a dublagem poderia causar uma perda mercado (o que em Pokémon GO também não ocorre e o aplicativo não é disponibilizado para todos os aparelhos, principalmente os de menor capacidade sem burlar algumas regras de segurança deles) então, foi uma escolha da Nintendo mesmo não dublar os jogos.

5 - Defeitos, alguns irritantes, outros irrelevantes

Não adianta, todo e qualquer jogo tem seus defeitos e Pokémon Shuffle não foge a regra. O mais evidente deles é o de poucos corações na reserva e de esperar cerca de 30 minutos para jogar de novo (uma única vez) caso as vidas acabem. Com o tempo se acostuma mas não é facil logo no início.
Outro defeito são os bonus. Nem sempre são bons. A maioria é uma recompensa que o jogador fez por merecer mas não se pode escolher quais são. Como o nome diz, são bonus.


Alguns defeitos menores como a necessidade de estar conectado 100% do tempo, ter apenas 500 moedas de recompensa diária, não ter um "quadro de quantos pontos" disponível para o jogador ver a sua pontuação e o quanto já fez no jogo inteiro, são irrelevantes para a maioria mas existem e podem frustrar alguns fãs mais xiitas.

Para quem não prestar atenção também vai passar despercebido uma função quase escondida que é "dar" literalmente, 5000 pontos por dia ao "banco do jogo" (se é que posso falar assim) para acumular e ganhar itens extras no decorrer do mês e na virada de um mês para o outro.

O pior dos defeitos, não poder jogar, ao menos, estágios já terminados em modo offline.

6 - Qualidades? Muitas e somente para fãs da franquia

A jogada interessante por parte da produtora foi o de ter tempo nos corações e limite desses corações. Além de não gerar uma certa dependência dos jogadores no desafio principal do jogo, cria o hábito de saber jogar direito e ter perseverança.



Como o tempo cada partida é variável e com uma boa dose de dedicação tudo pode ser feito com o seu conjunto de Pokémons no limite das vidas. Sim é legal ter todos os monstros na coleção mas sem ser insistente e paciente nada será conseguido. O jogo sabe recompensar.

Outra qualidade é a loja. Não se compra itens na loja apenas pacote de moedas ou cristas para serem usados durante o jogo. Ajuda? Com toda a certeza. Não existir itens cosméticos exclusivos ou itens que facilitam avançar nos desafios foi o ponto de equilíbrio para fazer o jogo se tornar viciante e não um caça níquel ferrenho.

7 - Conclusão...


Para quem acompanhou a evolução da franquia, quem jogou em algum momento os jogos de referência do passado, para quem gosta de quebra cabeças dinâmico e ou o ato de colecionar Pokémons, sim é um jogo interessante.

Não é algo "OOOOOOOO bom pra caramba", "melhor jogo que já joguei" ou "mais viciante que os FPSs anuais" não, esse jogo não tem isso. Ele tem apenas um desafio equilibrado e constante que perdura por muitas fases. Podendo frustrar em determinados monstros e de outros saírem surpresas bem agradáveis.

Para quem não gosta de Pokémon nem de quebra cabeças passe longe esse jogo só tem monstros coloridos e uma mecânica que poucos poderão gostar.

A pior parte depois dessa análise? É precisar atualizar o celular, mas antes de atualizar foi deletar o jogo, não ter o save state dele vinculado a conta do google (celular android) e precisar recomeçar tudo do zero, de novo e jogar 2 anos de esforço no lixo numa facilidade enorme? Sim, acabei deletando o jogo estando no nível 230 e com 170 monstrinhos diferentes acumulados inclusive alguns de eventos que não voltarão mais (a princípio)... Me ferrei legal nessa mudança de versão do sistema. Estou muito triste...

Até a próxima postagem
Ass.: Thiago Sardenberg

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