segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Nostalgia - Mario Kart: Double Dash – As disputas alucinantes agora em duplas


Fazem anos que zerei esse jogo e nunca escrevi sobre. A geração 128 bits (PS2, Dreamcast, Game Cube e Xbox) foi uma das mais longas e férteis, ficando atrás apenas o dos consoles HD que viveram depois e ficaram por mais tempo e seus representantes eram mais emblemáticos.

Infelizmente, o console caseiro da Nintendo não teve uma expressividade muito grande mas não significa que ficou sem bons jogos. E a exemplo das gerações anteriores, que teve seus jogos de destaque, Super Mario e sua turma na vertente de Karts e corridas teve no jogo Double Dash um dos jogos menos aproveitados e mais desprezados da franquia é então.


A versão que tem uma das melhores seleções de personagens já feitas e uma quantidade de personagens e desafios que um jogo da franquia pode ter, tem no seu equilíbrio de duplas e diversidade de itens e copas a disposição do jogador como prato cheio de conteúdo. Qualidade? Maioria dos jogos da Nintendo tem mas essa versão supera as outras. Talvez o único quesito que não tem como superar é a gráfica na versão HD do WiiU, até mesmo o Wii que é graficamente melhor que o game cube as diferenças não foram tão relevantes fora o acréscimo do modo online evidente e o jogo com motos (num jogo de kart? OK!)...

Além do modo multiplayer em tela dividida (presente desde o 1° título ou por cabo nos portáteis), tinha o modo o semi online (o jogo era todo off-line porém quem tivesse o modem de banda larga e outro console conectado poderia jogar no modo lan house sem muitos problemas), e uma quantidade de personagens que deixa com inveja qualquer outro jogo de corrida já feito na série e uma mega copa que exigia bastante conhecimento do jogador para vencer em primeiro lugar.

1 – Inicio dos rachas

 

A estrutura do jogo foi feita de uma forma bem diferente e única para a franquia. Mantem-se os veículos (são carros mas não mais os conhecidos karts) e entram em jogo duplas pra lá de divertidas. Cada uma com peso, habilidade, kart e itens específicos para serem usados. Enquanto o jogador se divertia com os gráficos produzidos na então nova plataforma, as velhas mecânicas de acelerar, frear e derrapar continuavam mas agora as duplas acrescentavam estratégia ao jogo.

Podendo escolher personagens hora mais defensivos hora mais agressivos, o jogo foi produzido para ser uma eterna busca do melhor equilíbrio possível (até um conhecido seu, que joga muito, e mesmo depois de levar 8 cascos azuis ainda conseguir completar a prova em primeiro, isso é muito desleal...) o jogo se mostrava competente nos quesitos imersão e desafio.


O desafio era gradual e pontual. Quando se acostumava a inteligência do computador e a velocidade das provas, mudava-se a copa e o problema voltava. No meio do processo o jogador descobre os macetes de cada pista e consegue se acostumar as curvas para aproveitar ao máximo cada oportunidade que o jogo deixa para chegar em primeiro lugar.

Após algumas poucas horas, o jogo na pratica termina. Mudar de nível não irá mudar o jogo só a dificuldade enquanto se recomeça tudo de novo e abre a chance de liberar alguns novos personagens e karts. O jogador continua a se divertir para chegar ao final de mais um nível e bem depois de sofrer muito para terminar o que tem para ser jogado, o próprio sistema do jogo abre o tão esperado modo espelho e sua dificuldade específica para ver quem é bom.


2 – Tradição e longevidade

A franquia existe desde 1992 e com ela uma geração de jogadores cresceram esperando os novos jogos da mesma. Felizmente apenas uma versão é feita para cada plataforma e nela tudo que é possível colocar de novidade e renovação é feito. Infelizmente apenas um jogo é feito para aquela plataforma ao qual se está jogando e a espera por esse novo jogo é sempre uma tortura para os fãs da Big N.

Entretanto, Double Dash conseguiu sair do ponto comum da franquia e manteve certos aspectos bem conhecidos enquanto outros foram reciclados.


As evoluções de movimento dos personagens, os itens e seus efeitos, a eliminação por completo de um conjunto de moedas e vidas, que para nada serviam, foram retirados. Os famosos casos, bananas, raios, cogumelos mantidos.

As novidades foram para os itens exclusivos. Mario e Luigi usam bolas de fogo, Toad e Toadette usam o Cogumelo Dourado. Bowser e Junior usam um gigantesco casco com espinhos que rebate na pista e as tartarugas usam o triplo verde ou vermelho que ajudam a se defender ou atacar. Existem outras duplas e outros itens mas ideia é essa, combinar essas opções e partir para o confronto direto, na pista.

Só porque são duplas não significa que o computador vai pegar leve. Quanto mais difícil o nível, mais agressivo os oponentes ficam e mais as duplas vão se tornando evidentes. Saber usar esse artificio é crucial para vencer.


3 – Lá vem o ronco dos motores

Assim que começar o jogo vem um barulho característico ‘NNNIIIIIIINNNTTTTEEEENNNDDDO” de Charles Martinet dublador do Super Mario. Um clássico som ‘press start’ ou parecido não tem mas a música de fundo também se mostra presente na tela título. O que muda de versão para versão são algumas delas na seleção porém não são tão diferentes dos jogos anteriores.

Menu, volta da vitória, volta do derrotado, contagem de pontos. Todas as telas tem alguma música, com exceção das telas em preto que nada aparecem e servem de suspense e tensão caso o jogo não rode. Tela de carregamento com a palavra ‘loading...’ não existe.


Os barulhos de batidas, bips e blops, motores, derrapadas, arrancadas, sinais, menus, botões, itens, está tudo lá e com eles vieram os novos gritos e barulhos de alegrias e frustrações dos personagens em suas horas de triunfo ou derrota no decorre e final das provas.

Dependendo do personagem sairá um sonoro grito de alegria enquanto outros ficam nos seus barulhos característicos (pois não são humanos e tem sonos específicos) ou choros de derrotado. A parte curiosa é a música das telas de crédito, sim lembra bastante a do final do jogo anterior e tem boa parte dela baseada no clássico mas são musicas diferentes entre si.

4 – Multiplayer divertido mas deixa a desejar


O modo de múltiplos jogadores teve a tela dividida em 4 parte e também para duas duplas. Inovação para a já batida fórmula porém importante para ter um aproveitamento melhor da tela de TV.

Como os carros são duplas, os dois jogadores podem usar o mesmo veículo para jogar enquanto um se dedica a prova o outro taca o terror nos outros a possibilidade de se alternar entre eles é muito divertida. Nos GPs isso realmente tende a ser uma mão na roda mas no battle não é tão divertido.

As pistas de batalha são bacanas e mostram diversidade. Apesar de serem poucas as que criaram uma imersão tão boa quanto as pistas do Mario Kart 64 nas disputas de GP também são boas as oportunidades para testar os limites da dupla mas deixam a desejar quando se tem numa copa um objetivo maior: ganhar o tão belo ouro.


Das duas uma: ou se joga ‘cada um por si e todos batendo em todos’ ou ‘se joga em dupla e na alegria e tristeza, na vitória e na derrota suas conquistas e problemas se tornam seus companheiros’ Mario Kart continua sendo Mario Kart.

5 – Conclusão

 

É um jogo completo, desafiante e divertido. Bem eficiente no que se propõe a fazer. O melhor da franquia até então e com margem para fazer a empresa aprender como melhorar e como deixar muitos detalhes pequenos bem intocáveis enquanto inovações e expansão de possibilidades também recebem suas devidas atenções.

Múltiplas opções de jogo para quem é fanático mas a maioria só liberada depois de se completar todos os desafios possíveis que existem no modo de um jogador.

Quem quer só se divertir vai conseguir mas não será uma tarefa das mais fáceis. Os dedicados conseguirão se distanciar dos novatos pela persistência e na continuidade de se jogar sempre afim de liberar novas opções para os outros poderem aproveitar depois.


Poderiam ter feito um modo online decente? Sim, poderiam mas não o fizeram porque eram poucos os consumidores que teriam acesso ao modem banda larga e dessa forma não houve uma exploração massiva dessa alternativa.

Desde o início da franquia, dificuldade foi um dos pontos chaves mas diversão sempre foi o sinônimo mais associado ao que essa obra faz depois de tantos anos na ativa. Que novos jogos venham pelas próximas plataformas e anos.


Até o próximo post.
Ass.: Thiago Sardenberg

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