domingo, 3 de maio de 2015

“Uncharted: Drake’s Fortune” a tragédia de um indigesto título AAA que não merece nota



Pra quem gostar de zumbis e não se preocupar como e por quanto tempos eles aparecem, Uncharted até é legalzinho, porém, como eu detesto essa praga, jogo caiu na desgraça devido a esse infeliz detalhe.

O jogo começa chato, fica muito melhor no capítulo 5, continua a melhorar durante os seguintes e quando chega no ápice dele do capítulo 12 mostra que tem um bom conteúdo. Deveriam ter parado ele antes do capítulo 18 porque teriam terminado de forma melhor com novos DLCs para trazer longevidade ao título com conteúdo dispensável como extra.

Então o que vale a pena em Uncharted? História? Sim até vale. O personagem principal é um explorador procurando um tesouro de 500 anos descoberto por seu antepassado. Encontra um outro “mercenário” maluco que quero o mesmo que ele porém são atacados por um bando de zumbis sem logica alguma para a história.


Bem no final dela é explicado o porque deles serem zumbis mas da para reparar que foi forçar uma barra numa época onde títulos de zumbis e o hype “apocalipse zumbi” era moda, enxertaram isso como “diferencial”. Um terrível falso argumento e totalmente irrelevante, não acrescentou em nada o conteúdo final e poderiam ter ficado sem isso.

Gráficos? Se isso fizesse indústria, filmes “B” não teríam público. Eles realmente são bons. Muito bem trabalhados e detalhados. Sem consideração aos outros jogos da época, foram lá e mostraram capacidade técnica de ter uma qualidade acima da média. Os cenários são bem trabalhados e pouco variados.

Em uma relação direta com o roteiro linear e contínuo das fases ‘siga em frente, atire muito, vire a direita, atire mais ainda, e continue em frente, você parou de atirar? Não morreu? Continue em frente...’ não destrói o trabalho mas poderiam ter feito melhor a organização do conteúdo.


Controles? Ok, irritantes, mas importantes, eles são precisos. Uma das poucas coisas que irá te irritar e no final ainda vai receber elogios. Muitas das vezes que o jogo mostra um erro ou foi porque o controle é bem calibrado ou porque o jogador fez alguma titica no meio do salto. Precisão da mira é fantástica e ao se acostumar com ela, ponto para o resultado alcançado.

Alguma fase é memorável? A do carro é e bastante, mesmo sendo curtinha. As de Jet Ski valem pela maneira como mapearam os controles de 2 personagens em um único controle. Além de eficiente faz o jogador se sentir responsável pelo progresso rápido no modo de tiro ou modo de direção, muito bacana o resultado final.

Ele não perde para outros jogos e o melhor exemplo foi o inicio de CoD MW3. Explosões, barulhos, tiros, agua, velocidade e “wow, isso foi divertido...” fazer o dever de casa mostrou que a equipe tem competência e poderiam variar o estilo de jogo sem dificuldade.

 Tiroteios, tiroteios, mais tiroteios, alguém viu uma granada por aí?



Caso queira jogar algo mais longo ou menos irritante, passe longe. Sinceramente, o jogo é bem curto. Não mais que 12 ou 15 horas para terminar e o final é insosso (sem sal e igual a filme no cinema, passa logo crédito...) sem falar no repeteco que tem nele do inicio ao final (atirar e saltar é usado a exaustão).

Fazer todas as fases mais 3 vezes só para conseguir os troféus? Nem vale tanto assim. Até porque, eles ficam vinculados ao arquivo do usuário, não tem relação com a PSN e platinar ele só se quiser jogar em níveis mais complexos. Realmente, não vale a pena.

O que salva realmente o jogo? A dublagem. A qualidade dela está impecável. Tem sotaque, mistura de idiomas no meio da narrativa e das conversas e quando há a mudança de região no próprio disco de jogo, as legendas podem acompanhar e mostrar que tem gente boa trabalhando na localização do conteúdo.

 
A capa do jogo como edição de jogo do ano e do pacote de 2 jogos lançados posteriormente.

O nosso carismático vilão e terrível chefe final (sério mesmo?)

As músicas também não deixam a desejar. O áudio de uma forma geral mostra qualidade acima do esperado e consegue salvar boa parte dessa obra da Naughty Dog. Para quem criou Crash Bandcoot e Ratchet & Clank essa foi a mais legal de todas. Pena que por carisma (que ainda existe em seus antigos personagens) o trabalho deixou a desejar.

Recomendo para quem quer jogar algo divertido? Não! Porque de divertido só tem a exploração enquanto o tiroteio desenfreado torra a paciência (copiou direitinho Cod, BF e Halo). Poderiam ter seguido melhor a cartilha “Prince of Persia” de fazer adventures pois chegaram bem perto.

Recomendo para quem quer zumbi? Também não! O jogo coloca um combinado chato de militares, traficantes e zumbis tudo junto sem sentido algum. Mesmo que o roteiro mostre como e porque disso ocorrer no final, foi meio que forçar o jogador a engolir coisa sem nexo só pra vender mais e acabou virando um tiro no pé, o que é bem dispensável.

Recomendo pelo chefe final? Nem um pouco (muito chato). Qual chefe final? Nem chefe tem no jogo. A batalha final tem 4 momentos de “ou se mostre mais cauteloso ou leva chumbo e morrerá muitas vezes”. E como foi no jogo inteiro, é exatamente o que acontece no ultimo pedaço. Poderiam ter feito melhor.

E o nosso grande e maravilhoso final... salvamos o mundo, o dia e mais um ataque zumbi...

Recomendo pelo desafio? Nope! Parece mais um espanca botões do que outra coisa (característica básica dos grandes títulos da Sony). Sim, para quem joga jogos do tipo Street of Rage, Tartarugas Ninja, God of War, Castlevania, a ultima (e única) batalha vale por isso. Com relação aos inimigos comuns, até que alguns dão algumas armas e munição a mais só porque os derrubou no soco. E os troféus de pancadaria nem são tão bons.

Nota? Nessa coisa? Nem precisa de nota. Deixou a desejar algo que mereça ser mencionado como "nota"... Se todo jogo bom recebesse 5 já teríamos uma crise de existência para 90% das empresas de jogos. Eles não andam fazendo por merecer as notas as quais tem recebido. Será exigência da parte dos críticos ou facilidade ao extremo aos jogadores que não querem pensar? Prefiro não saber.
Além de ter ficado chateado com o hype que criaram o jogo nem é lá grande coisa.

Veremos nos próximos capítulos e torço muito para que tenham melhorado... do contrário, será mais uma perda de tempo.

Ass.: Thiago Sardenberg

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