Quando nos deparamos com um problema logo nos vemos em uma dessas possibilidades: ou com as mãos na cabeça achando que não tem como ser resolvido, ou como uma barata tonta, andando de um lado para o outro tentando resolver o máximo de coisas complementares possíveis. E para se realizar qualquer trabalho, um pouco de estratégia e organização ajuda a não piorar o problema.
Então qual o motivo de falar sobre estratégia? Porque em casa, geralmente, temos tantos problemas quanto no trabalho e ver, pensar e criar estratégias nos nossos próprios trabalhos de casa podem ajudar a resolver problemas no dia-a-dia de qualquer trabalho. O exemplo que irei mostrar tem uma parcela de culpa nele mesmo mas de uma certa maneira ajuda a ver o tamanho de um problema corriqueiro que pode ser resolvido estando com a cabeça fria e olhos atentos.
Qual é o problema então? Excesso de louça na pia da cozinha.
Quando termina aquele almoço de fim de ano, família reunida, crianças e adolescentes dormindo, amontoadas, no chão de algum cômodo ou quarto da casa, e os adultos conversando na mesa de jantar, vem alguém e fala em voz alta "Quem vai lavar a louça?" e literalmente a mesa fica vazia como um ninho de moscas, ninguém se candidata e acaba sobrando para a própria cozinheira, que pode ser alguma tia ou prima da família, por lavar a louça de umas 20 ou 30 cabeças que acabaram de forrar a barriga numa deliciosa comida caseira.
Só nessa primeira ideia de um problema simples, ele já se mostra maior do que realmente é. A falta de "mão de obra" no mercado interno (veja pelo lado de casa) se torna evidente por uma questão direta de auto exclusão das pessoas que o compõe e como muitos não querem nem chegam a pensar em como ou o que poderá fazer para ajudar e acaba piorando.
Como o trabalho é grande porém simples, os componentes das famílias acabam pensando "é só uma louça, não tem nada de mais..." mas é aí que mora o problema. A coitada da cozinheira já fez o almoço pra 30, já ficou de umas 9 da manhã até à 1 da tarde arrumando toda a mesa de refeições e ainda precisa lavar a louça dos mesmos para terminar o serviço. Poxa custa ajudar nem que seja lavando a sua própria sujeira, talheres e copos? Atitudes simples, porém de difícil assimilação de muitos, acabam sobrecarregando alguém indevido.
Voltando ao problema, exemplo rápido de dia-a-dia de minha casa. Quando fico sozinho costumo deixar acumular parte da louça para não perder 10 minutos por dia lavando-a todos os dias, prefiro perder 1 hora, mais ou menos, lavando tudo do que perder um tempo pequeno. Gasto menos água, deixo arrumado tudo de uma só vez e me chateio menos. Alguém gosta de lavar louça (a não ser o cara do restaurante que recebe por isso porque faz parte da equipe)?.
Pensar em como arrumar a "bagunça", vejo como posso resolver um problema de diversas maneiras. Isso pode ser péssimo para muitos (não duvido) mas já é uma forma de pensar diferente do comum ou de como cumprir uma obrigação irritante sem soltar fogo pelas ventas ou esbravejar porque não quer fazer o serviço.
Realmente, tentar ser eficiente é um trabalho árduo mas é melhor do que ficar sem fazer nada na frente de um computador ou vendo a novela da tarde num dia lindo de sol podendo caminhar pela rua.
Vamos agir para melhorar o relacionamento interno de nossas famílias antes de falar dos outros e de nós mesmos indevidamente. Ser coerente é mais legal do que falar que não sabe ou não quer fazer naquele momento pois a todo instante temos algo para aproveitar ou aprender, mesmo que não tenha efeito imediato para o trabalho que está fazendo.
Thiago Sardenberg
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