Quando o gênero surgiu a idéia era bem vaga e podia ser explorada a níveis bem distintos. Tanto é que criaram e desenvolveram diversas idéias pelas quais um console, hoje, não será mais nada sem ao menos uma versão dessa ou daquela franquia disponível nele. Como a evolução deve acontecer ela ocorreu de forma gradual, pontual e constante. Gerando novos recursos e soluções para uma diversidade de problemas que ocorrem naturalmente.
Um desses graves problemas era o jogo de múltiplos jogadores. Consoles não conseguiam jogar pela internet tão facilmente e como na época era tudo por telefone, a conexão e a estabilidade andavam bem separados um do outro. As melhores opções, infelizmente, ainda estavam nos PC e com eles alguns gêneros ganharam força. RTS (estratégia em tempo real), FPS (tiro em primeira pessoal) e Point & Click (apontar e clicar) dominavam. Nos consoles, os jogos de plataforma, RPGs e hack’n’slash eram os carros chefes. Alguns poucos como os de esporte e corrida estavam bem representados nas duas opções.
Uma dessas franquias foi a Phantasy Star da empresa japonesa SEGA. Surgida no final de 1987, no antigo console Sega Master System (SMS), migrou para o Sega Genesis (o Mega Drive) em uma seqüência de três bons jogos (PSII 1989, PSIII 1990 e PSIV 1993). Na geração seguinte (Sega Saturno) não deu as caras, e voltou com tudo, duas gerações depois, no muito adorado (e hoje cultuado console) Dreamcast.
Num jogo carregado de tradição e gerando grande expectativa, chegou arrasando quarteirões no novo (e infelizmente último) console da SEGA. Apesar disso tudo junto não ser um impedimento o próprio provou que a franquia tinha força para continuar viva e se mostrar tão moderna no inicio da rede dos novos consoles como tinha sido no antigo Sega Master System.
O console que já era preparado para jogos online e/ou com quatro controles ligados, foram dois bons motivos para reviver as aventuras e façanhas da franquia. Uma evolução e tanto que o tempo fez. E fez tão bem a ela que, literalmente, o faltoso salto de modernidade, que não existia em outras grandes franquias, mostrou que juntar PCs e consoles daria um resultado interessante e revigorante.
Legend of Zelda, Final Fantasy, Dragon Quast e Tales of, eram as principais referencias do gênero. Mesmo que tenham evoluído, junto desses novos consoles e em suas respectivas técnicas de produção e de como contar histórias, as mesmas não receberam um tapa tão grande de modernidade quanto Phantasy Star recebeu no ano 2000. E depois de 7 anos sem um jogo novo forte e de peso esse virou uma espontânea e feliz surpresa daquela geração.
Apesar de existirem outras franquias tão famosas quanto, mas não tão emblemáticas ou tradicionais, elas estavam vivas. Isso, naturalmente, gerava uma briga de gigantes contra gigantes e de novatos contra as gigantes. Infeliz para uns, boa para outros. Para os jogadores, variedade bem vinda e diversão de sobra.
Graças a uma inesperada postura da empresa (em descontinuar o seu console), a mesma já vinha fazendo adaptações de seus jogos para PCs e com isso ganhava-se espaço e público. Numa infeliz manobra financeira o Dreamcast (que estava encalhando nas lojas) mostrava que era hora de mudar as coisas na empresa e que os mesmos ainda estavam vivos.
Thiago C. Sardenberg
Amanhã tem mais.
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