segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

A Missão do Dragão 8 – A Jornada do Rei Amaldiçoado – Parte 2


Se chegou até aqui e não leu a parte original, clique aqui!

Cuidado: na conclusão tem spoiler e não digam que não avisei...

4 – Animações e momentos chaves

Desde o início o jogo tem uma característica interessante, todas as animações (tanto dentro do jogo quanto de momentos de diálogos ou abertura) tem a mesma qualidade visual. Durante alguns anos, os jogos foram produzidos com o foco ou nas animações cinematográficas ou na qualidade visual que o decorrer da aventura iria gerar devido as limitações dos equipamentos.


Dragon Quest 8 não sofre com essas mudanças de visual tão forte. Todas as animações ocorrem dentro do jogo e mesmo que aconteça uma mudança de tela para ‘tocar’ a tal animação, não é uma animação 100% predefinida. E como identificar isso é observar os equipamentos que aparecem nelas pois são os mesmos usados em batalhas, por isso existe uma certa igualdade gráfica no projeto.


A parte interessante são os personagens terem ataques especiais com movimentos diferenciados. Um ataque de personagem canhoto aparece como canhoto ou um machado gigante cortando o inimigo também é visto.

Exploração. Se tem algo que esse jogo faz de tortura ao jogador é andar e muito...

Quase todos os personagens tem magias e a partir do momento que a mesma magia está disponível em mais de um personagem, eles mostram a mesma animação de ‘invocação’. Quando a magia ou o movimento é específico a animação apresenta outros detalhes como o rodopiar da arma usada ou uma movimentação diferenciada. Se o personagem está com poucos pontos de vida ele fica curvado em cena e aparece bufando de cansado. Caso morra, aparece um caixão no local dele.

Exploração. Se faz presente e muito persistente é nas dungeons...

Nos inimigos as magias e movimentos especiais também acontecem. Destaque para os golpes fortes quando falham, ou o inimigo perde o movimento e acaba por cair no chão ou o personagem que irá sofrer o dano se esquiva. Em alguns casos o ponto frustrante é quando o inimigo enfrentado tem movimento duplo: isso costuma atrapalhar o jogador.

Uma grata surpresa foi o sistema de montaria do jogo. Além de ser interessante ajuda a andar por vastas áreas do mapa antes de conseguir o pássaro que faz voar pelo mapa inteiro.

Parte interessante é a animação de concentrar o foco do personagem num movimento específico para se alcançar o nível máximo de energia e vai aparentar num super saiyajin bolado. Bem divertido mas isso vale para os inimigos também e costumam dar danos bem maiores de ambos os lados. Dependendo da situação um ataque pode tirar até 1200 pontos de vida do oponente. Um ataque bem interessante. Ajuda bastante nos chefes.



Explorar, explorar, explorar, cada canto do jogo vai te levar a algo novo e com
possíveis recompensas de itens novos ou de dinheiro, mesmo pequena, terá algum.
E muitos monstros no meio do caminho...



5 – Erros e acerto

Fazer qualquer jogo é complicado pra caramba. São muitos detalhes que precisam estar sincronizados e com coerência para fazer sentido. Organizar uma equipe para que essas ‘coisas’ fiquem agradáveis é um trabalho e tanto. Não atoa que alguns projetos demoram 5 anos para ficar pronto ou podem custar alguns milhões de investimento.

Enquanto os acertos são bem visíveis: a dublagem característica, dificuldade escalonada e constante, opções diversas desde o início, armas e equipamentos diversificados e a possibilidade de se viajar via “fast travel” desde o começo são boas, basta ter dinheiro...

Uma de suas qualidades e um de seus maiores defeitos é o tamanho do mapa mundi. Gigantes, não todo interligado e obriga o jogador a progredir na história para conseguir visitar todas as partes.

No quesito ‘erros’ é onde ocorre a polemica. Para alguns passa para outros nem tanto.
No início o jogador não tem mapa mundi e isso atrapalha para onde é preciso ir. Com o nível baixo e os inimigos que aparecem vem de forma imprevista, o risco que se corre por ficar muito longe de uma estalagem é grande. Acaba por se criar o habito de se batalhar muito para ganhar nível e dinheiro afim de sair equipado e preparado para o próximo desafio.


O equilíbrio das batalhas poderia ser um pouco melhor. Alguns inimigos são muito fracos (independente do nível) enquanto outros são bem complicados. Quando o inimigo muito fraco gera uma pontuação muito baixa ok compatível com a realidade porém quando o inimigo é mais forte que o esperado e essa pontuação continua baixa não tem cabimento. Entretanto os chefes são realmente fortes e dão um bom trabalho mas a recompensa em pontos de experiência é variado e pode frustrar muitos jogadores.

Quando os inimigos não tão fortes aparecem e a pontuação é agradável ponto para o projeto e sua aleatoriedade porém o dinheiro, que se precisa de muito para comprar novas armas e itens deixa a desejar. Continua sendo preciso batalhar muito para se ganhar alguma grana e poder comprar o item desejado demora bastante.


O jogo costuma demorar cerca de 70 horas para se completar. Eu demorei 90. Era recomendado também o nível de 45 para se vencer o chefe final e eu estava no nível 42 mas bem equipado e com uma defesa alta. O que pode ser frustrante para os jogadores afoitos.

6 – Conclusão

Não é um jogo para novatos. Principalmente aos que esperam acabar o mesmo como se fosse um FPS de 12 horas. Esse jogo não tem modo online e vai ser uma aventura ‘forever alone’ do início ao fim. Devido à época (e como a maioria dos RPGs de turnos) é um teste de resistência por ser longo demais e de persistência porque é preciso paciência e muitas horas de sono perdidas para evoluir.

Mesmo que a história tenha seus clichês (Princesas e Dragões, muitos Reinos, castelos e calabouços, Magos e Demônios, Deusa e pássaros lendários) é uma história de fantasia medieval com seus altos e baixos. Poderia ser melhor? Sim, se fosse menos longo.


Para quem gosta de caçar prêmios e ter tudo que o jogo se propõe a fazer é um prato cheio. Existem muitos itens que só se consegue com tempo. Para quem quiser aproveitar um RPG japonês tradicional por turnos em uma história envolvente que prende o jogador é uma opção.

Tem sua lenda interna, mistérios e problemas que irão deixar jogadores bem nervosos. Alguns calabouços são fáceis outros mais chatos. Os complexos não existem mas vai faltar paciência para se vencer determinados desafios pois a barra de magia vai acabar na hora errada.

Enfim, depois de mais de 70 horas de jogo o tal do vilão que nunca aparece enfim deu as caras e mostra que não é um qualquer que define o verdadeiro chefe do jogo. Direito a 4 formas na batalha final para o jogador poder se recuperar e conseguir vencer esse carinha. O jogo não é para novatos.

Só nos créditos finais que o rei amaldiçoado irá perder o feitiço que caiu sobre ele (antes mesmo do início do jogo) e terá sua forma real revelada. Até numa piada interna os personagens brincam, entre si, com as feições do rei. A forma verde dele é mais simpática.

Sim, esse foi, depois de muitos anos, o 1° jogo que completei de PS2, finalmente.

Até a próxima análise.
Ass.: Thiago Sardenberg

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