No ano passado, em outubro de 2015, fui demitido da empresa que trabalhava. Empresa grande, sólida e em um trabalho estável. Passei 2 anos cravados por lá enquanto a crise estava começando a dar frutos podres e negativos para a maioria da população economicamente ativa. Nesse mesmo ano, vi muitos colegas de trabalho serem demitidos também. A pressão interna era evidente, palpável e desagradável.
Após a demissão, 1 semana depois, chorei a falta das turmas e da perspectiva de continuar em sala de aula. Havia descoberto algo que gostava de fazer sem saber. Mas, em agosto, do mesmo ano, fui agraciado com uma escolha bem difícil: fazer ou não uma nova pós graduação? Já tinha uma mas não era com educação ou qualquer área relacionada.
Foi então que encarei o desafio e segui em frente. Não terminei a pós ainda mas foi por lá que pude conhecer novas pessoas e fazer novas amizades que surgiam com o passar das semanas de aula. Foi nessa mesma pós, em educação, que me manteve de pé e com foco em algo maior e melhor.
No meio desse caminho, pude trabalhar em outra instituição de ensino grande. Concorrente com a original ao qual trabalhava. Mas, era em caráter temporário, 4 aulas, 2 semanas apenas. Pouco retorno financeiro porém precioso para o momento que estava passando.
Hoje, como profissional da área de treinamentos consigo ver novas possibilidades e oportunidades em diversos setores. Graças as oportunidades que aproveitei em seguir com uma proposta de trabalho e pensamento em empresas grandes.
Em dezembro de 2015 fiz um concurso ao qual não passei mas fiquei bem na classificação. O valor de corte era alto e minha pontuação foi abaixo desse valor. Uma derrota? Depende. A prova tinha 5 questões apenas. Cada uma valendo 20% da nota final. Por ser um concurso muito específico a prova não seria fácil e fiquei algumas semanas estudando muito para ela.
A nota de corte era 65 (definida no edital) e tirei 56 pontos. E qual foi questão que me detonou? Para constar dos 56 pontos tirados, 55 foram todas da área técnica ao qual estava fazendo o concurso. Foi justamente a questão de educação que me derrubou a nota final.
Uma questão que tinha cara do MEC e do governo (independente de qual seja o governo) e perguntava sobre o trabalho que o EJA (Educação de Jovens e Adultos) tinha conquistado nos últimos anos. Como era novato nessa área, não sabia droga nenhuma do tema e levai bomba no concurso. Uma derrota e tanto.
2 meses se passaram e abriu novo edital para a vaga de professor temporário. Como já havia me preparado para o concurso anterior (e foi na mesma instituição) pude fazer esse novo concurso também mas em caráter temporário (de 1 ou 2 anos no máximo).
Perdi a oportunidade? Não mesmo. Fui lá e fiz o meu melhor. Já tinha passado por uma prova pior antes e a que haveria de fazer estava tranquila pois era apenas prova prática de aula e de um programa que sabia usar e já tinha ministrado aulas do mesmo.
Foi então que, graças a uma demissão não prevista, hoje tenho um currículo melhor, uma 2ª pós graduação para terminar e já tendo em vista 1 ou mais mestrados pelo caminho futuro!
Quando olho para trás e vejo "a demissão como algo ruim?" paro e penso "valeu o pé na bunda!" pois aprendi muito mais com ela do que ficar estagnado onde eu estava (e essa sensação já era aparente antes de ser demitido) pelos alunos dessa instituição.
Os anos de 2015 e 2016 foram anos muito difíceis. Anos de uma crise financeira que a atual geração, menores de 40 anos, nunca haviam passado em sua vida. Dizem que as crises são momentos difíceis mas também são momentos de oportunidades únicas.
Trabalho com treinamento de curso técnico e profissionalizante durante 2013 e 2015.
O CV cresceu e esse tempo na casa foi crucial para abrir novas portas nos anos seguintes.
O CV cresceu e esse tempo na casa foi crucial para abrir novas portas nos anos seguintes.
Cada derrota que tive também me trouxe algo a mais para contar. O trabalho com novas áreas também ficou estampado no CV e algo até então inédito para mim ocorreu: passei num concurso público. Já havia feito outros mas sem perspectiva de passar ou de chegar longe. Nesse, a situação foi MUITO diferente e haviam chances reais de conquistas permanentes.
Conquistei? Não mas hoje me sinto mais preparado para um futuro diferente do que havia imaginado. Com a melhoria desse CV e do trabalho em educação, hoje eu sei para onde quero ir enquanto o aprendizado que tive falou mais alto.
Me sinto feliz, útil e importante.
Até a próxima postagem...
Ass.: Thiago Sardenberg
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