sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Jogando Oblivion - agora sim a análise do jogo


- Começando jogo

- É bom lembrar: tem spoiler caso contrário não me bata só joguei e curti.

Logo de cara o jogador é colocado preso em um local onde ele não sabe como chegou nem como sair, até que, devido a algum imprevisto, o roteiro do jogo o faz ter a opção de sair do local e fugir para sobreviver. Literalmente é isso e mais nada. O rei do reino passa pela cela do personagem aí abre-se a opção de customizar o personagem após alguns minutos. O rei então vê que o personagem aprisionado esteve presente nos seus sonhos e explica a ele que teve seus filhos cassados por um grupo que deseja abrir os portais de Oblivion e juntar o mundo dos homens com o mundo dos demônios e para isso precisa de um amuleto que o rei controla. O rei está sendo cassado por isso e precisa fugir do castelo. Só os filhos do 1° ascendente, que exilou os reinos de Oblivion para uma dimensão paralela, antes da 1ª era do calendário do continente, podem resolver o caso. Tudo o que se passa no jogo é referente a 3ª era desse calendário quando um grupo de assassinos seguidores de um personagem chamado Mankar Cameron decide reintegrar os dois mundos em um único e trazer de volta os reinos de Oblivion para restaurar a era dos Deuses (isso tudo é explicado durante os diálogos entre o jogador e o futuro rei nas missões principais). Quando o rei é morto pelos assassinos, os soldados que o protege indicam que é preciso achar algum descendente do rei e só o um sacerdote sabe a verdade. É preciso recuperar o Amuleto dos Reis, o artefato onde tudo começa, para evitar a destruição do mundo.

Esse é o roteiro da linha principal de missões que o jogador irá passar por várias horas (até mesmo anos se quiser resolver tudo o que o jogo tem). Após sair dos calabouços do castelo e sobreviver aos pequenos inimigos que existe, o tutorial de inicio é útil para aprender a controlar os impulsos que os sustos irão causar. Nesse tutorial aprende-se a: pular, agachar, roubar, abrir trancas de baús, usar as armas básicas, se defender com o escudo (isso é muito útil da meta pra frente), usar magia (caso queira ser um mago poderoso) e descobre que dormir ou descansar é importante para recuperar vida e só pode ser feito longe dos inimigos (mesmo que eles estejam no mesmo corredor).

Quando o mapa do mundo é aberto só se sabe algumas poucas coisas. O inimigo já está massacrando a população; existe uma tonelada de portais com inimigos fortes abertos e espalhados para o reino de Oblivion (são um total de 91); não é possível comprar quase nada com a grana que se tem naquele momento (você irá precisar de muitas horas e vendas de itens para conseguir dinheiro o bastante para comprar sua primeira casa que custa 2.000 peças de ouro, e é a mais simples e barata de todas que existem disponíveis), fazer alquimia é comer coisas venenosas ou que não se imagina ser comestível; as armas duram pouco tempo e é preciso treinar restauração de equipamentos para aumentar a durabilidade delas; o peso que se carrega em itens, equipamentos e poções atrapalha o deslocamento rápida; atirar com flechas é um problema pois não se pode pular e atirar ao mesmo tempo até determinado nível de experiência naquela habilidade; qualquer um pode ser ou assaltado ou morto caso queira desbravar outras missões por fora da linha principal.

Esse é o mapinha do jogo. Sim o jogador irá desbravar isso tudo e ainda se aventurar por dentro das cavernas, templos, cidades, minas e fortes espalhados pela região. E o mapa é maior do que o de Skyrim. Se juntar a geografia dessa província e os espaços dentro dos portais de Oblivion fica ainda maior. Com 2 DLCs extras é conteúdo para se aproveitar por mutos e muitos anos.

- Descobrindo o que pode ser feito...

Tirando essas limitações propositais, o resto é possível de ser feito. Quer enfrentar um bando de urso? Só andar pelos terrenos afastados. Quer enfrentar Vampiros? Só procurar cavernas ou fortes específicos e não esqueça as armas de prata ou mágicas e se levar alguma pancada pode correr o risco de virar um vampiro também. Quer ver lobisomem? Isso não tem. Quer ver Minotauros, centauros, um tipo de dríade, ursos, lobos, cães, caranguejos, goblins? Ande muito pois vão ter de sobra. Enfrentar ladrões e se tornar herói? Passe perto de certas pontes ou ache os acampamentos, existem aos montes. Quer encontrar um grupo de monges guerreiros cego forte pra caramba? Só achar e invadir o monastério. Quer ver um navio cheio de fantasmas? Ache o espírito de um personagem que fica vagando para chegar ao navio e ver os fantasmas (sério, use armas magicas ou de prata, que vão te ajudar). Quer voltar pra cadeia? Só bater no guardinha da cidade. Enfim... Só depende de você querer fazer as coisas (certas ou erradas) e, depende apenas da sua índole, as escolhas livres para fazer o que quiser. Esteja ciente e disposto a cumprir as penalidades que tais escolhas causarão ou fuja para sair vivo, caso contrário o atalho para viagens rápidas não vai funcionar com inimigos muito perto de você.

Ao chegar nas cidades (a principal ou as várias espalhadas pelo mapa do mundo) o jogador irá encontrar as guildas (grêmio, corporação). Nelas é possível conseguir missões e resolver problemas específicos entretanto algumas guildas são inimigas de outras e caso escolha participar de uma, outras ficarão indisponíveis e vai obrigar o jogador recomeçar o jogo varias vezes para descobrir o que as outras guildas tem de especial, melhor e pior. É possível também que certas missões não sejam concluídas ou liberadas caso vá para determinada guilda então atenção nessa escolha, ela influencia diretamente o tipo de personagem que deseja desenvolver.

Ao passar em vilarejos ou casas diversas, espalhadas pelo mapa, novas missões vão aparecendo a partir dos diálogos com os personagens. Algumas são fáceis de serem resolvidas enquanto outras demoram mais tempo. Certas missões são coligadas a outras, o que cria um emaranhado de visitas a cavernas, minas e fortes para resolver um problema que deveria ser simples e não é tanto. Outras missões tem um leve ponto de perversidade e necessita assassinar uma certa personagem ou roubar determinada pessoa para conseguir o item que deseja. Querendo ou não, em algum momento, o jogo irá obrigar o jogador a fazer coisas, digamos, erradas para continuar a seguir pelo caminho, dito, certo mas nada impede de o jogador de fazer só coisas erradas e resolver os problemas na base do confronto direto só tenha poções e itens de cura para se manter vivo no combate com os oponentes e use o cenário a seu favor porque é divertido colocar uma série de inimigos em um corredor estreito esperando sua vez para ser derrubado.

A evolução do personagem, suas habilidades básicas e os equipamentos equipados. Parte do menu de status dos personagens para saber como está a evolução e o nível de experiência do mesmo.

- Ganhando a tão sonhada e almejada experiência

Literalmente o jogo é uma cópia real do que ocorre conosco no nosso mundo. Se quer ser bom em alguma habilidade, treine muito essa habilidade e poderá fazer mais coisas rapidamente com ela. Quer ser bom na espada? Use-a. Quer ser um mago poderoso? Solte magias. Quer ser um arqueiro certeiro? Atire muito a longa distancia. Quer ser um ladrão discreto e cheio de itens? Roube sem ser percebido. Quer ser um mercado? Isso vai demandar um bom tempo porque chegar ao nível de ter uma loja numa cidade vai demorar bastante, mesmo com os atalhos.

Para cada ação existe uma recompensa e ela vem na forma de melhoria das habilidades que estão sendo usadas. Quanto mais se usa melhor fica nela porém a cada novo nível que se alcança naquela habilidade, maior será o seu nível geral. Eu posso ser um guerreiro com 100% de defesa e ataque com 50% de magia destrutiva e pontaria com arco e flecha e não estarei nem um pouco perto do nível máximo do jogo. Posso ser mercado com boa lábia e um péssimo arqueiro com uma boa defesa e restauro de equipamentos.

Ao ganhar o nível daquela habilidade em treino e pode ser qualquer habilidade, o nível geral do jogador aumenta. Ao acumular a quantidade de experiência necessária o jogo irá exigir que o jogador durma numa cama (não pode ser descansar) para subir de nível. Ao subir de nível certas condicionais de habilidades maiores (o que o jogo chama de Major Squills) ganha um determinado numero de pontos. As habilidades mais treinadas conseguirão mais pontos. Quanto mais rápido se chega ao nível máximo daquela habilidade mais fácil se torna o jogo e os problemas, que antes eram realmente grandes, se tornam menores o que facilita.

A curva de aprendizagem é tranquila mas vai exigir determinação e paciência para realizar o que for preciso. No decorrer do jogo apenas 17 missões são necessárias para chegar ao final, entretanto, existem mais de 300 espalhadas pelas guildas, cidades e casas específicas para realizar tudo e não vai ser com o mesmo personagem. Ao final das missões uma certa quantidade de pontos é entregue ao jogador que eleva a “barra de experiência” e continua sua evolução. Completando o nível, melhor ele fica e mais difícil é chegar ao próximo, exigindo mais tempo, viagens e conversas.

Quando ocorre a evolução, pede-se para dormir e aí sim é possível distribuir os pontos de experiência para as habilidades treinadas. Ao alcançar o máximo a habilidade não poderá ser mais trabalhada. No caso, a versão de console só chega até o nível 99.

- Silêncio profundo

O jogo tem nas suas músicas a imersão que é necessária para criar o clima mas deixar sem áudio é melhor ainda pois os inimigos podem vir de qualquer lado. Ao se aproximar de um inimigo que não te viu ou ele se mover para te atacar, e o jogador não percebeu, a música irá mudar e isso cria um clima de conflito iminente. Se estiver sem equipamentos restaurados ou fugindo de outra batalha mais dura, vai ser complicado enfrentar um Minotauro que aparece do nada. Se vier um ogro até consegue mas dois ao mesmo tempo é osso duro.

Os monstros e animais tem seus grunhidos e barulhos específicos. Os inimigos de Oblivion também tem seus sons. Portas, baús, sacos de itens, caixotes, tudo faz algum ruído barulho. Os passos do personagem também e é interessante pois tem leve alteração entre o tipo de armadura usada e o peso que está sendo carregado. É bem pequeno mas acontece. Os rios trazem o barulho da correnteza (e andar por cima dele com uma armadura de tubarão que te dá essa habilidade é engraçado) mas as cachoeiras são um char a parte. Ao nadar pela área alagada o respirar não é tão evidente (muitas vezes faz falta) mas o mover dos braços pela água é interessante. Se estiver mergulhado o barulho é bem mais abafado.

A dublagem não é das piores e é convincente mas ficaria muito melhor desde que pudessem compensar a pouca variedade de dubladores por mais uma meia dúzia de pessoas além das que existem. Praticamente todos os personagens são dublados por um dos poucos atores e atrizes que emprestam sua voz (organizar esses arquivos deve ter sido uma grande dor de cabeça para os programadores). Os diálogos ficam mais imersivos e interessantes com a dublagem pois cria uma sensação de ‘humanidade’ pouco visto em jogos que não são dublados apesar de existirem jogos sem dublagem com um nível de imersão maior que o de Oblivion.

A voz mais chamativa do jogo foi do ator Patrick Stewart (Jean Luk Pecard de Jornada nas Estrelas nova geração e Professor Charles Xavier de X-man) como sendo o rei do reino. A apresentação do jogo e os primeiros diálogos ocorrem com a vós dele depois ele some. Infelizmente um trabalho bom e que poderia ser melhor aproveitado e não foi muito usado.

A habilidade de roubas coisas das outras pessoas pode ser usada a qualquer instante entretanto é preciso cautela. Caso o alvo perceba seu movimento, provavelmente virá um guarda e irá te prender.

- Bugs e além

Todo jogo de mundo aberto é carregado de erros de programação. O sistema criado para se dar vida a esses jogos é muito complexo e difícil de ser trabalhado. GTA, Elder Scrolls, Watchdogs, FarCry, Batlefield, The Witcher 3, Dragons Dogma... Não tem uma franquia que trabalhe com mundo aberto sem o mesmo estar carregado de erros do sistema. Porque isso? Simplesmente porque é muita informação ao mesmo tempo e organizar essa quantidade de código é complicado. Ser moderado e abstrair a existência deles (ou os menos relevantes) é preservar o melhor que aquele jogo tem a oferecer. Devido a esses erros do código, que são incontáveis e imprevisíveis, o melhor mesmo é sempre salvar o jogo em mais de um arquivo ao mesmo tempo caso contrário é bug certo e com risco de corromper o arquivo de progresso. Melhor se precaver.

Os bugs mais bizarros que encontrei no jogo foram: personagem começa a andar fora do solo em linha reta passando por todos os NPCs e paredes sem parar (como num modo de edição); andar por cima de um portal para outra dimensão e ser atacado pelos inimigos porém não levo dano mas posso atacar e vencer os inimigos sem ficar mais fraco; pedras que estão flutuando pelo cenário e é possível ver por baixo delas; pedras sem parte das texturas; cabeças de personagens ou faltando; portas que não se abrem (apesar de terem sido poucas); itens que deveriam ser desativados por ter completado a missão e não podem. Personagem que deveria estar num determinado local e sumiu... Enfim, muitos conflitos e alguns podem prejudicar o andamento da aventura obrigando o jogador a recomeçar. Bom ou ruim não dá pra evitar.


DLCs. Quem gosta disso? As empresas. A longevidade do jogo realmente aumenta com esses conteúdos extras. Sejam eles oficiais desenvolvido pela criadora do jogo ou pela comunidade (com relação a versão de PCs) os jogos com essa possibilidade de trabalho é uma ótima forma de expandir o conteúdo, já enorme, desses jogos. Expandir para o bem pois colocar “gangnang style” numa dancinha horrorosa no meio do jogo é um desserviço a empresa e a comunidade (sim isso ocorreu no Skyrim de PC alguns anos depois de ter sido lançado).

- Conclusão

O pior dos erros encontrados foi virar vampiro, descobrir a missão de recuperação e na prática a versão jogo do ano de PS3 ter um clitch que me impede de realizar essa tarefa. Descobrir na pratica que não era possível reverter e que precisaria do jogo normal, sem os DLCs inclusos no disco, era um problemão. Para tal precisaria duplicar o arquivo de save e jogar no outro disco caso contrário pode corromper. Ou então, ter uma lista de cavernas e missões onde existem os vampiros, fazer save duplo de arquivo e chegar até o final. Voilà! Foi assim que resolvi o vampirismo mas foi um saco até descobrir. Zerei dessa forma e pude aproveitar o jogo em 80%.

Chegar ao final do jogo vai demandar muitas horas de jogatina. Terminei com 80 horas e só resolvi cerca de 40 missões (isso porque são mais de 300 sem os DLCs). Terminei no nível 30 e ainda tinha coisas para fazer (a última missão me pede para esperar 2 semanas até uma armadura específica ficar pronta e me tornar o campeão do país). Essa condicional de ser o campeão é pré-requisito para um dos DLCs lançados. Consegui chegar ao nível máximo de 99, em 2 habilidades diferentes e com o passar das horas e uso desses recursos posso continuar a aumentar as outras até o limite. Imagina ser o cara mais forte do mundo? Sim é possível. Imagina ser o mercador mais bem estabelecido do reino com uma casa em cada cidade do jogo? Também é possível (e estou nesse caminho mas vai demandar tempo ainda).

Apesar de insosso o final do jogo mostra uma cena interessante com indicação do que viria a ser Skyrim anos mais tarde. Surpresa ou não, é muito possível que o jogo seguinte já estivesse em produção quando este terminou a versão jogo do ano junto das suas duas expansões.

Só poderei completar o que falta, inclusive as expansões, com meu nível um pouco mais alto do que ele já está. As duas expansões criam mais 20 horas de jogo em uma e 30 horas em outra, totalizando umas 50 horas de jogo a mais. Se o treco sozinho já era enorme imagina com mais 50 horas? É muito jogo ainda pra aproveitar.

Jogue. Vale o esforço. Mesmo sendo um jogo velho e com sinais do tempo.
Até o próximo.

Ass.: Thiago Sardenberg

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